quinta-feira, 20 de junho de 2024

'Trânsito Livre' de Braide é duramente criticado por moradores de várias regiões de São Luís durante audiência no MP


O Ministério Público do Maranhão, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural de São Luís, realizou na tarde desta terça-feira, 19, no auditório do Centro Cultural e Administrativo do MPMA, uma audiência pública para debater a mobilidade urbana na capital e a transparência da construção, revisão e aplicação do atual Plano de Mobilidade Urbana (lei n° 6.292/2017).

Ao abrir os trabalhos, o promotor de justiça Luis Fernando Cabral Barreto Júnior afirmou que o objetivo da audiência é garantir transparência, permitindo aos cidadãos questionar diretamente o Poder Público sobre o quanto têm sido cumpridos os seus deveres em relação à mobilidade urbana. 

Transparência é de fato algo que não está ocorrendo nas obras realizadas pela Prefeitura de São Luís, não há valores e ninguém sabe o valor das intervenções realizadas no trânsito da capital, isso fora as mudanças que não resultaram em nada positivo para população. Prova disso foi o bombardeio a Eduardo Braide, mais uma vez, contra o prefeito, que demonstrou a revolta da população de São Luís de vários bairros onde foram realizadas essas intervenções. 

Durante a audiência, representantes da população puderam apresentar seus questionamentos. A primeira a se manifestar foi Margareth Ribeiro, que mora na área diretamente afetada pelo Programa Trânsito Livre, no Calhau. Segundo a moradora, a população da região não foi ouvida sobre as mudanças que deixaram os habitantes da região com menos possibilidades de deslocamento.

Na avaliação de Gleyson Mota, morador da mesma região, a Prefeitura de São Luís deslocou o problema do trânsito na rotatória do Quartel da Polícia Militar e Avenida dos Holandeses para uma região residencial, que se tornou impraticável para pedestres. De acordo com ele, outro problema enfrentado é que na região foi proibido não só o estacionamento, mas a parada de veículos, o que impede o embarque e desembarque, inclusive de idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

Carolina Caetano também questionou as recentes intervenções realizadas na área do Renascença II. De acordo com a moradora, as mudanças aconteceram de um dia para o outro e tornaram vias inseguras para pedestres, como a Rua Mitras. “Não me sinto segura para transitar de bicicleta ou a pé”.

A região da Cohab também foi tema da audiência. Em sua fala, o morador do Itapiracó Josemar Pinheiro falou sobre a dificuldade de chegar ou sair do bairro. Ele criticou a construção de um elevado próximo ao aeroporto enquanto a situação na Forquilha continua caótica e citou a situação grave da comunidade Porto Grande, na Zona Rural, onde até veículos de grande porte não conseguem transitar devido à falta de qualidade das vias.

Jercenilde Cunha também trouxe os problemas enfrentados pelos habitantes da Zona Rural da capital, como os acidentes diários no acesso ao bairro do Maracanã, a falta de paradas de ônibus e as péssimas condições dos coletivos.

Já Guilherme Elisiário, estudante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus Maracanã, falou sobre as dificuldades enfrentadas. Além de vias mal conservadas, os estudantes precisam se deslocar por dois quilômetros até a BR-135, pois não há ônibus que cheguem até a escola. Além disso, não existe faixa de pedestres na rodovia para que os alunos possam atravessar e tomar os coletivos que seguem em direção ao Centro da cidade.

Ele também criticou a falta de acessibilidade nos coletivos, inclusive a falta de capacitação dos profissionais, especialmente no que diz respeito a pessoas com deficiências ocultas, que muitas vezes são constrangidas nos transportes públicos.

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