O Maranhão registrou crescimento de 50% no número de pessoas desaparecidas localizadas em 2024 em relação a 2023. No primeiro semestre de 2025, a taxa de localização também avançou com aumento de 33% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Para ampliar ainda mais esses resultados, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), lançou, na manhã desta terça-feira (5), duas novas iniciativas: O Projeto Esperança e o Amber Alert.
As medidas foram apresentadas durante coletiva de imprensa no auditório da SSP, em São Luís (MA), e fazem parte de uma mobilização nacional coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), voltada à intensificação das buscas e à localização de pessoas desaparecidas em todo o país.
Maurício Martins, secretário da Segurança Pública do Maranhão, apresentou os detalhes das medidas, ao lado do delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida, da perita criminal e coordenadora do Projeto Esperança, Gislen Pinheiro e do titular do Departamento de Proteção à Pessoa (DPP) e coordenador do Amber Alert, delegado Marconi Matos.
“O Maranhão dá mais um passo estratégico no fortalecimento da segurança pública com o lançamento do Projeto Esperança, coordenado pela nossa Perícia Oficial, e do Amber Alert, desenvolvido pela Polícia Civil. São iniciativas que unem ciência, tecnologia e integração institucional para acelerar a localização de pessoas e bens. Em 2024, registramos crescimento significativo nas localizações, e o acumulado deste ano demonstra que estamos ampliando nossa capacidade de resposta em todo o estado. Com essas ferramentas, vamos potencializar ainda mais os resultados, garantindo às famílias uma resposta sobre o desaparecimento de seus entes”, destacou o secretário Maurício Martins.
Projeto Esperança
O Projeto Esperança, coordenado pela Perícia Oficial do Estado, tem como foco a coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas, permitindo ampliar o banco de perfis genéticos e agilizar a identificação de vítimas no Maranhão.
A fase atual do projeto será itinerante, com atendimentos entre 5 e 8 de agosto, e novas etapas estão previstas ao longo do ano, garantindo a continuidade do programa. Esta etapa integra mobilização nacional do MJSP, incentivando familiares de desaparecidos a contribuírem com a doação de material genético.
Para realizar a coleta, o familiar deve apresentar boletim de ocorrência do desaparecimento registrado em qualquer unidade da federação, além de documentos pessoais.
“Com esse projeto a gente amplia o atendimento aos familiares e promove celeridade nas informações sobre essas pessoas desaparecidas. O diferencial é o estreitamento da relação com os familiares. A gente vai atuar tanto na coleta de DNA quanto na coleta de outras informações como marcas, tatuagens, enfim, outros vestígios que são essenciais para identificação e localização dos desaparecidos”, disse Gislen Pinheiro, coordenadora do Projeto Esperança.
Locais de coleta no Maranhão
Nesta primeira fase do Projeto Esperança, familiares devem buscas pontos de coleta de DNA nos respectivos locais, no período de 5 a 8 de agosto.
- São Luís: Sede da SSP – Av. dos Franceses, Vila Palmeira.
- Timon: IML e Instituto de Criminalística com Laboratório Forense (LAF) – Av. Luiz Firmino de Souza, 2258, Bairro São Benedito.
- Imperatriz: IML e Instituto de Criminalística com LAF – Rua Coletora 2, s/n, Vila Vitória.
- Balsas: IML e Instituto de Criminalística – Rua 03, 273, Potosi.
- Caxias: IML – Rua Senador Costa Rodrigues, 747, Centro.
- Santa Inês: IML – Rua Olho D’Água, bairro Coheb.
O projeto conta com a participação da Central de Custódia de Vestígios Criminais (Cecrim), Instituto de Genética Forense (IGF), Instituto Médico Legal (IML), Polícia Civil – por meio do Departamento de Proteção à Pessoa da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPP/SHPP) – e do Centro de Inteligência da SSP, que coordena o Disque-Denúncia Maranhão, canal estratégico para recebimento de informações sobre desaparecidos.
Amber Alert
A segunda iniciativa é o Amber Alert, protocolo coordenado pela Polícia Civil que emite alertas emergenciais em casos de desaparecimento ou sequestro de crianças. O sistema será ativado nas plataformas da empresa Meta (Facebook e Instagram), com divulgação imediata de características da vítima e, quando disponíveis, informações sobre suspeitos, em um raio de até 160 km do local do desaparecimento.
“Essa é uma iniciativa de extrema importância e que coloca, mais uma vez, a tecnologia como uma grande aliada da segurança. Com essa estratégia, vamos disseminar com mais rapidez e facilidade casos de crianças e adolescentes de até 17 anos desaparecidos, aumentando as chances de localização em menor tempo e com a participação popular”, frisou o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida.
O delegado Marconi Matos, chefe do DPP e coordenador do Amber Alert no Maranhão, acrescentou sobre o uso da ferramenta. “O acionamento dessa estratégia depende do comunicado do desaparecimento pelo familiar. Ele deve procurar uma unidade diante a ocorrência e passar todas as informações que possuir, assim como imagens, para que nós acionemos a Meta para o disparo do alerta tanto no Facebook quanto no Instagram”.
Com a adesão ao Amber Alert, o Maranhão entra para um grupo de estados brasileiros que já contam com a tecnologia no auxílio da comunicação e busca imediata por menores desaparecidos.
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