O primeiro escalão de Michel
Temer preferiu evitar o nome do presidente ao fazer campanha no Facebook
e no Twitter. Uma análise feita pelo G1 mostra que, dos 18 ex-ministros
do emedebista que são candidatos nestas eleições, 4 citaram
nominalmente o ex-chefe e 1 deles usou uma imagem do presidente em um
vídeo de campanha. Em nenhum desses casos o tom foi abertamente
elogioso.
Procurada, a assessoria de imprensa de
Temer afirmou que “a Presidência não faz comentários sobre as eleições”.
O levantamento considerou todas as postagens dos 18 políticos feitas
nas duas redes sociais entre 16 e 30 de agosto, período que compreende
as duas primeiras semanas de campanha.

Dos 18 ex-ministros e hoje candidatos, 12
mencionaram positivamente o trabalho que desempenharam à frente do
ministério. Meirelles foi o único deles a citar Temer nominalmente. Os
outros 11 ignoraram o atual presidente.
Sarney Filho (PV), candidato a senador
(MA), ministro do Meio Ambiente entre maio de 2016 e abril de 2018: a
reportagem entrou em contato com a assessoria do candidato em cinco
ocasiões por telefone e e-mail na tarde desta sexta-feira, mas não
obteve resposta. A irmã, Roseana Sarney – uma das articuladores do
impeachment de Dilma e, ao lado do pai, conselheira de Temer – evita
também falar do nome do Presidente e tenta passar aos menos esclarecidos
que conta com o apoio do ex-presidente Lula no Maranhão. No estado, o
petista apoia a reeleição do governador Flávio Dino.
Para Márcia Dias, coordenadora do
bacharelado em ciência política da Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro (Unirio) e especialista em comportamento político, tentar
descolar sua imagem de um governante mal visto pelo público é uma
estratégia clássica dos candidatos. Em junho, pesquisa Ibope mostrou
que a aprovação do presidente havia caído para 4%.
Por que os candidatos evitam citar Temer?
De acordo com Márcia Dias, da Unirio,
sempre que um governante é impopular, os aliados ou ex-aliados em
campanha eleitoral se afastam dele para evitar o contágio dessa baixa
aprovação. No caso específico de Michel Temer, as políticas adotadas não
foram percebidas pelo eleitor como benéficas, avalia a pesquisadora.
Os que hoje são candidatos, mas ontem
integraram o governo que tomou essas medidas, precisam evitar ao máximo
que o eleitor faça essa aproximação, porque senão correm o risco de
“cair em desgraça completa com o eleitorado”, diz Márcia Dias.
A pesquisadora afirma que uma tática, que
é seguida por alguns dos ex-ministros, é mencionar apenas os feitos que
o candidato fez especificamente em sua pasta enquanto integrava o
governo. O desvio de foco serve para passar ao eleitor a imagem de que
ele não representa o governo, e por isso não responde pelas medidas
percebidas como negativas pelo público. O candidato, diz ela, pode até
estar por trás das medidas impopulares do presidente, “mas só quem
aparece é o presidente”. Durante a campanha, ele pode dizer o que fez de
positivo, “mas ele não vai fazer uma defesa do governo, vai tentar o
máximo que puder se descolar disso”. (Com informações do G1)
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