Doze meses depois do primeiro surto conhecido de covid-19 na China, o Reino Unido começa nesta terça-feira (8/12) a imunizar as primeiras pessoas da fila daquele que será o maior programa de vacinação da história do Reino Unido. A estratégia vem sendo chamada informalmente de "V-Day", um apelido que alude ao dia da vitória (Victory Day) contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial e, agora, a um "Vaccine Day" (Dia da Vacina).
Doses da vacina produzida pela Pfizer/BioNTech serão distribuídas em cerca de 70 hospitais do Reino Unido para pessoas com mais de 80 anos e parte dos profissionais que atuam em unidades de saúde e em asilos.O programa visa proteger os mais vulneráveis e os mais expostos num primeiro momento e permitir a volta à "normalidade" quando grande parte da população estiver imunizada.Médico com nove netos, Hari Shukla, 87, disse estar "encantado de estar fazendo minha parte" ao ser imunizado nesta terça.
"Sinto que é meu dever fazer isso e tudo o mais que puder para ajudar", disse Shukla, que receberá sua vacina no Royal Victoria Infirmary, na cidade de Newcastle, com sua esposa, Ranjan.
O Reino Unido será o primeiro país do mundo a começar a usar a vacina Pfizer/BioNTech depois que os reguladores aprovaram seu uso na semana passada.
A vacinação não é obrigatória no país.
O ministro de Saúde, Matt Hancock, disse que agora havia "luz no fim do túnel". "Vamos olhar para trás hoje, o V-day, como um momento-chave em nossa luta contra esta doença terrível."
E o Brasil?
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, escreveu em seu perfil no Twitter nesta segunda-feira (7/12) que o governo ofertará gratuitamente à população as vacinas que vierem a ser aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ele, a vacinação não será obrigatória.
A principal aposta do governo Bolsonaro para a vacinação contra a covid-19 envolve o imunizante criado pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que tem o potencial de imunizar 130 milhões de pessoas no Brasil até o fim de 2021. Mas essa vacina ainda não concluiu seus testes clínicos e tampouco foi aprovada pela Anvisa.
Por isso, o governo federal tem sido pressionado a ampliar sua cartela de opções de vacina, incluindo a da Pfizer/BioNTech e a da Sinovac, que será produzida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, mas também não concluiu a fase de estudos clínicos.
Cada uma dessas opções tem um obstáculo aos olhos do governo. A Sinovac tem um forte componente político, já que tem sido apresentada como um trunfo de João Doria, governador paulista e desafeto de Bolsonaro. Doria anunciou nesta segunda-feira (7/12) que a vacinação começará no Estado em 25 de janeiro de 2021, mesmo sem os testes e o processo de aprovação pela Anvisa concluídos.
FONTE: BBC News
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