A Justiça do Maranhão determinou o afastamento imediato dos dirigentes da Federação Maranhense de Futebol (FMF) e do Instituto Maranhense de Futebol (IMF) após constatar indícios de gestão irregular, falta de transparência e possível confusão patrimonial entre as entidades. A decisão, proferida pelo juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, atende a um pedido do Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA).
A ação civil pública, movida em julho, aponta que a FMF descumpriu deveres legais de transparência ao não disponibilizar documentos essenciais, como estatutos, atas de assembleias e balanços financeiros.
Assembleias questionadas
O processo questiona a validade das assembleias realizadas em janeiro deste ano, que aprovaram as contas de 2024 e uma reforma estatutária sem que os clubes filiados tivessem acesso prévio ao texto completo das mudanças. Segundo o MP, alterações significativas, como a criação de uma cláusula de barreira para candidaturas à presidência, foram aprovadas com base apenas em apresentações resumidas.
Intervenção e novas eleições
A decisão judicial nomeou Susan Lucena Rodrigues como administradora provisória da FMF e do IMF, com a incumbência de regularizar a gestão das entidades, promover transparência e convocar novas eleições em até 90 dias. O juiz também suspendeu os efeitos das assembleias de janeiro e determinou a publicação de todos os atos administrativos e financeiros dos últimos cinco anos nos sites das entidades.
Próximos passos
O caso segue em tramitação, e os réus ainda podem recorrer da decisão. O MPMA pede, além do afastamento definitivo dos dirigentes, o ressarcimento de eventuais danos ao patrimônio da FMF e a condenação por danos morais coletivos no valor de R$ 2 milhões.
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