Os constantes investimentos do Governo do Maranhão em estrutura e tecnologia no sistema de segurança pública têm dado mais efetividade na resolução dos mais diversos casos. O Instituto de Genética Forense (IGF) vem auxiliando não somente em investigações policiais e processos criminais, como também a localizar pessoas desaparecidas no estado. A ação do IGF também foi fundamental para identificar com segurança as vítimas do acidente entre o Maranhão e o Tocantins.
O IGF, fundado em 2016, faz parte dos Institutos de Perícia Oficial da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), na Grande Ilha, e tem como missão fazer exames por meio da extração de DNA para obtenção do perfil genético.
O diretor do IGF, perito criminal Paulo Marcelo Santos Ribeiro, explica o trabalho desenvolvido no local. “Quando ocorre um crime ou um acidente, ficam vestígios que são coletados pelo perito do local. Se esse vestígio for um material genético, ele é encaminhado para cá para ser analisado por meio de técnicas de biologia molecular para que a gente possa obter um perfil genético que será usado seja como prova de um crime, seja para identificar a vítima de um crime ou acidente”, disse.
Ele conta ainda que essa identificação é feita por meio do confronto do material genético recolhido com o de suspeitos, com própria vítima, familiares ou mesmo com as informações do banco genético do instituto, bem como o de outras localidades do Brasil.
Atividades do IGF
Entre as atividades realizadas pelo instituto estão os exames de identificação humana em cadáveres que não foram identificados. Nestes casos, os corpos são encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) e as amostras são encaminhadas ao IGF para a obtenção do perfil genético realizando uma comparação com o perfil de algum familiar.
Os exames genéticos são de suma importância também para os casos em que há ocorrência de crimes sexuais. Em tais casos, os exames são realizados para a comprovação da materialidade do delito e identificação do agressor.
Já no confronto de vestígios, os peritos analisam vestígios encontrados no local do crime e que podem ter ligação do autor com a vítima. Para isso, há a comparação do material genético coletado com o material do autor ou vítima.
Todos esses exames são realizados em pessoas vivas ou mortas, assim como em objetos que contenham material genético. Para o armazenamento dessas informações, o IGF dispõe do Banco Estadual de Material Genético, que faz parte da Rede Nacional Integrada de Banco de Perfis Genético. A rede agrega institutos do Brasil para cruzamento de dados genéticos.
Para isto é utilizada a ferramenta Codis, um programa de computador utilizado pelo órgão federal norte-americano FBI, que possibilita a busca de correspondências em âmbito nacional ou estadual. Os resultados dos exames que são inseridos nesse sistema tornam possível a correlação de crimes como o estupro ou até mesmo identificar pessoas desaparecidas mesmo que em outro estado da federação.
O FBI, da sigla em inglês Federal Bureau of Investigation, é a instituição dos Estados Unidos da América (EUA) que se pode considerar o equivalente à Polícia Federal brasileira.
Acidente Estreito-Aguiarnópolis
O IGF também tem atuado na identificação das vítimas do acidente ocorrido em dezembro de 2024 após o desabamento parcial da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). Até o momento, foi necessária a identificação de duas das vítimas do acidente.
“Nesses dois casos nós fizemos a identificação pela genética forense porque não foi mais possível identificar a vítima pelos demais meios como o reconhecimento visual pelos familiares, pelas impressões digitais, arcada dentária ou pela antropologia forense. Como os corpos ficaram submersos durante alguns dias, diversos fatores fizeram com que os demais métodos não fossem mais possíveis como a ação da água, da fauna, entre outros”, informa Paulo Marcelo Santos Ribeiro.
Neste caso o trabalho do IGF permitiu que as famílias tivessem mais confiança no trabalho de identificação, para poder velar e sepultar seus familiares, após um evento traumático e de muita comoção.
“Hoje, o Instituto de Genética Forense do Estado do Maranhão está muito bem equipado, utilizando materiais de última geração, assim como ocorre em vários outros laboratórios da federação, inclusive, na Polícia Federal, que tem os laboratórios de referência”, afirma Paulo Marcelo Santos Ribeiro, diretor do IGF.
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