quinta-feira, 18 de maio de 2017

Veja a conversa entre Temer e empresário da JBS para pagamento de mesada a ex-deputado Cunha que está preso

O STF (Supremo Tribunal Federal) enviou no fim da tarde desta quinta-feira (18) à Presidência da República uma das gravações que integram a delação premiada da JBS. No início da noite, o conteúdo também foi liberado para a imprensa.
O arquivo de áudio tem duração de 39 minutos com conversas entre um dos donos da JBS, Joesley Batista, e o presidente Michel Temer.

Transcrição
Joesley Batista: Queria primeiro dizer: estamos junto aí. O que o senhor precisar de mim, viu, me fala. Queria te ouvir um pouco, presidente. Como tá nessa situação toda, Eduardo, não sei o que, Lava Jato.
Michel Temer: O Eduardo resolveu me fustigar. Você viu que… Eu não tenho nada a ver com a defesa. O Moro indeferiu 21 perguntas dele, eu não tenho nada a ver com a defesa dele. Eu não fiz nada [inaudível].
Joesley: Eu queria falar assim. Dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo, o que tinha de alguma pendência daqui para ali, zerou tudo. E ele foi firme em cima e já estava lá, veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto. Acelerei o passo e tirei da fila. [Inaudível] O outro menino, companheiro dele que tá aqui, né? [Inaudível] O Geddel sempre estava… [barulho] O Geddel é que andava sempre ali, mas o Geddel também, com esse negócio, eu perdi o contato porque ele virou investigado, agora eu não posso, também…eu não posso encontrar ele.
Temer: É, cuidado, vai com cuidado. (inaudível) obstrução da Justiça (inaudível)
Joseley: Agora… o negócio dos vazamentos. O telefone lá [inaudível] com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, e não sei o que. Eu estou lá me defendendo. Como é que eu… o que é que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo…
Temer: Tem que manter isso, viu… [Inaudível]
Joesley: Todo mês, também, eu estou segurando as pontas, estou indo. Esse processo, eu estou meio enrolado, assim, no processo [inaudível]…
Joesley: É investigado. Eu não tenho ainda denúncia. Então, aqui eu dei conta de um lado do juiz, então eu dei uma segurada, do outro lado do juiz substituto que é um cara que ficou…
Temer: Está segurando os dois…
Joesley: É, estou segurando os dois. Então eu consegui um procurador dentro da força tarefa que também tá me dando informação. E lá que eu estou para dar conta de trocar o procurador. Se eu der conta tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal, e o lado ruim é que se vem um cara com raiva…

Se Temer renunciar ou for cassado, o país terá eleições indiretas

ENTENDA
O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, homologou as delações premiadas de Joesley e Wesley Batista, o que valida juridicamente o acordo e permite a realização de novas investigações com base nos relatos.
Além dos documentos, há gravações e vídeos feitos pelos delatores e também pela Polícia Federal no caso.
Diante da intensa repercussão do assunto, o presidente Michel Temer fez um pronunciamento nesta quarta no qual declarou que não renunciará ao cargo.
Com base nas delações dos empresários, Fachin autorizou a abertura de um inquérito para investigar o presidente.
Pela Constituição, tanto na hipótese de renúncia quanto num eventual cenário de impeachment, deverão ser realizadas novas eleições.
Conforme o Artigo 81, como faltam menos de dois anos para o fim do mandato (que se encerra em dezembro de 2018), a eleição seria feita pelos deputados e senadores, 30 dias depois da vacância no cargo.

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