quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Ações 6 meses para o fechamento do cadastro eleitoral

TRE-MA alerta sobre 6 meses para fechamento do cadastro eleitoral com ações em shoppings, terminais e universidade

Iniciativa busca reforçar a importância de regularizar o título e não deixar para a última hora, esse é o objetivo da Justiça Eleitoral no Maranhão.

Em 6 de novembro de 2025 faltarão 6 meses para o fechamento do cadastro eleitoral, que ocorrerá em 6 de maio de 2026. Para marcar a data e reforçar a importância de regularizar o título e não deixar para a última hora, o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão promoverá uma série de ações de atendimento e orientação ao eleitorado em locais de grande circulação da ilha de São Luís.

Durante o dia, equipes da justiça eleitoral estarão presentes nos shoppings São Luís, da Ilha e Golden (das 10h às 15h); nos Terminais de Integração do São Cristóvão e da Cohab (das 11h às 17h); e na área de vivência da Universidade Federal do Maranhão (das 11h às 16h), oferecendo informações sobre alistamento, transferência, revisão de dados e emissão da 2ª via do título, além de coletando a biometria de pessoas que ainda não possuem.

O Regional reforça que o atendimento pode ser feito presencialmente nos fóruns, cartórios eleitorais, postos itinerantes ou online, pelo site do TRE-MA, onde é possível consultar a situação eleitoral e enviar documentos digitalmente.

Com essas ações descentralizadas, a justiça eleitoral do Maranhão reafirma seu compromisso de facilitar o acesso da população aos serviços eleitorais, aproximando-a das pessoas e promovendo uma participação cada vez mais consciente e informada no processo democrático.

Área de vivência da UFMA das 11h às 16h - chefes de cartório Victor Hugo (1ª zona) e Fábio Ximenes (10ª zona)

Golden Shopping - praça de alimentação das 10h às 15h - chefe de cartório Vanessa Eulálio (76ª zona)

Terminal de Integração do São Cristóvão - 11h às 17h - chefe de cartório Renilda Lopes (89ª zona)

Terminal de Integração da Cohab - 11h às 17h - chefe Clédina Lobato (balcão de atendimento do Fórum Eleitoral de São Luís)

SES abre processo seletivo para tutores e supervisores do Programa Mais Médicos

 

A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES), por meio da Escola de Saúde Pública do Maranhão (ESP/MA), abriu processo seletivo para formação de cadastro de reserva de tutores acadêmicos e supervisores do Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB). As inscrições estarão abertas de 5 a 9 de novembro, por meio do site da secretaria: [url=http://www.saude.ma.gov.br]http://www.saude.ma.gov.br[/url].

O seletivo tem como objetivo fortalecer o acompanhamento acadêmico e pedagógico dos médicos participantes do PMMB nas regiões de saúde nos municípios de Caxias, Codó, Pedreiras, Presidente Dutra, São João dos Patos e Timon, que compõem a Macrorregião Leste do Maranhão. 

O processo seletivo reafirma o compromisso do Governo do Maranhão com a formação continuada dos profissionais de saúde e o fortalecimento da Atenção Primária no estado. “O Mais Médicos tem um papel estratégico na ampliação do acesso à saúde e na qualificação do trabalho médico. Este processo garante que o acompanhamento dos profissionais aconteça de forma estruturada e pedagógica, contribuindo para uma atenção mais resolutiva à população”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.

O processo prevê a seleção de médicos para compor o banco de profissionais que poderão ser convocados conforme a necessidade do programa. Os profissionais selecionados atuarão no acompanhamento e orientação dos médicos participantes do programa, garantindo a integração ensino-serviço e o fortalecimento da atenção básica nas regiões contempladas.

Mais informações
O tutor receberá bolsa mensal no valor de R$ 5.000,00, e o supervisor R$ 4.000,00, ambas custeadas pelo Ministério da Educação. A carga horária mínima semanal é de 10 horas para tutores e de 8 horas para supervisores, com possibilidade de atividades presenciais e remotas.

As inscrições podem ser feitas até às 23h59 do dia 9 de novembro, mediante envio da documentação exigida no edital, incluindo diploma, CRM-MA, currículo Lattes e declarações de disponibilidade. As candidaturas serão avaliadas com base na análise curricular e documentação comprobatória. O resultado final será divulgado no site da Secretaria.

Após ação do MPF, integrante de grupo criminoso é condenado por tráfico internacional de drogas em Bacabal

 

O Ministério Público Federal (MPF) obteve na Justiça Federal a condenação de um homem acusado de chefiar uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, com pena que ultrapassa 20 anos de reclusão. A denúncia foi apresentada após investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) que identificaram uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de entorpecentes na região do Médio Mearim, no Maranhão.

O esquema criminoso foi desarticulado em 2016, após a deflagração da Operação Thunderbolt pela Polícia Federal. De acordo com a investigação, o homem liderava um núcleo de crime organizado voltado ao tráfico internacional de drogas, atuando no Maranhão entre 2014 e 2016.

A Justiça apontou, na sentença, a existência de elementos que comprovam a autoria dos crimes, com base em interceptações telefônicas, em depoimentos, em mensagens trocadas que registraram a aquisição de drogas e na apreensão de carregamento de 170 kg de cocaína em Santa Inês (MA). De acordo com as investigações, 60 kg da droga apreendida pertenciam ao acusado.

Crime transnacional – A sentença judicial reconheceu a relação do caso com a rota de tráfico de cocaína na região da Tríplice Fronteira (Brasil, Colômbia e Peru). O chefe da quadrilha mantinha contato direto com um traficante colombiano. Na dinâmica, o traficante colombiano fornecia entorpecentes que seriam, posteriormente, comercializados no Maranhão pelo chefe da organização, com o auxílio de outras cinco pessoas.

Segundo as investigações, o acusado exercia posição de liderança no núcleo da organização, com atuação concentrada na macrorregião de Bacabal (MA). Ele foi identificado como um dos principais fornecedores de cocaína da região, praticando o crime de tráfico de drogas em diversas modalidades: adquiriu, importou, guardou e vendeu entorpecentes.

A Justiça Federal condenou o réu por tráfico internacional de drogas e por associação para o tráfico. A sentença definiu a pena em 23 anos, 4 meses e 20 dias de reclusão em regime fechado, além do pagamento de 2.332 dias-multa, no valor mínimo legal.

MPMA assina acordo para combate ao mercado irregular de combustíveis

 

Em reunião realizada na manhã desta quarta-feira, 5, na Procuradoria-Geral de Justiça, o Ministério Público do Maranhão (MPMA) assinou Termo de Cooperação Técnica com o Instituto Combustível Legal (ICL). O objetivo é aprimorar a eficiência das fiscalizações por meio de parcerias técnico-operacionais que otimizem recursos públicos. O acordo tem prazo de 24 meses, podendo ser prorrogado.

Assinaram o documento o procurador-geral de justiça do MPMA, Danilo de Castro, e o diretor do ICL, Carlo Rodrigo Faccio.

Do MPMA, acompanharam a reunião, o coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária do Ministério Público do Maranhão (Gaesf), Giovanni Papini Cavalcanti Moreira; o diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais, Ednarg Fernandes Marques; e o diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão, Fábio Henrique Meireles Mendes.

Também esteve presente o chefe de fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Jorge Castro, além de assessores do órgão.

A principal finalidade do termo é o compartilhamento de informações entre o MPMA e o ICL, sem ônus ou qualquer contrapartida, sobre o mercado de combustíveis, incluindo estudos relativos a índices de sonegação e inadimplência.

Outro objetivo é a execução, em parceria, de ações de fiscalização, monitoramento e combate a irregularidades no setor, incluindo a padronização de boas práticas e a promoção de ações educativas.

AÇÕES

Entre as atividades previstas estão a identificação e fiscalização de postos revendedores com suspeita de adulteração de combustíveis ou irregularidades metrológicas; coleta e análise de amostras de combustíveis comercializados nos estabelecimentos (gasolina, etanos e diesel); compartilhamento de laudos técnicos para embasar a atuação do MPMA; capacitação e treinamento, prático e teórico, de agentes públicos vinculados às ações.

Algumas das obrigações do MPMA são: articular um plano de ação e indicar postos prioritários para fiscalização, com base nos dados do ICL; custodiar laudos técnicos; fornecer suporte jurídico às ações; adotar medidas administrativas cabíveis (autuações, interdições, etc.).

Cabe ao ICL, entre outras obrigações, garantir imparcialidade às ações; capacitar membros do MPMA; compartilhar dados e manter sigilo sobre as informações até a conclusão de cada fiscalização.

“O Ministério Público do Maranhão tem interesse e o dever de executar esse trabalho, porque envolve o combate ao crime, a elevação da arrecadação e, principalmente, a proteção ao consumidor final”, disse o procurador-geral de justiça, Danilo de Castro, durante a reunião.

O INSTITUTO

O ICL é uma entidade sem fins lucrativos, que atua como órgão técnico e consultivo, em colaboração com autoridades públicas, nas fiscalizações para o combate a fraudes no setor de combustíveis. O Instituto possui metodologia científica e dados estatísticos para identificar irregularidades na área.

Porto do Itaqui apresenta potencialidades a delegação chinesa

 

Em agenda voltada à ampliação de parcerias comerciais a nível internacional, o Porto do Itaqui apresentou suas potencialidades à delegação da Província de Hubei, da China. O encontro, promovido pela Investe Maranhão na terça-feira, 4/11, foi marcado pela assinatura da Carta Conforto, que formaliza o interesse mútuo em desenvolver cooperação nas áreas econômica, educacional, tecnológica e cultural. Além do Itaqui, estiveram presentes diversas secretarias de estado. 

Durante o evento, foram mostradas as principais iniciativas do Maranhão nas áreas de educação, agricultura, turismo e infraestrutura portuária. A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), autoridade do Itaqui, destacou os números operacionais do porto, incluindo avanços em planejamento e novos negócios.

Após as exposições, a Diretora-Geral do Escritório de Assuntos Externos do Governo da Província de Hubei, Zhang Xiaomei, reforçou o interesse pela cooperação entre os dois territórios, abrindo caminho para novas parcerias. 

Sobre Hubei

A província de Hubei possui um potencial de mercado na região central da China, que abrange seis províncias e uma população total próxima de 400 milhões de pessoas, sendo 61 milhões apenas em Hubei.

Esse cenário representa uma ampla oportunidade para investimentos e comércio internacional, especialmente com o Maranhão, que busca ampliar sua presença nesse mercado.

MPF obtém decisão que obriga Incra a regularizar projeto de assentamento em Magalhães de Almeida

 

O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que adote medidas para a regularização do Projeto de Assentamento (PA) Santo Agostinho, localizado no município de Magalhães de Almeida (MA). A sentença, proferida pela 8ª Vara Federal Ambiental e Agrária do Maranhão, reconheceu a omissão prolongada da autarquia federal, que ainda não concluiu o Plano de Recuperação do Assentamento (PRA) elaborado em 2006, e fixou prazos para a adoção de medidas de reestruturação fundiária e ambiental da área.

Durante a apuração do MPF, iniciada em 2014, foi constatado um quadro de conflitos entre assentados e ocupantes irregulares, ausência de georreferenciamento e demarcação dos lotes, e falta de titulação das famílias beneficiárias, situação que se arrastava há mais de duas décadas. As investigações revelaram que a omissão do Incra em concluir o processo de regularização do assentamento havia favorecido disputas internas pela posse da terra e causado degradação ambiental em áreas de preservação permanente (APPs).

Diante da ausência de medidas efetivas por parte do Incra para resolver os problemas, o MPF entrou com uma ação civil pública contra a autarquia, em 2016, e a Justiça Federal concedeu uma decisão liminar favorável aos pedidos da ação. Foram determinadas, entre outras medidas, a realização de levantamento ocupacional e a regularização fundiária mais ampla, incluindo titulação e elaboração do Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA), em substituição ao PRA.

Entretanto, apesar de o Incra ter alegado falta de recursos humanos e orçamentários e ter adotado algumas das medidas determinadas, a Justiça entendeu que estas não foram suficientes. Um parecer técnico do MPF, elaborado por perícia especializada, apontou diversas inconsistências nas informações técnicas fornecidas pelo Incra. Entre elas, foram identificadas divergências significativas entre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o PRA, além de problemas relacionados à área de Reserva Legal.

Determinações – Na sentença, o juízo acolheu integralmente os pedidos formulados pelo MPF e condenou o Incra a realizar, em 180 dias, levantamento completo das ocupações irregulares, com identificação de todos os ocupantes e cercamentos indevidos.

Após essa etapa, a autarquia deverá corrigir as irregularidades em até um ano, adotando medidas administrativas e judiciais para retomar áreas ocupadas de forma ilícita. Também deve ser elaborado o Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) ou, alternativamente, adequar o Plano de Recuperação do Assentamento (PRA), corrigindo inconsistências em parcelamento, dimensionamento das áreas e delimitação da Reserva Legal.

A decisão também impõe ao Incra a obrigação de apresentar, em até 180 dias, um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), abrangendo a recomposição de APPs e a correção de erros no cálculo da Reserva Legal, que incluía indevidamente a Lagoa do Bacuri, ignorando sua natureza de corpo d'água natural.

Ao acolher os argumentos do MPF, a Justiça Federal destacou que a alegação de falta de recursos humanos e financeiros não exime o Estado de cumprir suas obrigações constitucionais, reafirmando que a atuação judicial visa garantir a efetividade do direito à terra, ao meio ambiente equilibrado e ao desenvolvimento sustentável das comunidades rurais.

Paulo Victor propõe mutirões itinerantes para fortalecer a saúde da mulher em São Luís

 

Está em análise nas comissões temáticas da Casa Legislativa o Projeto de Lei nº 379/25, de autoria do vereador Paulo Victor (PSB), que dispõe sobre a realização de Mutirões Itinerantes da Saúde da Mulher, com foco na prevenção, atendimento e promoção da saúde integral em comunidades da capital maranhense.

De acordo com a proposição, os mutirões deverão oferecer exames preventivos, como papanicolau e mamografia, além de testes rápidos de infecções sexualmente transmissíveis, aferição de pressão e glicemia. Também estão previstas ações educativas sobre saúde sexual e reprodutiva, violência doméstica, planejamento familiar e higiene menstrual, com participação de profissionais de diversas áreas, como ginecologia, enfermagem, psicologia e assistência social.

O projeto prevê ainda que as ações sejam realizadas em parceria com unidades de saúde da família, associações comunitárias, instituições de ensino e organizações da sociedade civil, priorizando regiões com maior índice de vulnerabilidade social e déficit de cobertura na atenção básica. Segundo o parlamentar, o objetivo é reduzir desigualdades e promover um cuidado mais próximo da realidade das mulheres ludovicenses. 

“A realização de mutirões itinerantes é uma estratégia eficaz para ampliar a cobertura de exames preventivos e promover o cuidado humanizado, especialmente em áreas periféricas, favelas e comunidades que enfrentam dificuldades de mobilidade ou escassez de unidades de saúde próximas”, destacou Paulo Victor.

A pedido do MPMA, Justiça suspende show em aniversário da cidade em Governador Nunes Freire


Após pedido do Ministério Público do Maranhão (MPMA), a Justiça determinou nesta quarta-feira, 5, a suspensão do show da dupla sertaneja Mayara e Maraísa, que seria realizado no próximo sábado, 8, durante as comemorações do aniversário do município de Governador Nunes Freire. A apresentação artística custaria R$ 654 mil aos cofres públicos, incluindo gastos com palco, iluminação, som, recepção, hospedagem, abastecimento de veículos e equipe de apoio.

A sentença, proferida pelo juiz Bruno Chaves de Oliveira, acolhe os pedidos feitos pela promotora de justiça Rita de Cássia Pereira Souza, que está respondendo temporariamente pela comarca, em Ação Civil Pública ajuizada, nesta terça-feira, 4, contra o Município e o prefeito Luis Fernando de Castro Braga.

O Município deve publicar, no prazo de 24h, na página principal do portal da prefeitura, o aviso de cancelamento do show devido à decisão judicial.

Os acionados estão proibidos de efetuar pagamentos ou transferências financeiras relativas ao contrato assinado com a dupla e nem contratar outra atração artística da mesma magnitude.

A multa por descumprimento determinada é de R$ 70 mil diários, a serem pagos pessoalmente pelo gestor municipal. O montante deve ser transferido ao Fundo Estadual dos Direitos Difusos.

A Ação foi fundamentada no fato de que servidores municipais ainda não receberam o pagamento das férias referentes aos anos de 2023 e 2024 e demais vantagens funcionais. Além disso, as mensalidades sindicais descontadas em folha de pagamento também não foram repassadas ao sindicato.

CONTRASTE

Em setembro, o MPMA instaurou procedimento administrativo para fiscalizar a aplicação dos recursos no aniversário da cidade.

A Promotoria também encaminhou Recomendação ao Município, solicitando que se abstivesse de utilizar recursos públicos para organizar e realizar eventos festivos e shows, especialmente, o da dupla. Porém, após o recebimento da Recomendação, a Prefeitura começou a divulgar a realização do show da dupla.

O Município informou que seriam utilizados recursos financeiros próprios, previstos em dotação orçamentária da Secretaria de Cultura, mas não comprovou o recebimento das receitas. Encaminhou a cópia de processo de inexigibilidade de licitação, iniciado em 16 de setembro, para contratação das cantoras.

Antes disto, o MPMA já havia instaurado, em fevereiro, um Procedimento Administrativo para acompanhar as providências adotadas pelo Município para regularizar o pagamento das vantagens atrasadas dos servidores.

Justiça recebe denúncias contra advogados em Arame

 

O juiz Rafael de Lima Sampaio Rosa, titular da Vara Única da Comarca de Arame, decidiu pela aceitação de denúncia apresentada pelo Ministério Público, tendo como investigados seis advogados que atuam regularmente na comarca na área criminal. As acusações, que tramitam sob diferentes processos, tratam de supostos crimes de apropriação indébita e uso de documento falso, conforme tipificações previstas no Código Penal brasileiro. As denúncias foram apresentadas após a conclusão de inquéritos policiais instaurados pela Delegacia de Polícia Civil de Arame e, ao serem analisadas pelo juiz, tiveram seu recebimento formalizado, com o consequente início das ações penais.

O recebimento da denúncia significa que o Judiciário aceitou a peça de acusação do Ministério Público, dando início formal ao processo penal. Isso não é uma condenação, mas indica que a denúncia atende aos requisitos legais e que o acusado se torna réu, passando a ter a oportunidade de se defender. O próximo passo é a citação dos acusados para responderem à acusação por escrito. Sobre o caso, entre as providências adotadas, o juiz determinou a citação dos acusados para apresentação de resposta à acusação no prazo legal, bem como a expedição de ofícios à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão, encaminhando cópias integrais do dos processos para apuração disciplinar, em observância ao Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/1994).

IDOSOS E PESSOAS INDÍGENAS

As denúncias envolvem a retenção indevida de valores pertencentes a clientes idosos e pessoas indígenas em ações judiciais, além de suposto uso de procurações com impressões digitais falsificadas em processos previdenciários. Em um dos casos, foi requerida uma medida cautelar de sequestro de bens para garantir eventual reparação de danos às vítimas. O magistrado ressaltou que os denunciados terão assegurados todos os direitos constitucionais ao contraditório e à ampla defesa.

“A atuação reflete o comprometimento do Poder Judiciário maranhense em garantir a lisura e a regularidade das atividades jurisdicionais, reforçando a cooperação institucional entre Judiciário, Ministério Público e OAB/MA, em prol da ética profissional e da proteção da confiança da sociedade no sistema de justiça”, pontuou.

LUDIBRIAR O JUDICIÁRIO

Litigância predatória é o uso abusivo do sistema judiciário para obter vantagens indevidas, através do ajuizamento de um grande número de ações com base em alegações falsas ou deturpadas, o que congestiona o Judiciário e pode prejudicar o acesso à justiça eficiente. Essa prática, também conhecida como “demandismo” ou advocacia predatória, pode envolver o uso de procurações inválidas ou desatualizadas, pedidos genéricos, ou a ausência de tentativa de resolução fora do tribunal.

O Tribunal de Justiça do Maranhão tem atuado no combate a esse fenômeno por meio de cursos, notas técnicas e ações judiciais, como a identificação de advogados com grande número de processos e a extinção de ações com vícios processuais.

Eficiência do TJMA é destaque em comemoração de 212 anos com entrega de medalhas

 

Um dia de homenagens prestadas e elogios recebidos. A sessão solene de comemoração dos 212 anos do Tribunal de Justiça do Maranhão, a terceira corte mais antiga do Brasil, fundada em 4 de novembro 1813, realizada nesta quarta-feira (5/11), prestou homenagem a 22 personalidades, com a entrega das medalhas Cândido Mendes e Antônio Rodrigues Vellozo. Presentes ao evento, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e outras autoridades elogiaram a eficiência do TJMA, que em 2025 foi premiado em primeiro lugar com 100% de conformidade em todos os critérios no Ranking de Transparência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O presidente do TJMA, desembargador Froz Sobrinho, elencou uma série de outras premiações recebidas pelo Judiciário maranhense na atual gestão, realizações já efetivadas e ações ainda a serem implementadas, especialmente para a inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade.


A nossa tarefa de serviço é diária. A fome pede urgência, a sede pede urgência, quem não tem casa, quem não tem roupa pede urgência. É para eles, principalmente, que a gente trabalha. Todo o sistema de justiça tem esse sentimento: de atingir essas pessoas", destacou Froz Sobrinho.

O presidente Fachin [ministro Edson Fachin, presidente do STF e do CNJ] manda um abraço ao Tribunal de Justiça do Maranhão e todos nós, do Supremo, estamos felizes de ver um dos tribunais mais antigos do Brasil avançando na modernização, na estruturação, no cumprimento das metas do Conselho Nacional de Justiça", parabenizou o ministro Flávio Dino.

Não é à toa que, esse ano, o TJ do Maranhão já ganhou diversos selos, premiações do Conselho Nacional de Justiça, pela aplicação, pelo cumprimento das políticas públicas judiciárias", acrescentou o procurador regional da República Pablo Coutinho Barreto, também conselheiro do CNJ.

O Poder Judiciário do Maranhão tem dado, cada vez mais, lições para o Brasil, seja na questão da celeridade, no julgamento dos processos, seja na transparência de tudo aquilo que acontece aqui", elogiou o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, após destacar a parceria do TJMA com o município em ações de regularização fundiária e na rede de proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade.

O Tribunal faz 212 anos e a gente vive um momento onde há uma compreensão dos três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário – e também vejo aqui o Ministério Público – de que é necessário a independência dos poderes, mas se torna mais necessário, para que o Estado avance, a harmonia entre os poderes", avaliou a presidente da Assembleia Legislativa (Alema), deputada estadual Iracema Vale.

Compuseram a mesa da solenidade, o presidente do TJMA, desembargador Froz Sobrinho; o ministro Flávio Dino; o procurador-geral do Estado do Maranhão, Denílson Reis Almeida, representando o governador Carlos Brandão; a presidente da Alema, deputada estadual Iracema Vale; os conselheiros do CNJ, Guilherme Feliciano e Pablo Coutinho Barreto; o procurador-geral de Justiça, Danilo Ferreira; o prefeito de São Luís, Eduardo Braide; o presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão, juiz Marco Adriano Fonseca; o subdefensor público-geral do Maranhão, Paulo Costa; a vice-presidente da OAB/MA, Tatiana Costa; e a diretora-geral do TJMA, juíza Ticiany Gedeon Palácio.

HISTÓRIA

Depois de o presidente do TJMA, desembargador Froz Sobrinho, abrir a solenidade, o desembargador Lourival Serejo, presidente da Comissão de Documentação, Revista, Jurisprudência e Biblioteca do TJMA, destacou a instalação do TJMA como Tribunal da Relação, em 4 de novembro de 1813, sob a presidência do jurista Antônio Rodrigues Vellozo de Oliveira, passando, anos depois, a chamar-se Superior Tribunal de Justiça, depois Corte de Apelação e Tribunal de Apelação, até firmar-se com a atual denominação em definitivo.

Nosso Tribunal foi criado quando o Brasil buscava assentar-se sobre novas bases institucionais, fortalecendo-se ao evoluir do tempo como o garantidor dos direitos fundamentais, e sua história é inseparável da evolução do Estado brasileiro, indubitavelmente ligada à distribuição da justiça e ao fortalecimento do Estado de Direito", apontou Lourival Serejo.

O magistrado ressaltou que a data histórica representa a capacidade do TJMA de responder aos desafios dos tempos, trabalhando em prol da democracia plena, que é construída há décadas no país. 

“Nunca poderia imaginar o desembargador Antônio Rodrigues Vellozo de Oliveira e seus pares que, depois de 212 anos, este Tribunal estaria todo informatizado, teria uma escola judicial para aprimorar funcionários e juízes de direito, com uma administração pautada no planejamento estratégico, na gestão de pessoas e suas atividades seriam balizadas nas melhores práticas de compliance e transparência, e que, no ano de 2025, aceitaria o desafio de conviver com a inteligência artificial”, enfatizando ainda a conquista do Selo Diamante (resultado preliminar) e o trabalho do Arquivo Judicial e do Museu do TJMA na preservação da memória institucional.

ENTREGA DE MEDALHAS

Desembargadores e desembargadoras que indicaram os nomes para recebimento da Medalha do Mérito Judiciário Antônio Rodrigues Vellozo – alguns representados por colegas de Corte – fizeram a entrega da comenda, ao lado do desembargador Froz Sobrinho, iniciando pela juíza federal da Justiça Militar, Vera Lúcia da Silva Conceição.

Em seguida, receberam a comenda: o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Tarcísio José Sousa Bonfim; a secretária de Estado da Educação do Maranhão, Jandira Dias; o procurador de Justiça aposentado do Ministério Público de São Paulo, Felipe Locke Cavalcanti; o deputado estadual Ariston Gonçalo; o presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Anoreg/BR), Devanir Garcia; o comandante-geral da Polícia Militar do Maranhão – SSP/MA, coronel Wallace Amorim; o tenente-coronel Carlos Alberto Gomes Carvalho; o professor José Antonio Figueiredo de Almeida Silva; o professor José Carlos Sousa Silva.

Na sequência, foi homenageado o advogado e ex-presidente da OAB/MA, Mário de Andrade Macieira (in memoriam), representado pelo irmão, Carlos de Andrade Macieira, e pelo filho, Francisco José Medeiros Macieira, que receberam a medalha do ministro Flávio Dino e do desembargador Froz Sobrinho, que elogiaram a história de vida e trajetória de Mário Macieira.

Também receberam a Medalha do Mérito Judiciário Antônio Rodrigues Vellozo: os advogados Rômulo Godin de Faria, Abdon Marinho e Pedro Duailibe Mascarenhas; o servidor mais antigo do TJMA, com 55 anos de serviços prestados e chefe da Divisão de Serviços do TJMA, Joaquim Francisco Figueiredo dos Anjos; a servidora do TJMA Maria José Milhomem; o coordenador de segurança da Diretoria de Segurança Institucional e Gabinete Militar do TJMA, tenente-coronel Eduardo Pinheiro; o major Wellington Pereira da Silva; o major Edmílson Meneses Caldas; e a chefe do Cerimonial do TJMA, Márcia Banhos.

Por fim, receberam a Medalha Especial do Mérito Cândido Mendes, os conselheiros Pablo Coutinho Barreto e Guilherme Guimarães Feliciano, do CNJ.

DISCURSOS

Falando em nome dos homenageados e das homenageadas, o professor José Antonio Figueiredo de Almeida Silva agradeceu pela honraria, saudou demais pessoas agraciadas pela comenda, enalteceu o legado de Mário Macieira, falou sobre aspectos da história do TJMA, a importância das medalhas, a relevância de Cândido Mendes e Antônio Rodrigues Vellozo e outras autoridades que marcaram a trajetória do Tribunal.

No momento presente, presidido pelo eminente desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho, oriundo do quinto constitucional do Ministério Público, o TJMA tem demonstrado um compromisso profundo e multifacetado na promoção de uma Justiça acessível, transparente e socialmente impactante, alinhado às diretrizes do CNJ", afirmou José Antonio Almeida Silva.

O também advogado citou iniciativas como a inclusão digital, proteção dos vulneráveis, pacificação social e sustentabilidade ambiental, que alcançaram reconhecimento nacional, tornando-se referências no Judiciário brasileiro. Elogiou a transparência, ações de conciliação, regularização fundiária, convocação de magistrados/as e servidores/as.

Falou sobre sua relação com a Corte, sendo um dos advogados mais antigos em atuação no estado, dedicou a homenagem ao pai, José Antonio de Almeida Silva, que foi desembargador do TJMA, à mãe Elimar Figueiredo de Almeida Silva, procuradora de justiça aposentada e advogada com inscrição mais antiga dentre as mulheres na OAB/MA, de 96 anos, presente ao evento, além de outros familiares.

“Aprendi, ao longo desses anos, que o advogado, o juiz, o promotor, o servidor, cada um à sua maneira, são artífices da esperança”.

Disse que receber a honraria não é um ponto de chegada, mas um chamado à continuidade.

“Quero, aqui, registrar minha gratidão profunda ao Tribunal de Justiça do Maranhão, em nome de seu presidente. Agradeço, igualmente, aos colegas e amigos que me inspiram, aos familiares que me sustentam, e àqueles que me ensinaram que honrar a Justiça é, acima de tudo, honrar a vida”, finalizou.

TRIBUNAL DO POVO

O ministro Flávio Dino saudou os/as homenageados/as e dedicou sua fala ao advogado maranhense Mário Macieira, falecido em julho deste ano. Destacou o alcance do Selo Diamante pelo TJMA, em resultado preliminar, que avaliou ser fruto de ações como a utilização intensiva da tecnologia, a instalação dos Pontos de Inclusão Digital (PIDs), apontando a relevância de iniciativas como o projeto “Casamentos Comunitários”, que há 30 anos promove a união civil de casais do Maranhão gratuitamente.

Desejo que esses 212 anos sejam bem comemorados, uma vez que aprendemos com nossos hinos a primacialidade da justiça e do direito, o hino nacional fala da clava forte da justiça, e o nosso hino do Maranhão fala que a luz dourada nasce do direito, então, que essa luz dourada continue a resplandecer neste egrégio Tribunal do povo do Maranhão", concluiu.

ORGULHO E FELICIDADE

“Vossa Excelência é um orgulho para todos nós”, disse o desembargador Froz Sobrinho sobre o ministro Flávio Dino, em nome de quem saudou todas pessoas integrantes da mesa, a plateia, onde estavam sua esposa, Edmée Froz, e a procuradora de Justiça aposentada, Elimar Almeida Silva, servidores/as e a equipe de juízes/as e diretores/as do TJMA.

O Tribunal de Justiça do Maranhão é o único tribunal em que a maioria dos diretores e diretoras é formada por mulheres. É o único Tribunal da Federação", revelou. 

O desembargador Froz Sobrinho disse que o TJMA demonstrou um compromisso profundo com a sociedade maranhense, com a promoção de uma justiça acessível, transparente e socialmente impactante, alinhado às diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com iniciativas que priorizaram a inclusão digital, a proteção aos vulneráveis, a pacificação social e a sustentabilidade ambiental, alcançando reconhecimentos nacionais que reforçam sua relevância como poder de referência e respeito no Judiciário brasileiro.

Apontou que, até outubro passado, o TJMA instalou seu 130º Ponto de Inclusão Digital, no território indígena de Grajaú, beneficiando diretamente 48 aldeias da etnia Guajajara e povoados adjacentes. Citou outras unidades e disse que o Judiciário vai inaugurar um PID na Ilha dos Lençóis, no município de Cururupu.

Reforçou a atuação na Transparência e Governança, com liderança nacional no Ranking do CNJ, sendo o único estadual em sua categoria.

Citou a pacificação social alcançada com a Conciliação Itinerante, programa que acumulou mais de R$ 1,5 milhão em acordos negociados até outubro, a partir de 862 audiências que resultaram em 689 homologações, desempenho que rendeu ao TJMA uma Menção Honrosa na categoria Produtividade do XV Prêmio Conciliar é Legal do CNJ.

Na proteção à infância e juventude, falou do Prêmio Prioridade Absoluta 2025 do CNJ. No combate ao feminicídio, disse que, somente neste semestre, o TJMA concedeu 4.823 medidas protetivas de urgência, com tempo médio de processamento de dois dias, refletindo agilidade no atendimento. Foram julgados 2.689 processos de violência doméstica e 98 casos de feminicídio. No Eixo de Execução Penal da UMF/TJMA, falou sobre a priorização da humanização do sistema prisional, lembrando que o Maranhão se destacou com o Prêmio de Gestão Penitenciária e o Plano Pena Justa, por meio de várias ações.

O desembargador lembrou que o TJMA obteve reconhecimentos nacionais no âmbito da justiça ambiental e regularização fundiária, com menções honrosas no Prêmio Solo Seguro Edição 2024/2025 do CNJ, com destaque para o Projeto Alcântara, que regularizou 78 mil hectares para 152 comunidades quilombolas, beneficiando mais de 3 mil famílias, e o Florestas Seguras, que protegeu áreas na Floresta dos Guarás (Cururupu e Serrano do Maranhão), promovendo titulação coletiva e monitoramento ambiental em parcerias com Incra e demais órgãos federais.

Falou da entrega, em outubro, do registro definitivo da matrícula imobiliária do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses à União, em cerimônia na Assembleia Legislativa, garantindo inalienabilidade e imprescritibilidade da área para conservação de dunas, rios e lagoas, com impacto na biodiversidade e turismo sustentável.

Enalteceu o Programa PopRuaJud, conduzido pelo conselheiro Pablo Coutinho e pela desembargadora Graça Amorim. “Nós estamos fazendo o acolhimento das pessoas em situação de rua, não só em São Luís, mas no Maranhão todo”, orgulhou-se Froz Sobrinho, que ainda citou o local de atendimento permanente, recém-inaugurado na instalação do antigo Casino Maranhense, e o Guarda-Roupa Social, no Fórum de São Luís.

Elogiou o fortalecimento institucional com apoio do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa, para implementar leis e nomear e juízes/as e servidores/as

“Nós já nomeamos 59 servidores e 28 novos juízes concursados, ao longo do ano. Até dezembro, a gente vai nomear mais 15 novos juízes/as e mais o triplo de servidores, 45 servidores/as, para trabalhar com esses novos juízes/as”, disse.

Afirmou que o TJMA alcançou, este ano, 109,90 % de cumprimento das metas. “Quase meio milhão de processos julgados, apenas este ano”, acrescentou.

Apontou, como novidade, a política de proteção e atenção com as pessoas idosas, que rendeu ao TJMA o Selo Tribunal Amigo da Pessoa Idosa.

Falou ainda sobre a contribuição do Judiciário maranhense para a preservação do Centro Histórico, com a aquisição de imóveis. Anunciou para 10 de dezembro a inauguração do novo Fórum de Imperatriz, “a maior obra do Estado do Maranhão que está sendo feita”, além da ampliação do Fórum de Açailândia. Enumerou a criação e instalação de várias novas varas na gestão, que terá, ainda este ano, a instalação das varas únicas de Peritoró e de Santo Amaro do Maranhão.

Depois de saudar individualmente cada desembargador e desembargadora, o presidente do TJMA encerrou a sessão solene.

Nossa estrada nesses memoráveis 212 anos está sendo pavimentada com britas de dedicação e asfalto vitoriosos. Acreditamos nos ensinamentos do Padre Antônio Vieira, de que ‘os passos passam, as pegadas ficam’. Nossas pegadas já estão nos 212 anos de história deste Tribunal. Deus abençoe os anos que virão, pois, até aqui, Ele nos ajudou. Muito obrigado", finalizou o presidente.

Também compareceram ao evento outros(as) representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nos âmbitos federal, estadual e municipal, autoridades militares e eclesiásticas, acadêmicas, familiares, amigos e amigas dos homenageados e homenageadas.

Criada pela lei 2.814, de 1967, posteriormente regulamentada pela Resolução nº 4, de 1999, a Medalha do Mérito Judiciário Desembargador Antônio Rodrigues Vellozo cultua a memória do primeiro chanceler do então Tribunal da Relação de São Luís. É concedida às personalidades que tenham prestado relevantes serviços à Justiça. 

A Medalha Especial do Mérito Cândido Mendes, a mais alta comenda do Judiciário maranhense, foi instituída pela Resolução nº 56/2013 e é uma reverência ao jurista maranhense que se notabilizou pelos estudos jurídicos e pelas ações em defesa das fronteiras do país.

Justiça anula retificação da planta e registro do Loteamento Cohab-Vinhais

 

O juiz da Vara de Direitos Difusos e Coletivos de São Luís, Douglas de Melo Martins, declarou nulo o ato de averbação que retificou a planta e registro do Loteamento Cohab-Vinhais e todos os demais atos seguintes, devolvendo ao Município de São Luís todas as áreas do loteamento, conforme registro de 28 de dezembro de 1979.

Quanto às consequências desse ato em relação às construções de moradias já realizadas em boa-fé, a extinta COHAB - Maranhão Parcerias (MAPA) - deverá indenizar os moradores pelos danos causados, compensando com a entrega de outras áreas de igual ou maior tamanho no Município de São Luís, conforme a Lei Federal nº 13.655/2018.

Na decisão, o juiz entendeu que a averbação nº 4, realizada na Matrícula nº 622, Livro nº 2-C, em 8 de fevereiro de 1990 e os atos que se seguiram “violaram flagrantemente” a Lei nº 6.766/1979 e a Constituição Federal, configurando dano à ordem urbanística e ambiental”.

