quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Dino indica que deve se declarar impedido em investigação envolvendo Juscelino Filho caso assuma vaga no STF

 


Escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o ministro da Justiça, Flávio Dino, tem indicado a interlocutores que, caso seja aprovado pelo Senado, deve se declarar impedido de atuar no caso envolvendo o atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que atualmente tramita na Corte.

Pessoas próximas ao ministro acreditam que a medida deverá ser adotada por Dino uma vez que as apurações abertas contra o ministro das Comunicações começaram durante a sua gestão no Ministério da Justiça, órgão ao qual é vinculada a Polícia Federal.

A compreensão é que, ao abrir mão do processo, o indicado ao STF se blindaria de eventuais conflitos tanto pelo fato de Juscelino ser hoje seu colega de Esplanada quanto de a investigação envolver emendas parlamentares destinadas a uma cidade do Maranhão, estado governado por Dino por dois mandatos.

A ação que tramita no STF investiga se emendas do deputado federal licenciado foram usadas para desvio de dinheiro público em obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Juscelino nega irregularidades e atribui as investigações a “ilações”.

O caso passará para as mãos de Dino depois de ir para o acervo da ministra Rosa Weber, que se aposentou em setembro. Originalmente, a apuração estava com o ministro Luís Roberto Barroso, mas foi redistribuído a partir de sua ida para a presidência da Corte.

O acervo que vai passar para as mãos de Flávio Dino, caso seu nome seja aprovado, inclui 217 processos tanto de ações que estavam com a ministra (como a que trata sobre a legalização do aborto), quanto por processos que antes eram relatados por Barroso.

Ainda assim, o futuro ministro só poderá levantar o eventual impedimento após tomar posse. Só depois é que a ação será redistribuída pelos demais integrantes do tribunal, com a exceção do presidente.

Além dos processos que já estão em tramitação no Supremo, o novo ministro, assim que chegar, receberá uma carga maior de ações. Isso porque a distribuição, durante a ausência de um integrante na Corte, acabou sendo dividida apenas entre outros nove ministros, sobrecarregando os demais. Por isso, assim que chegar, o escolhido ou escolhida por Lula também passará a ter um direcionamento na quantidade de casos que vai para o seu acervo. 


Fonte: O Globo

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