Aconteceu na manhã desta quinta-feira, 23, no auditório do Centro Cultural e Administrativo do Ministério Público do Estado do Maranhão, o lançamento da Campanha Maria da Penha em Ação em 2019. A iniciativa das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher de São Luís chega, este ano, à oitava edição.
Na abertura dos trabalhos, a promotora de justiça Selma Regina de Sousa Martins, idealizadora do projeto, ressaltou a importância do trabalho em rede, com a atuação conjunta com a Secretaria de Estado de Educação, Polícia Militar, Poder Judiciário e outros órgãos que fazem parte da rede de proteção à mulher.
A campanha tem o objetivo de difundir, de forma permanente, o teor da Lei Maria da Penha entre o público estudantil e a sociedade, como forma de prevenir a prática de violência doméstica contra a mulher.
Para 2019, a campanha, que é realizada essencialmente nas escolas, terá concursos de fotografia e vídeo com o tema “Medidas protetivas de urgência salvam vidas”. Uma das novidades dessa edição é que os estudantes interessados em concorrer às premiações passarão por oficinas das duas áreas no Centro Cultural do MPMA, que serão ministradas pelo coordenador do Centro, Francisco Colombo, e outros profissionais convidados.
Em seguida, a tenente-coronel Cristiane Luna, psicóloga da Polícia Militar, abordou a relação entre prevenção ao suicídio e violência contra a mulher. De acordo com a palestrante, os fatores que levam ao suicídio são muitos e passam por transtornos mentais, depressão, problemas familiares e chegam às mulheres que vivem relações abusivas ou que sofrem violência doméstica.
Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que, no mundo, é registrado um suicídio a cada quatro segundos. No Brasil, essa relação é de um caso a cada 45 minutos.
Para a tenente-coronel, ao contrário do que se pensava há algum tempo, falar sobre o suicídio, é importante. “Informação é prevenção, mas é preciso cuidado com a forma como se aborda essa questão”, pontuou. Cristiane Luna ressaltou a importância do acolhimento, da escuta e de que todos estejam vigilantes quanto a sinais que podem indicar uma tendência suicida, como mudanças repentinas de comportamento, isolamento, entre outras.
A psicóloga também falou sobre os fatores que fazem com que muitas mulheres permaneçam em relações abusivas, como o apego ao parceiro, a dependência econômica, questões culturais e os exemplos familiares. “Muitas mulheres têm um parâmetro disfuncional do que é o amor, confundem possessividade, controle por parte do parceiro com amor”, afirmou.
A tenente-coronel Cristiane Luna ressaltou, ainda, a importância de que as mulheres conheçam o ciclo da violência para que não entrem nele ou, se necessário, saibam como sair dessa situação.
TAC
Ao final do evento, um Termo de Ajustamento de Conduta foi assinado entre o Ministério Público do Maranhão e a Secretaria de Estado da Educação. O documento prevê a implementação do Plano Estadual de Educação abordando as questões dos direitos das mulheres como forma de prevenção ao feminicídio. O tema deverá ser abordado de maneira transversal, enfatizando que a violência de gênero não é só física.
O TAC foi assinado pelos promotores de justiça Selma Martins e Paulo Silvestre Avelar Silva (1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de São Luís) e pelo secretário Felipe Camarão.
EXPOSIÇÃO
Está em cartaz no Centro Cultural do Ministério Público a exposição “Eu sou mulher”. Iniciativa do Coletivo de Mulheres com Deficiência, este é o primeiro trabalho maranhense em múltiplos formatos acessíveis que têm como foco a beleza e o empoderamento da mulher com deficiência.
Formada por 16 fotografias em preto e branco, de autoria da fotógrafa Veruska Oliveira, a exposição permanece no Centro Cultural até o dia 27 de maio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário