O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao ministro Dias Toffoli,
do Supremo Tribunal Federal (STF), por um aplicativo de mensagens, um
texto afirmando que manifestantes pró-intervenção militar devem decidir
"qual general ocupará a cadeira" ocupada pelo chefe do Executivo.
A
mensagem diz ainda que todas as manifestações são garantidas pela
Constituição, mas pede que não ocorram ataques ao Planalto, ao Supremo
ou Congresso, como ocorreu no último domingo (19), em diversas cidades. A
informação foi revelada pela jornalista Vera Magalhães, do Estado de S.
Paulo.
Bolsonaro chegou a participar de um ato
em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. A decisão gerou
extremo desconforto entre os ministros do Supremo e integrantes do
Legislativo. As manifestações que pediram "um novo AI-5", ato que
endureceu a violação de direitos fundamentais no regime militar, geraram
abertura de investigação no Supremo, a pedido da Procuradoria Geral da
República.
As diligências são conduzidas pelo ministro Alexandre
de Moraes e tem deputados federais da base do governo entre os alvos.
Moraes tem sido implacável contra ataques que miram o Supremo. O
ministro tem boa relação pessoal com Toffoli e não se recusa a atender
pedidos do presidente do Tribunal.
Outra ação, apresentada no STF pela Rede Sustentabilidade, mira o presidente Jair Bolsonaro, alegando que ele cometeu crime ao apoiar os atos.
Leia a íntegra do texto enviado a Toffoli por Bolsonaro:
Aqueles que pedem Intervenção Militar (Art. 142) antes, devem decidir qual General ocupará a cadeira do Capitão Jair Bolsonaro.
Aqueles que pedem AI-5 antes, devem mostrar onde está na Constituição tal dispositivo.
Toda
manifestação é justa e garantida em nossa CF, portanto vão para as
ruas, mas tenham uma pauta real, objetiva, com foco na missão.
Não ataquem Presidência, Supremo ou Congresso, mas aquilo que você julga que deve ser mudado.
Exijam ações, cobrem votações, critiquem sentenças, vocês atingirão seus objetivos.
O próprio Presidente tem dito que deve lealdade ao povo, assim como as Forças Armadas.
Unam
esforços, o povo quer um Brasil diferente do que temos ainda, mas para
isso deve escolher suas pautas, e também suas armas democráticas.
Dia
19, dia do Exército, o Presidente bem disse: "Agora é o povo no poder.
Mais do que o direito, vocês têm a obrigação de lutar pelo país de
vocês."
E concluiu: "Contem com o seu Presidente para fazer tudo
aquilo que for necessário para que nós possamos manter a nossa
democracia e garantir aquilo que há de mais sagrado para nós, que é a
nossa liberdade.
"Vá e vença"
FONTE: Correio Braziliense
FONTE: Correio Braziliense
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