A cadeia produtiva do pescado, no Maranhão, foi debatida na última quinta-feira (06), na Sala das Comissões, em reunião coordenada pelo deputado Júnior Verde (PRB), presidente da Frente Parlamentar de Pesca da Assembleia. O encontro contou com a participação de piscicultores de várias regiões do Estado e acadêmicos de diversas áreas.
“A
reunião foi muito produtiva e representativa, uma vez que apresentou
várias demandas necessárias para fortalecer a piscicultura maranhense,
dentre elas está a redução da carga tributária ”, afirmou o parlamentar.
Segundo
Júnior Verde, hoje, os piscicultores pagam 4% de imposto pela
comercialização do pescado e enfrentam uma demora que, às vezes, chega a
durar quatro meses, para obterem o licenciamento ambiental, o que tem
impedido que os piscicultores recebam financiamento dos bancos. “Nosso
objetivo é fazer com a cadeia produtiva do pescado se torne, de fato, um
elo forte no desenvolvimento do Estado do Maranhão. Para tanto,
precisamos eliminar os gargalos que se apresentam e aumentar a
produtividade desse importante setor econômico”, argumentou.
REIVINDICAÇÕES
“Precisamos
de apoio dos governos, principalmente de linhas de créditos, para
podermos produzir mais e melhor. Esperamos que as demandas apresentadas
aqui sejam efetivadas”, declarou Laerte Cunha Rabelo, piscicultor do
município de Itapecuru Mirim, que produz em torno de 3 a 5 toneladas
ano, em 5 hectares de lâmina d’água, no povoado Moreira, a 10 Km da
sede. “Sentimos muita falta de assistência técnica”, salientou.
Para
Celso Zamignan, diretor presidente da Cooperativa de Piscicultores da
Região Sul do Maranhão (COOPSULMA), que reúne mais de 300 produtores de
pescado, esse segmento da economia maranhense precisa de apoio e de
incentivo para produzir e, assim, contribuir mais com a geração de
emprego e renda. “Para produzir em 10 hectares, os produtores de pescado
empregam, no mínimo, de 6 a 7 pessoas, enquanto que os pecuaristas para
produzirem, na mesma área, precisam somente de dois vaqueiros. O Estado
precisa olhar para isso”, argumentou.
Para
o piscicultor Manoel de Araújo Costa, presidente da Associação dos
Moradores do Cumbique, no município da Raposa, é preciso que as
Secretarias Municipais de Meio Ambiente tenham autonomia para emitir os
laudos ambientais. “Piscicultores com até 10 hectares de lâmina d’água
poderiam ter seus laudos ambientais emitidos pela Secretaria Municipal
do Meio Ambiente, para tanto a Secretaria de Estado do Meio Ambiente
(SEMA) deveria se reunir com todos os secretários e dar esse
encaminhamento”, defendeu.
PRÓXIMOS PASSOS
Júnior
Verde informou que será encaminhado um relatório da reunião para todos
os órgãos governamentais e não governamentais envolvidos com o setor
produtivo do Estado do Maranhão, para que as reivindicações dos
piscicultores sejam amplamente discutidas e implementadas. “Vamos fazer a
nossa parte, por exemplo, elaborar uma minuta de projeto de lei,
propondo a isenção dos produtores de pescado de pagar imposto. Esperamos
contar com a sensibilidade de todos que podem contribuir com o
fortalecimento do setor produtivo maranhense”, destacou.
Outras
ações previstas são a criação da cooperativa dos produtores de pescado
da região do Pindaré, a ser sediada no município de Santa Inês, o que
deverá acontecer em breve, e a regulamentação da comercialização do
panga, que é um tipo de pescado com uma produtividade muito maior e
originário de região que pouca água tem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário