O Maranhão possuía um indicador que assombrava a saúde pública há anos: mortalidade materna. Pela gravidade da situação, nada sinalizava uma melhora e a consequência direta era o sofrimento das famílias maranhenses. Então, como o governo poderia cuidar melhor dessa mulher? A resposta, embora seja repleta de aspectos técnicos, não é tão difícil de se conseguir. É preciso conhecer a realidade da mulher maranhense a partir de dois fatores primordiais: o fator de assistência (pré-natal, parto, puerpério) e o fator socioeconômico (renda, escolaridade, etnia, etc). Estas importantes questões demarcam uma vulnerabilidade social de grupos que sempre tiveram dificuldade em ter acesso à saúde pública de qualidade.
Deu-se início a várias medidas para reduzir a disparidade no acesso da mulher maranhense da capital para a mulher maranhense no interior do Estado. Investimos em infraestrutura e ferramentas de gestão que não somente compreendem a realidade desta mulher, mas humanizam o atendimento, priorizando suas vidas e dos seus bebês.
A partir de três matrizes, internacionalmente reconhecidas, de gestão fizemos melhorias do nosso quadro. Em primeiro lugar o planejamento reprodutivo, que reduz a morte materna e oferece um grau de autonomia para a mulher, sobre onde, quando e como ela vai ter filhos. O Governo do Maranhão acredita que oferecer poder de escolha para a mulher significa aumentar sua expectativa de vida, pois reconhece as desigualdades de gênero e trabalha para reduzi-la.
Outro ponto importante é o fortalecimento da atenção básica no pré-natal e no puerpério, acompanhando sistematicamente a gravidez da mulher, a partir dos condicionantes socioeconômicos citados anteriormente, detectando de maneira precoce eventuais riscos para a mãe e para a criança. O terceiro aspecto é a regionalização da assistência ao parto e a qualificação dos serviços prestados. Firmando parcerias com organismos internacionais e descentralizando o acesso, com a reversão da lógica que a mulher precisa ir à São Luís se quiser sobreviver ao seu parto.
A Secretaria de Saúde tem sido cada vez mais capilar nos diferentes municípios do Maranhão. A Regional de Saúde de Balsas é uma ilustração disto. Juntos, os 14 municípios completarão, este ano, 365 dias sem uma morte materna. 365 dias sem que uma família destas cidades do sul maranhense sofra a perda de uma mãe, 365 dias em que o dia do nascimento da criança é motivo de felicidade e somente isso. Do outro lado, o município de Caxias é exemplo nacional de como é possível reduzir a mortalidade (que era elevada há alguns anos) com qualificação perinatal, com a planificação do parto conseguimos um progresso sintomático, que precisa ser somado a outros esforços para consolidação de uma nova realidade no Maranhão.
Em números absolutos, iniciamos dezembro de 2018 com o menor quantitativo de morte materna desde 2000. A redução deste número, tão difícil de se lidar, para apenas dois dígitos passou em primeiro lugar por eliminar a subnotificação (não se sabia ao certo qual era a gravidade do nosso problema) para investir de maneira responsável em ações estratégicas. A abertura de Centro Sentinelas em São Luís, Balsas e agora Colinas, sendo que os dois primeiros fizeram a inserção de mais de 2500 DIUs, impactando diretamente no acesso aos direitos sexuais e reprodutivos e na mortalidade materna. A criação do Comitê Estadual de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, que mobiliza poder público e sociedade civil organizada em torno da questão.
A mortalidade materna é uma tragédia social. Ela transforma uma das mais bonitas experiências humanas em trauma. Os resultados obtidos até aqui só reforçam o compromisso do Governo do Estado em reconhecer e respeitar cada uma dessas histórias de vida. A redução máxima deste complexo problema permitirá que a palavra gravidez seja sempre – e somente – sinônimo de benção.
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