terça-feira, 26 de maio de 2020

“Parabéns à Polícia Federal, tá ok?”, disse Bolsonaro. Ação está sendo vista como retaliação





A Operação Placebo em andamento no Rio de Janeiro e São Paulo nesta terça-feira (26), estados comandados respectivamente por Wilson Witzel (PSC) e João Dória (PSDB), está sendo vista com desconfiança por alguns setores da sociedade e meios políticos.

Witzel e Dória se transformaram durante a pandemia, entre os governadores, dois dos principais adversários de Jair Bolsonaro.

O objetivo da Operação é investigar contratos para construção de Hospitais de Campanha. Não há mandados de prisão, apenas buscas e apreensões.

O presidente Jair Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada na manhã de hoje comemorou a operação no Rio e São Paulo.
“Parabéns à Polícia Federal. Fiquei sabendo agora pela mídia. Parabéns à Polícia Federal, tá ok?”, disse Bolsonaro.
A ação ocorre em meio o imbróglio, principalmente na Superintendência da PF no Rio de Janeiro , e também após o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, dizer no programa Fantástico da Globo, no último domingo (24), que o governo Bolsonaro não tem interesse em combate à corrupção.
Principal alvo da operação o governador do Rio, Wison Witezel, disse que se há irregularidades no objeto da ação não tem participação dele. Chamou de estranho a operação ser antecipada por uma deputada ligada ao presidente, e que a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal está ‘oficializada’.
“..Estranha-me e indigna o fato de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará (..) A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada..”, destacou Witezel.
O deputado federal, Márcio Jerry, vice-líder do PCdB na Câmara, nas redes sociais disse que o Brasil conheceu ‘a nova porta voz’ da PF. Se referindo à deputada Carla Zambelli, que ontem antecipou a operação contra alguns governadores.

O Secretário de Saúde no Maranhão, Carlos Lula, na sua conta no twitter chamou de “abjeto o uso, para fins políticos-eleitorais, instituições tão relevantes”. O secretário utilizou o áudio da deputada federal, Carla Zambelli (PSL-SP), uma especie de ‘relações públicas’ do governo Bolsonaro, para corroborar sua desconfiança quanto utilização da PF para fins nada republicanos.


O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), considera grave o vazamento da operação da PF feito pela aliada de Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambeli. De acordo com ele, a parlamentar bolsonaristta precisa ser investigada e explicar no Congresso o que está acontecendo.

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