domingo, 19 de abril de 2020

Governadores divulgam carta em repúdio a discurso de Bolsonaro em ato pelo AI-5


Governadores divulgaram carta aberta neste domingo (19.abr.2020) repudiando participação e discurso do presidente Jair Bolsonaro em ato pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal) e contra as medidas de isolamento social pela epidemia do coronavírus. Eis a íntegra da carta (433 KB).
A carta está em nome do Fórum Nacional de Governadores, mas foi assinada por governadores de 20 Estados: Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
A carta não foi assinada pelos governadores do Acre, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e Roraima.
Na carta, os governadores manifestam apoio aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente.
“Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo”, diz trecho do documento.
Os gestores dos Estados brasileiros também afirmam que diante da pandemia da covid-19 deve-se “superar eventuais diferenças” políticas “através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades”. “A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise”, afirmam.
Frequentemente, Bolsonaro critica duramente os governadores por eles não adotarem medidas que flexibilizem o isolamento decretado por causa da covid-19, como a determinação de abertura de comércios.
Dizem ainda que as medidas de isolamento decretadas se dão com base em “indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia”.

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