terça-feira, 20 de setembro de 2022

Consumo congela pelo quarto mês consecutivo em São Luís, segundo Fecomércio

 


A Intenção de Consumo das Famílias de São Luís (ICF) manteve a trajetória de arrefecimento em agosto, com retração mensal de -0,8%. O resultado representa o quarto recuo consecutivo na predisposição das famílias ludovicenses em ir às compras. Com isso, o indicador medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) marcou 77,1 pontos, demonstrando uma estagnação do consumo ainda distante da zona de otimismo situada aos 100 pontos.

Apesar da tendência de desaceleração no ritmo de consumo dos últimos meses, a recuperação registrada no segundo semestre do ano passado e nos quatro primeiros meses de 2022 é responsável por manter um cenário mais favorável do que no mesmo período do ano passado. Em agosto de 2021, o indicador registrava 63,8 pontos, demonstrando que houve uma melhora substancial de +20,8% na confiança dos consumidores na comparação anual, decorrente do descolamento dos efeitos causados pelas medidas restritivas no período de pandemia.

Na ICF de agosto, três variáveis destacaram-se negativamente e puxaram o índice para baixo em relação a julho. A avaliação que os consumidores fazem sobre as perspectivas futuras de consumo (-3,2%), momento para compras a prazo (-2,6%) e nível de renda atual (-1,6%) registraram os maiores recuos na passagem mensal.

Acesso ao Crédito

A avaliação que os consumidores fazem sobre o momento para a utilização do crédito em compras a prazo segue em deterioração, reflexo da política de aumento dos juros para estancar a inflação.

Com a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75% ao ano, o mercado de crédito mantém as taxas ao consumidor em níveis bastante elevados, a exemplo da média dos juros no rotativo do cartão de crédito, que chegam a 370% ao ano. Nesse sentido, as famílias observam com bastante cautela a necessidade de financiar o seu consumo e ampliar o nível atual de endividamento.

Avaliação da Renda Atual

Sobre o nível de renda atual, terceiro subcomponente que apresentou desaceleração em agosto, a leitura de cenário feita pelo consumidor não foi otimista neste mês, o que tirou o indicador da zona de satisfação (100 pontos), após cinco meses consecutivos de avaliações otimistas sobre a sua própria renda.

Com 98,6 pontos, o indicador revelou que a queda da inflação (IPCA), puxada pela redução dos preços dos combustíveis, não foi suficiente para alterar a avaliação dos consumidores sobre sua capacidade de renda. Com os segmentos como habitação e alimentação ainda com tendência de alta nos preços, o custo de vida das famílias segue pressionando e limitando o poder de compra dos consumidores.

Como um reflexo da alta dos preços sentida pelas famílias de São Luís, a ICF mostra que seis dos sete subcomponentes quem formam o indicador de intenção de consumo seguem na zona de insatisfação em agosto. Neste mês, a exceção positiva na avaliação do consumidor foi a perspectiva de melhora profissional no curto prazo, que marcou 112,2 pontos.

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