BRASÍLIA (Reuters) - O governo começará a apresentar nos
próximos dias as 50 novas medidas estabelecidas pelos ministérios,
inclusive o decreto para facilitar a posse de armas de fogo, preparado
pelo Ministério da Justiça, disse nesta quarta-feira o ministro da Casa
Civil, Onyx Lorenzoni, ao final da cerimônia de transmissão de cargo no
Palácio do Planalto.
"Vamos
concluir hoje à tarde a totalização das mais de 50 medidas propostas e
na reunião de quinta-feira vamos levar a ele para que comece a montar o
cronograma de medidas que vamos fazer", disse o ministro. "A depender da
escolha do presidente, começamos na sexta ou na segunda a anunciar um
conjunto de medidas para facilitar a vida das pessoas."
O
presidente Jair Bolsonaro encomendou a cada ministério duas propostas
para serem levadas a cabo nos primeiros dias de governo, o que será
apresentado em uma reunião ministerial na quinta-feira, a primeira do
novo governo. Entre elas, está a decisão de facilitar a posse de armas
através de decreto.
O texto, que está sendo preparado pelo
ministro da Justiça, Sérgio Moro, prevê a facilitação da posse de arma
para cidadãos que cumpram as normais atuais --maiores de idade, sem
antecedentes criminais-- para que a posse seja permanente, não
necessitando de revisão periódica.
PACTO
Em
seu discurso, Onyx afirmou que o governo Bolsonaro irá "surpreender por
sua capacidade de diálogo" e propôs um pacto com a oposição.
"Eu
conversei com o presidente hoje pela manhã e nos cabia fazer o primeiro
gesto. Nós significamos uma linha ideológica completamente diferente,
em uma aliança liberal-conservadora, o que nos norteia é completamente
diferente do que o Brasil viveu nos últimos 30 anos. A gente tem clareza
sobre isso e vai estar muito firme no que acreditamos", disse Onyx a
jornalistas, após a cerimônia.
"Mas isso não quer dizer que não
sejamos capazes com humildade estender a mão e pedir um entendimento
porque tem um valor maior que é o nosso país."
Onyx ressaltou que a eleição deste ano foi "muito acirrada do ponto de vista ideológico", mas que precisa ser superada.
Na
terça-feira, durante o discurso no parlatório do Palácio do Planalto, o
presidente eleito reforçou, no entanto, o discurso de campanha,
repetindo frases como "nossa bandeira jamais será vermelha" e afirmando
que o Brasil começa a "se libertar do socialismo e do politicamente
correto".
Por seu lado, PT, PCdoB e PSOL, de oposição, nem
compareceram à posse do novo presidente da República como forma de
protesto a posições assumidas por Bolsonaro durante a campanha
eleitoral.
"Nós precisamos construir entendimento. Um grande país
como o Brasil, que viveu momentos de crise, não conseguirá vencer se
não for com um grande pacto nacional", defendeu o ministro.
Onyx
disse em seu discurso na cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do
Planalto, disse que o Congresso precisa de diálogo e o presidente sabe
disso, diante do desafio de aprovar reformas necessárias para o país.
Também
assumiram oficialmente os cargos na mesma cerimônia os ministros da
Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, da Secretaria de
Governo, general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, e do Gabinete de
Segurança Institucional, general da reserva Augusto Heleno.
FONTE: Reuters
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