segunda-feira, 3 de junho de 2019

Mais prevenção, menos caos, por Carlos Lula


Século XXI e ainda lidamos com a imaturidade das pessoas diante da sua própria falta de prevenção. Na última semana, vimos a euforia nas redes sociais e nos veículos de comunicação quando confirmados alguns casos de meningite viral. Uma doença com intercorrência o ano inteiro, que requer cuidados, porém de menor gravidade se comparada à meningite bacteriana.

O fato de desconhecer a diferença entre a viral e a bacteriana não nos chama atenção. Contudo, revela o quão baixas são as medidas preventivas e por isso o medo, o pânico da sociedade. A vacinação regular, manter a limpeza das mãos e o ambiente arejado são maneiras eficazes de proteger-se contra a meningite.

No início do século XX, o médico sanitarista mais famoso do país, Oswaldo Cruz, iniciou uma árdua missão de produzir o soro para conter a epidemia de peste bubônica no Porto de Santos, em São Paulo. Não demorou muito até o médico compreender que campanhas de saneamento eliminariam a epidemia bem mais rápido que o soro antipestoso.

Vamos fazer aqui um comparativo. Se você soubesse que seria demitido em breve controlaria seus gastos. Se soubesse que alguém invadiria sua casa, adotaria medidas de segurança mais eficientes. Se o médico disser que sobrevirá sobre sua vida uma doença evitável por vacina, a sua carteira de vacinação estaria atualizada.

A meningite é uma doença de história antiga, mas a vacina contra ela só chegou a nós no final do século XX. Desde então, algumas coisas mudaram, entre elas a facilidade do acesso dos grupos de risco à vacina e, ao mesmo tempo, o descuido quanto a manter o cartão de vacina atualizado. Isso jamais deveria acontecer. Mas acontece para meningite, para influenza e tantas outras.

O SUS garante a vacinação contra meningite nas Unidades Básica de Saúde para os bebês e, desde 2017,  para adolescentes. Se imunizarmos este grupo, evitamos o adoecimento em massa. Assim também acontece para doenças com facilidade de contágio, como a gripe.

Na contramão da prevenção, muitos pais deixam de atualizar a carteira de vacinação dos seus filhos, infelizmente é o que os dados demonstram. A meta do Ministério da Saúde é a vacinação de 95% das crianças a partir do 3º mês de vida com a Meningococo C.

São duas doses da vacinação básica aos 3 e 5 meses. Em 2016 apenas 76,51% dos bebês receberam as duas doses da Meningococo C. Em 2017 apenas 76,28%. A parcial do ano passado é de 75,60%. Ou seja, a defasagem da vacinação básica chega a 58% das crianças do Maranhão, com idade entre 1 e 3 anos, neste período.

As crianças estão mais suscetíveis a contrair a doença por meio de vírus, bactérias ou outros microrganismos. E aí, neste ponto, meus amigos, devemos nos preocupar por elas.

Quanto mais vacinarmos as faixas de risco seja contra meningite ou qualquer outra doença, menores são as chances de um surto. No momento, precisamos nos preocupar com a prevenção. Como disse Oswaldo Cruz, “pelos erros dos outros, o homem sensato corrige os seus”. O estado do Amazonas viveu um recente surto de sarampo em razão da baixa vacinação. Não é isso que queremos para o Maranhão.

Em se tratando de saúde o que o outro faz ou deixa de fazer importa a todos, visto que seu impacto pode ser coletivo. Mantenha a carteira de vacinação sempre atualizada, nunca abandone a higiene pessoal nem os cuidados com ambientes de trabalho ou do lar. Também não se esqueça de passar um paninho pra limpar o WhatsApp de tantas mentiras caça cliques e que instauram o pânico. Não há surto de meningite no Maranhão, vamos mantê-lo assim. Estejamos sempre prevenidos!

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