O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 14 trabalhadores em situação análoga à de escravidão na colheita de batatas, na cidade de São José dos Ausentes, no interior do Rio Grande do Sul. De acordo com a fiscalização, a maioria dos trabalhadores é natural do Maranhão.
A operação aconteceu entre os dias 16 e 18 de maio, com apoio da Polícia Federal. Os trabalhadores foram recrutados por um intermediário, conhecido como “gato”, que prometeu boas condições de trabalho, hospedagem gratuita e alimentação. Porém, a realidade encontrada foi muito diferente.
Segundo os fiscais, os maranhenses estavam vivendo em alojamentos sem camas, cobertores, colchões ou armários. Com o frio intenso da região, eles precisavam dormir com as roupas usadas no trabalho. Alguns relataram que precisaram comprar, com dinheiro próprio, itens básicos como lençóis e travesseiros.
Os trabalhadores não tinham carteira assinada e os salários eram pagos pelo intermediário, que ainda descontava parte do dinheiro para custear alimentação, o que não havia sido combinado.
Além disso, eles relataram ameaças de morte caso se recusassem a trabalhar e trabalhavam sem equipamentos de proteção, muitos até descalços, mesmo em temperaturas muito baixas.
Diante das irregularidades, a fiscalização determinou o resgate imediato dos trabalhadores. Eles foram levados para uma pousada da cidade, onde aguardaram o pagamento de seus direitos trabalhistas.
No dia 27 de maio, as verbas rescisórias foram pagas, totalizando cerca de R$ 150 mil. O empregador também foi obrigado a custear as passagens para o retorno dos trabalhadores às suas cidades.
Além disso, os trabalhadores receberam as guias do seguro-desemprego e os responsáveis pela contratação foram autuados.
O MTE reforçou que qualquer cidadão pode denunciar casos de trabalho análogo à escravidão. As denúncias podem ser feitas, de forma anônima, pelo Disque 100, pelo site do MTE ou diretamente nas superintendências regionais do trabalho.
Fonte: Agência gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário