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Foto: Mapa Barra do Corda |
O
ex-presidente da Câmara Municipal de Barra do Corda, vereador Gilvan
Oliveira Pereira, é alvo de mais duas ações civis públicas por
improbidade administrativa, ajuizadas pelo Ministério
Público do Maranhão no dia 22 de outubro. As medidas foram adotadas
devido a irregularidades em procedimentos licitatórios do Legislativo
municipal para a compra de alimentos, material de expediente e de
limpeza, da Câmara Municipal de Barra do Corda, referentes
aos exercícios financeiros de 2015 e 2017. Somados, os dois contratos
atingem mais de R$ 360 mil.
O
vereador já havia sido acionado pelas mesmas irregularidades relativas
ao exercício de 2014. Nestas duas novas ações, também são envolvidos
servidores públicos municipais e empresários.
Na
licitação 07/2015 (modalidade tomada de preço), o valor contratado foi
R$ 141.748,67. Estão implicados Gilvan Oliveira Pereira, que assinou o
contrato como presidente da Câmara
de Barra do Corda à época; as servidoras Erlane Ribeiro Freitas, Maria
de Fátima Gomes de Sousa e Benita Pinto Paiva, responsáveis pela
licitação; as empresas N.F. Bomfim Comércio e Eric Yuri Santos Costa
-EPP, juntamente com os seus sócios-proprietários Núbia
Fernandes Bomfim e Eric Yuri Santos Costa, respectivamente.
De
acordo com o titular da 1ª Promotoria de Justiça de Barra do Corda e
autor das ações, Guaracy Martins Figueiredo, os procedimentos
licitatórios foram direcionados para facilitar
a vitória das empresas.
A
mesma conduta foi verificada na licitação 05/2017 (modalidade tomada de
preço), cujo contrato no valor de R$ 219.618,02 favoreceu novamente a
empresa N.F. Bomfim Comércio e, ainda,
a F.D. DE MENEZES. Neste caso, são alvos das ações, além do vereador
Gilvan Oliveira Pereira; as servidoras Gilciane Silva Lopes, Elecir
Pereira Queiroz e Rosângela da Silva Lago dos Santos - responsáveis pelo
processo licitatório; as empresas N.F. Bomfim
Comércio e F.D. DE MENEZES, bem como os seus sócios-proprietários Núbia
Fernandes Bomfim e Fabiano Dockhorn de Meneses.
IRREGULARIDADES
No
decorrer de um inquérito civil aberto pela 1ª Promotoria de Barra do
Corda, para apurar o caso, em ambas as ações foram encontradas várias
irregularidades, como a falta de transparência
na justificativa das estimativas de quantidades dos produtos a serem
adquiridos; ausência de informação do montante dos créditos
orçamentários disponíveis para a licitação; exigência de que as empresas
participantes sejam inscritas no Registro Cadastral do
Município de Barra do Corda, o que não encontra amparo na Lei das
Licitações (nº 8.666/1993); exigência de que o edital de licitação fosse
consultado ou obtido somente na sala da Comissão Permanente de
Licitação de Barra do Corda, restringindo o caráter competitivo
do certame.
O
membro do Ministério Público, ao se referir à falta de estudos técnicos
da licitação 07/2015 para a compra das quantidades especificadas,
chamou atenção para alguns itens adquiridos,
como: 300 kg de alho, 200 kg de sal, 200 kg de pimentão e 300 baldes de
20 litros. “A ausência desses estudos que comprovem a necessidade dos
produtos no quantitativo indicado pode levar a um consequente
desperdício de recursos públicos e aumento indevido
dos custos da contratação”, destacou.
PENALIDADES
Diante dos fatos, o Ministério Público requereu a aplicação das seguintes penalidades: a indisponibilidade dos bens dos réus;
ressarcimento integral do dano; perda da
função pública; suspensão dos direitos políticos por oito anos;
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
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