RETIFICAÇÃO DO LOTEAMENTO

O Ministério Público (MP) ajuizou a ação na Justiça informando que o Loteamento Cohab-Vinhais teria sido averbado na matrícula em 1979, ocasião na qual foram arquivados os documentos que indicavam as áreas públicas e privadas que o integravam. Em 1990, a MAPA teria feito a retificação do loteamento, com autorização do Município de São Luís.

Ao comparar as duas plantas e seus [http://data:text/plain,void]memoriais, foi constatado que a MAPA, na condição de loteadora, se apropriou de 169.979,66m² de áreas públicas remanescentes do loteamento, que já pertenciam ao Município de São Luís e se destinavam ao uso da sociedade como bens de uso comum do povo.

O MP também informou que há construção de moradias em área verde constituída por um bosque previsto no memorial do loteamento e que foi apropriado pela MAPA na retificação do loteamento realizado em 1990.

RESERVA DE ÁREAS

Na análise do caso, o juiz Douglas Martins citou a Lei nº 6.766/79, que regula a criação de parcelamentos e prevê a reserva de áreas para a criação de espaços públicos de uso comum, destinados à áreas verdes, creches, escolas, delegacias, postos de saúde, dentre outros, que não podem ter sua destinação alterada por particulares ou pelo Poder Público, por meio de atos administrativos ou lei.

Segundo o entendimento do juiz, a política urbana impõe limitações ao direito de propriedade particular, incluindo a destinação de áreas públicas nos loteamentos. E a legislação obriga o loteador a ceder parte de sua [http://data:text/plain,void]gleba em favor da coletividade, para que seja integrada ao patrimônio do município. 

“Se ao particular cabe essa doação, ao município cabe a responsabilidade ainda maior de zelar por essas áreas, assegurando sua destinação ao uso público, exercendo seu papel constitucional de promover o desenvolvimento urbano (artigo 182 da Constituição Federal) e garantindo que esses espaços permaneçam livres e acessíveis à comunidade”, concluiu Douglas Martins.

Em 12 anos, quase metade dos jovens do Bolsa Família atingiu a autonomia e deixou o Cadastro Único, revela pesquisa

 

Um estudo que acompanhou a trajetória de 15,5 milhões de jovens beneficiários do Bolsa Família revela que quase metade (48,9%) deixou completamente o Cadastro Único até 2024. A pesquisa “Determinantes da Saída do Cadastro Único: Evidências Longitudinais a partir dos beneficiários do Bolsa Família em 2012”, do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds), acompanhou os jovens durante 12 anos e identificou os fatores que determinaram a permanência ou saída da rede de proteção social.

A pesquisa analisou pessoas que, em dezembro de 2012, tinham entre sete e 16 anos e estavam registradas como dependentes na folha de pagamento do Programa Bolsa Família. O estudo escolheu tal ano, por representar um momento de estabilidade institucional do programa e por ser o primeiro com microdados detalhados do Cadastro Único sistematicamente disponíveis.

SAÍDA -- Após 12 anos de acompanhamento, 48,9% dos jovens, o equivalente a 7,6 milhões de pessoas, saíram completamente do Cadastro Único. Outros 17,6%, cerca de 2,7 milhões de jovens, saíram do Bolsa Família e permaneceram apenas no Cadastro Único, sugerindo melhora relativa de renda, mas mantendo-os ligados à rede de proteção social. Portanto, do total acompanhado, 66,45% deixou o programa de transferência de renda.

A pesquisa registrou a permanência no programa em 33,5% da coorte, aproximadamente 5,2 milhões de pessoas, o que sinaliza a persistência de condições de vulnerabilidade.

PERFIL – Em 2012, o grupo da pesquisa era predominantemente composto por jovens pardos e pretos, que totalizavam 73,4% do total. Embora 96% frequentassem a escola, 27,4% estavam em defasagem idade-série. Uma parcela expressiva das famílias vivia em condições domiciliares precárias, 14,3% moravam em casas com materiais frágeis e menos da metade, 40,4%, possuía ligação à rede coletora de esgoto.

A análise revelou seletividade no desligamento do Bolsa Família com jovens que apresentavam melhores condições iniciais em 2012, tendo maior probabilidade de não serem encontrados no Cadastro Único em 2024. O sexo masculino foi o fator individual mais robusto, aumentando significativamente a chance de saída. Jovens alfabetizados em 2012 tiveram maior probabilidade de desvinculação, assim como aqueles que trabalhavam precocemente.

Segundo o estudo, as condições familiares também influenciaram a trajetória dos jovens. Responsáveis com maior escolaridade, especialmente aqueles com ensino médio completo ou superior, aumentaram a probabilidade de desligamento. A inserção em empregos formais também esteve associada à saída do programa, assim como a situação de famílias com renda per capita superior a R$ 140 em 2012.

Em contrapartida, fatores de vulnerabilidade estiveram associados à permanência na rede de proteção social. Jovens pretos e pardos apresentaram menor probabilidade de saída em comparação a jovens brancos. A permanência também esteve relacionada a condições precárias de moradia.

TEMPO – O tempo de permanência da família no Bolsa Família até 2012 influenciou diretamente o resultado em 2024. Famílias com curta exposição ao programa, de até dois anos, tiveram a maior probabilidade de desligamento.

O estudo demonstra que a trajetória dos jovens foi influenciada pela combinação de características individuais, familiares e contextuais. A permanência no Bolsa Família esteve ligada a situações de maior vulnerabilidade. Já a saída completa do Cadastro Único sugere trajetórias de mobilidade socioeconômica, geralmente favorecidas por maior capital humano inicial e melhores condições econômicas familiares.