A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em São Luís registrou queda de 0,5% em maio de 2025, segundo levantamento mensal realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O índice caiu de 90,9 para 90,4 pontos, interrompendo uma sequência de sete meses consecutivos de crescimento, iniciada em outubro do ano passado.
Apesar do avanço em relação a maio de 2024 (82,9 pontos), o índice ainda permanece abaixo do nível de satisfação (100 pontos), refletindo um cenário de cautela por parte dos consumidores, sobretudo entre as famílias com renda de até 10 salários-mínimos, cujo indicador é inferior à média geral (88,6 pontos).
Entre os fatores que contribuíram para a retração está o subcomponente “momento para aquisição de bens duráveis”, que apresentou a maior queda (-9,8%), atingindo apenas 28,1 pontos — o menor patamar entre os itens analisados. Também houve recuo no “nível de consumo atual” (-4,0%), que ficou em 49,8 pontos, indicando que as famílias estão consumindo menos em comparação ao mês anterior.
Por outro lado, alguns componentes mostraram sinais positivos. O item “renda atual” teve alta de 4,6%, chegando a 117,1 pontos, refletindo uma melhora na percepção do orçamento familiar, especialmente impulsionada pelo crescimento da informalidade no mercado de trabalho maranhense. O indicador de “perspectiva profissional” também se manteve elevado, com 145,8 pontos, revelando otimismo quanto a futuras oportunidades de trabalho, sobretudo entre os consumidores de maior renda.
O mercado formal contribuiu para essa percepção: apenas em março de 2025, São Luís registrou saldo positivo de 693 novas vagas com carteira assinada, número significativamente superior ao mês anterior (243 vagas em fevereiro).
No entanto, a dificuldade de acesso ao crédito voltou a pesar negativamente. O subcomponente “acesso ao crédito” caiu 2,6%, passando para 93,1 pontos, refletindo a percepção de maior dificuldade para financiamentos, diante de uma taxa básica de juros (Selic) ainda elevada, fixada em 14,75% ao ano.
A “perspectiva de consumo” teve leve alta de 0,4%, mas também se mantém abaixo da linha de satisfação, indicando que, apesar de algum otimismo, as famílias seguem cautelosas diante do ambiente macroeconômico adverso, marcado por inflação persistente, juros altos e elevado endividamento.
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