“Se não existisse o sol”, assim inicia a toada mais famosa do Bumba Meu Boi da Maioba. Neste junho tão atípico, me pego desejando arroz de cuxá, torta de camarão, apresentações da nossa cultura popular, além do bom e tradicional encontro de família e amigos. Se a COVID-19 não existisse, hoje estaríamos planejando qual arraial curtir. Maldito coronavírus!
Bom maranhense ama o mês de junho. Os festejos desse período sustentam o que há de melhor em nossa tradição. Ano passado, pela primeira vez meu filho participou da quadrilha junina da escola. Dançou, pulou, se divertiu. Este ano, eu terei de forçar um pouco a barra. É difícil tirar do canal de desenho animado.
Outros terão o desafio de aprender em algum canal da internet a fazer as deliciosas comidas típicas ou comprar pronto. Não vai poder aglomerar nem assistir apresentações presenciais. Tudo será pela internet. E, cá para nós, nestes momentos, bendita internet!
Quem quiser pode ouvir toadas, os toques do tambor de crioula ou os acordes da sanfona. Dentro de casa, podemos afastar os móveis e dançar o cacuriá ou dança portuguesa. A bendita internet tem tudo para todos os gostos.
Embora a COVID-19 nos preocupe, o risco do vírus também nos ensinou a celebrar a vida em pequenas ocasiões. Estamos reaprendendo a curtir e ter prazer mesmo com grupo bem limitado aos da nossa casa. Afinal, o importante é celebrar a vida, meus amigos.
Talvez você seja do time dos que reclamam. “Cancela junho sem bandeirinhas no Centro Histórico.” “São João sem competição de Quadrilhas?! Pode acabar 2020”. Mas, torço para que seja - ou mude para - este grupo dos que reaprenderam a curtir a vida em casa. Preparam sua própria comida. Ligam o som e se divertem. Quem sabe contagiam o vizinho.
Enquanto o vírus parece diminuir o contágio na Grande Ilha, a Secretaria de Estado da Saúde aproveitou para retomar cirurgias e consultas. Atendimento limitado a 40% da capacidade, com pacientes agendados antes pandemia. Estamos nos ajustando também. Aproveitando essa pequena vitória sobre a COVID-19 para atender os demais casos que também precisam da assistência. Nosso batalhão, com ou sem pandemia, simplesmente não para.
Aos poucos o Maranhão caminha para alcançar a estabilização da pandemia. Nossa expectativa também é para que nossos junhos voltem - em certa medida - a ser como eram. Cheios de sorrisos, de amigos e cultura, pois é para esses pensamentos que a famosa toada do Boi da Moioba nos atrai. Assim como a canção ensina a observar com gratidão as coisas simples da vida e celebrar, festeje junho! Festeje em casa, comemore as pequenas vitórias. Certamente o nosso batalhão é mais forte que a COVID-19 e tudo isso vai passar.

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