Domingos Correa contratou motoristas e alugou veículos sem licitação
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Domingos Costa Correa, prefeito de Matões do Norte |
A
contratação de motoristas e o aluguel de veículos sem procedimentos
licitatórios pelo Município de Matões do Norte levaram o Ministério
Público do Maranhão (MPMA) a solicitar, no dia 1º de novembro, a
indisponibilidade dos bens e o afastamento do prefeito de Matões do
Norte, Domingos Costa Correa.
Feitos
em Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa, os pedidos
foram formulados pelo titular da Promotoria de Justiça de Cantanhede,
Tiago Carvalho Rohrr, com base na Notícia de Fato nº 11/2007. Matões do
Norte é termo judiciário de Cantanhede.
A
ACP foi ajuizada após quatro motoristas denunciarem ao MPMA que foram
contratados verbalmente pelo prefeito para prestar serviços à Prefeitura
de Matões do Norte. Além disso, os profissionais colocaram seus
veículos à disposição do Município, por valores mensais que variavam
entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Entretanto, o prefeito Domingos Correa não
pagou pelos serviços e veículos.
INVESTIGAÇÕES
Foi
apurado que outros 15 motoristas também haviam sido contratados da
mesma forma. Também foi constatada a existência de um contrato verbal
para aluguel de uma máquina pesada para o Município.
Durante
as apurações, o prefeito negou os fatos, mas o secretário municipal de
Infraestrutura, Ariston Barbosa Carvalho, confirmou que as contratações
foram realizadas sem licitação prévia. Carvalho também afirmou que os
motoristas que denunciaram as irregularidades de fato prestaram serviços
e locaram seus veículos ao Município.
Encaminhado
pelo Município, um procedimento licitatório para locação de veículos em
virtude do Programa Nacional de Transporte Escolar foi aberto somente
em junho de 2017, após as contratações verbais, que ocorreram no
primeiro semestre do mesmo ano. “As locações foram realizadas sem
qualquer procedimento formal e tampouco contrato”, enfatiza o promotor
de justiça.
Ainda
de acordo com o representante do MPMA, além da falta de procedimentos
licitatórios, problemas na condução de licitações pelo prefeito Domingos
Correa também são frequentes. “A Promotoria já requereu a suspensão de
vários procedimentos licitatórios em decorrência de várias
irregularidades, entre elas, a restrição à competitividade”, conta.
PEDIDOS
Além
do afastamento e a indisponibilidade de bens de Domingos Correa até o
limite de 100 vezes sua remuneração, o Ministério Público pede que, ao
final do processo, ele seja condenado às penas previstas na Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992).
As
penas incluem a perda da função pública, ressarcimento integral dos
danos, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
Entre as penalidades estão a suspensão dos direitos políticos de cinco a
oito anos
Também
estão entre as punições o pagamento de multa civil de até duas vezes o
valor do dano e a proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais e/ou creditícios, direta ou
indiretamente, mesmo que por meio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de cinco anos.
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