Na manhã desta quinta-feira (18) foi deflagrada a Operação Créditos
Ilusórios nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Tocantins, dando-se
cumprimento a mandados de busca e apreensão e prisão temporária por
força de decisão da 1ª Vara Criminal do Termo Judiciário de São Luís da
Comarca da Ilha, que atendeu representação do 1º Departamento de Combate
à Corrupção (1º DECCOR) no curso do Inquérito Policial que, com atuação
conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas do Ministério Público do Maranhão, apura a possível prática
de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação
fiscal.
O esquema criminoso foi identificado pela Secretaria de Fazenda do
Maranhão que monitorava operações comerciais com grãos sem o pagamento
do ICMS, de acordo com a previsão legal. A sonegação consistia na
utilização de empresas de fachada, ou seja, sem qualquer lastro
financeiro, sede física ou mesmo quadro de empregados, para emitir notas
fiscais fictícias, movimentando milhões de reais em operações de compra
e venda de grãos, com o objetivo de gerar créditos de ICMS
fraudulentos, que eram utilizados posteriormente em operações comerciais
que existiam de fato, sem que fosse recolhido quaisquer valores do
imposto aos cofres públicos.
Além de empresas de fachada, também eram utilizadas empresas
conhecidas como “fantasmas”, criadas com utilização de documentos
falsos, que igualmente emitiam notas fiscais frias. No decorrer das
investigações, identificou-se que por trás de toda essa empreitada
criminosa, orquestrada por empresários, contadores e produtores rurais,
houve um prejuízo de aproximadamente R$70 milhões aos cofres públicos
maranhenses no período de janeiro de 2015 a novembro de 2017.
Dentre os maiores beneficiários do esquema, de acordo com o que
apontam as investigações, destacam-se Shirlenylson Barbosa Ribeiro e
Cleyton da Silva Toledo, que já se encontram presos por fatos
semelhantes no Tocantins. Também identificados como beneficiários estão
Elton Félix Barroso de Araújo, responsável pela empresa MÁXIMA
CORRETORA, Rogério de Holanda Soares, bem como os empresários João
Miguel Geleilate, Surama Geleilate e Emílio Geleilate, das empresas
CORREGEL CORRERORA GELEILATE LTDA., GELEILATE CORRETORA DE AGRONEGÓCIOS
LTDA. e GELEILATE AGRONEGÓCIOS E LOGÍSTICA LTDA., sediadas em
Fortaleza/CE.
Estão sendo cumpridos 23 mandados de prisão temporária, pelo prazo de
5 dias, e 32 de busca e apreensão em Balsas/MA, Riachão/MA,
Araguaína/TO, Floriano/PI e Fortaleza/CE pela Superintendência de
Prevenção e Combate à Corrupção (SECCOR) e pelo GAECO do Ministério
Público do Maranhão, com o apoio da Superintendência de Polícia Civil do
Interior (SPCI), das Secretarias da Fazenda do Maranhão e Piauí, dos
GAECOs e dos GAESFs (Grupos de Atuação Especial de Combate à Sonegação
Fiscal) dos Ministérios Públicos do Piauí e do Ceará e das Polícias
Civis do Piauí, Ceará e Tocantins.



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