

Mendez apresentou as diretrizes durante encontro de capacitação, que reúne até amanhã (10) profissionais de saúde de sete países na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A varíola dos macacos é causada por um vírus da família dos poxvírus, a mesma da varíola humana, erradicada em 1980. A infecção geralmente resulta em um curto período de febre, seguido da formação de lesões e nódulos na pele ou erupção cutânea generalizada.
A doença tem esse nome por ter sido detectada inicialmente em colônias de macacos, embora possa ser encontrado principalmente em roedores. Entre pessoas, a transmissão ocorre por contato direto, como beijo ou abraço, ou por feridas infecciosas, crostas ou fluidos corporais, além de secreções respiratórias. Segundo a Fiocruz, a letalidade é estimada entre 1% e 10%, com quadros mais graves em crianças e pessoas com imunidade reduzida.
Após a contaminação, os primeiros sintomas aparecem entre seis e 16 dias. As lesões progridem para o estágio de crosta, secando e caindo após um período que varia entre duas e quatro semanas. Segundo Jairo, o teste é importante, pois a análise clínica geralmente não é suficiente para diferenciar a varíola dos macacos de outras doenças que resultam em erupção cutânea como a herpes zoster, o sarampo e outras enfermidades causadas por poxvírus.
A infecção pode ser confirmada pelo método PCR, que detecta o vírus a partir da amplificação do DNA. A Opas está se esforçando para viabilizar a disponibilidade dos testes. A Fiocruz vem produzindo controles positivos, que são importantes para atestar a confiabilidade dos kits PCR.
As amostras usadas no teste são compostas de conteúdo extraído da lesão cutânea: podem ser bordas, crostas ou esfregaços da superfície. Em até uma hora após a coleta, o material deve ser refrigerado entre 2°C e 8°C e analisado em até sete dias. Caso não se pretenda realizar a análise em até uma semana, a amostra precisa ser congelada a -20°C.
Segundo Jairo, a coleta de outros tipos de amostras com objetivo de investigação é possível seguindo protocolos éticos e requisitando as devidas autorizações. Há dúvidas se o vírus pode ser transmitido pelo sêmen e por fluidos vaginais.
As diretrizes da Opas preveem treinamento para coleta e armazenamento das amostras, que devem ser realizados com o uso de variados equipamentos de proteção. Para minimizar o risco de transmissão laboratorial, a recomendação é que um número restrito de funcionários atue no processamento das amostras e que sejam evitados procedimentos que possam gerar aerossóis infecciosos, como sacudir as vestimentas retiradas após o trabalho de análise.
Uma vez que o resultado do teste seja positivo, o protocolo recomendado pela Opas prevê uma segunda fase optativa: um novo PCR capaz de identificar qual das duas cepas conhecidas infectou o paciente. Uma delas é endêmica na África Ocidental e a outra, na região da Bacia do Congo. “São informações que permitem investigar melhor o quadro epidemiológico”, diz Jairo.
FONTE: Agência Brasil
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