O Governo do Estado apresentou a experiência na luta pela redução da
carga de hanseníase no Maranhão para o presidente da Fundação Nippon,
embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial da Saúde para
Eliminação da Hanseníase, e embaixador do Japão para os Direitos Humanos
das Pessoas Afetadas pela Hanseníase, Yohei Sasakawa. O encontro
aconteceu, nesta sexta-feira (5), no auditório do Palácio Henrique de La
Rocque, em São Luís.
No “Encontro Maranhense: Experiência do Maranhão na Luta pela Redução
da Carga de Hanseníase, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula,
dialogou com Yohei Sasakawa e comitiva sobre as políticas públicas de
saúde adotadas no estado.
“Estamos reduzido os indicadores da hanseníase em todo o estado.
Nosso objetivo é erradicar a doença em três anos. É uma meta ousada, mas
vamos conseguir com o apoio da Fundação Nippon”, enfatizou o secretário
Carlos Lula.
A SES estabeleceu a meta de erradicar a hanseníase em três anos,
desenvolvendo programa com ampliação da Força Estadual de Saúde (Fesma),
manutenção da vigilância dos municípios, combate à discriminação do
paciente hansênico, entre outras medidas.
Yohei Sasakawa afirmou que o esforço do Governo do Maranhão pode
gerar os resultados esperados no sentido de incluir em sua política
zerar os casos de hanseníase no estado. “Percebemos que os investimentos
feitos aqui colocam o Maranhão como candidato a estado modelo. A
hanseníase não é uma doença temerosa como o HIV e a tuberculose, isso
porque os medicamentos são oferecidos de forma gratuita e quando
diagnosticada de forma precoce não deixa nenhuma sequela”, destacou o
presidente da Nippon e embaixador da OMS.
Desde 2017, a Fundação Nippon apoia ações nos municípios de São Luís,
São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Alcântara e Raposa. A Nippon
também assiste municípios de cinco outros estados, assim como já doou 50
mil dólares para financiamento das ações relacionadas.
O secretário Extraordinário de Articulação de Políticas Públicas,
Marcos Pacheco, apontou o encontro como o momento que consolida o
trabalho iniciado em 2015. “O governador Flávio Dino mantém firme os
seus cinco pontos de atuação, firmados desde o primeiro mandato, dos
quais está o controle da Hanseníase. Entre as ações de enfrentamento
podemos elencar a Força Estadual de Saúde do Maranhão (FESMA), o Mais
Saúde, a Carreta da Hanseníase, além da busca ativa dos doentes”,
observou.
Para o assessor regional para doenças negligenciadas, da Organização
Pan Americana de Saúde, Santiago Nicholls, o Brasil está no caminho
certo. “Aqui existe bastante incentivo na busca ativa de casos novos,
para diagnóstico precoce e tratamento preventivo da doença. Também é um
dos poucos países onde foram criadas leis anti-discriminatórias e que
favorecem os doentes da hanseníase”, pontuou.
O Brasil apresenta o segundo maior número de novos casos detectados a
cada ano no mundo, o primeiro é a Índia. O Maranhão é o segundo do
Brasil e o primeiro do Nordeste em números absolutos de casos. Em 2018,
3.165 casos foram notificados no estado. Além disso, o Maranhão é o
estado brasileiro que mais diagnostica casos em crianças.
Também estiveram presentes no encontro, o chefe substituto de
Cooperação Internacional da Assessoria de Assuntos Internacional de
Saúde, Vinicius Ferreira; a deputada estadual e médica, Helena Duailibe;
o deputado estadual e membro da Comissão de Saúde da Alema, Antônio
Pereira; a tecnologista de Políticas Públicas do Ministério da Saúde,
Katia Souto; a coordenadora do Programa Estadual de Controle da
Hanseníase do Maranhão, Maria Raimunda Mendonça; e Yuri Costa, do
Observatório de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado.
Medalha
Durante o encontro, o senhor Yohei Sasakawa foi condecorado com a
medalha Manuel Beckman. A honraria foi concedida pela Assembleia
Legislativa do Maranhão, representada no encontro pelo deputado estadual
e vice-presidente da Comissão de Saúde Yglésio Luciano Moyses Silva de
Souza.
“Para nós da Assembleia Legislativa é uma satisfação muito grande
conceder esta medalha ao senhor Sasakawa. A erradicação da hanseníase
passa pelo combate à pobreza que é o que o Maranhão tem feito por meio
de programas sociais, econômicos e também de saúde”, disse o deputado
Yglésio Moyses, sobre o reconhecimento do trabalho da instituição no
enfrentamento da hanseníase no país e, sobretudo, no Maranhão.
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