Questionado sobre se o governo encerraria esta gestão com picanha no prato do brasileiro, como prometeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu: “Eu acredito que nós podemos chegar bem em 2026. Espero que comendo até filé mignon”.
“Se souber se beneficiar das vantagens competitivas que tem, nós temos a lei de inteligência artificial que passou pelo Senado, crédito de carbono que está sancionado, biocombustíveis, combustível do futuro, nova indústria do Brasil, programas bem estruturados para alavancar o desenvolvimento, eu acredito que nós podemos chegar bem em 2026, espero que até comendo filé mignon”, disse ao ser perguntado se o governo Lula (PT) encerrará com “picanha do prato do brasileiro”.
As declarações foram dadas pelo ministro nesta tarde de terça-feira, 7, entrevista à GloboNews, na qual diz que o Brasil está bem posicionado, diante de um cenário externo desafiador, e que deve chegar em 2026 em uma situação confortável.
Para Haddad, o Brasil está “bem posicionado para enfrentar” as políticas econômicas que serão adotadas pelo governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump: “Apesar do cenário externo ainda estar um pouco nebuloso, sobretudo em relação à política econômica que será aplicada pelo próximo governo, eu acredito que o Brasil nesse contexto está bem posicionado.”
Haddad disse que a economia chegará ao fim de 2026 “muito mais arrumada” do que a herdada no início do governo se o plano da equipe econômica for efetivado. Ele afirmou que esse resultado será conquistado “sem maquiagem, sem contabilidade criativa e sem calote”.
O ministro avaliou que o Brasil está melhor posicionado do que os vizinhos, diante de um cenário internacional incerto, a depender das medidas a serem tomadas no futuro governo de Donald Trump. Ele destacou que o acordo entre Mercosul e a União Europeia pode ser interessante para as perspectivas da região e mencionou a liderança do Brasil nesse processo.
Para o ministro, o País precisa se beneficiar das suas vantagens competitivas, além de aproveitar novas regulamentações, como crédito de carbono, combustível do futuro e nova indústria Brasil, que são programas bem estruturados para alavancar o desenvolvimento do Brasil.
“Sem vender estatal na bacia das almas para favorecer grupos econômicos, sem deixar de enfrentar o jabutis de grupos empresariais campeões nacionais que, vira e mexe, conseguem benefícios ali no Congresso, é isso que nós estamos fazendo. E também contendo gastos da maneira adequada, sem prejudicar o trabalhador de baixa renda, garantindo os direitos consignados na Constituição”, afirmou.
Haddad reconheceu que a economia “sempre vai fazer a diferença em qualquer eleição” e que é importante cuidar de todos os indicadores o “tempo todo”.
“A economia sempre vai fazer a diferença em qualquer eleição, é muito importante que ela seja bem cuidada o tempo todo, que nós sejamos diligentes em relação a isso, observemos cada indicador para tomar as medidas corretas, olhando para todos os lados, não olhando para um lado só, é o Estado brasileiro que representa toda a sociedade brasileira, que tem que encontrar o caminho do equilíbrio”, disse.
O ministro mencionou também estudo divulgado nesta terça-feira, 7, em parceria com a Fundação Getulio Vargas, segundo o qual a situação fiscal de 2024 é estruturalmente melhor do que a registrada em 2022, último ano de governo Bolsonaro. “Sobretudo se levarmos em consideração questões importantes como a inflação e a receita e a despesa recorrente do governo”, disse Haddad. Ele acrescentou que o estudo apontou para alguns “dissabores” enfrentados, como a devolução de medidas provisórias de Lula pelo Congresso e a tese do Século definida pelo Supremo Tribunal Federal em 2017.
Ficou conhecida como “tese do século” a decisão do Supremo que excluiu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base do PIS/Cofins a partir de 2017, com impacto no endividamento do governo federal.
“Nós estamos em uma democracia, felizmente, e vamos ter de conviver com esse tipo de contratempo. Vai acontecer e nós temos que superar e vamos superar, porque nós estamos trabalhando também com os contratempos”, disse o ministro.
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