sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Seminário promovido pelo MPMA aborda uso e abuso das redes sociais e mídias eletrônicas em São Luís

 

O Ministério Público do Maranhão realizou nesta quinta-feira, 11, o seminário “Uso e abuso das redes sociais e mídias eletrônicas”, no Centro Cultural e Administrativo, localizado no Centro de São Luís. A iniciativa, que faz parte da programação do Setembro Amarelo, tem o objetivo de refletir sobre os impactos do uso exagerado dos meios eletrônicos na saúde mental e na vida em sociedade.

Organizado pela Escola Superior do MPMA (ESMP/MA), Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAO-DHC) e Fórum Estadual da Prevenção de Violência Autoprovocada, Interpessoal e do Suicídio (Fepas), o evento teve como público-alvo membros, servidores, estagiários, residentes do MPMA e representantes de diversas instituições públicas, da sociedade civil e de entidades privadas.

Ao longo do dia, foram realizadas palestras e mesas-redondas com especialistas e profissionais que integram o fórum.

Na abertura do evento, o promotor de justiça Marco Aurélio Ramos Fonseca, coordenador do CAO-DHC, destacou a atualidade da discussão sobre a influência das redes sociais no comportamento das pessoas, sobretudo crianças e adolescentes, e a necessidade de se encontrar estratégias para prevenir situações extremas, como o suicídio.

“Este seminário se volta exatamente para fazer discussões, mostrar os caminhos, como os atendimentos que são ofertados pelas redes municipais e estaduais para que as pessoas tenham acesso a esses serviços e possam melhorar sua condição de vida e saúde mental”, ressaltou.

Também se manifestaram reforçando a importância da temática o diretor do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPs AD estadual), Marcelo Costa, o deputado Wellington do Curso e o professor José Arimateia da Conceição, que representou a Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

PROGRAMAÇÃO

No início da programação, a assessora técnica da Seduc, Elizabeth Gomes, apresentou o papel do Fepas, bem como a legislação que o fundamenta. “O fórum reúne profissionais de diversas áreas para discutir estratégias conjuntas, como campanhas educativas, capacitações e protocolos de atendimentos”, explicou.

Em seguida, a psicóloga Ana Flávia da Hora ministrou palestra sobre o tema “Da conexão ao colapso: saúde mental, violência e suicídio nas redes sociais”.

A palestrante abordou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicam que o suicídio figura, atualmente, como a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Paralelamente, o Brasil é o segundo país do mundo com as maiores taxas de acesso dos adolescentes às redes sociais. Segundo plataformas internacionais de monitoramento, adolescentes a partir dos 16 anos ficam, em média, nove horas e nove minutos por dia conectados às redes sociais. Em primeiro lugar, estão os adolescentes da África do Sul, com nove horas e 37 minutos.

Ana Flávia da Hora propôs a reflexão se a quantidade exagerada de tempo gasto com redes sociais não seria uma das causas para o crescimento de problemas com saúde mental, que, em casos extremos, pode levar ao suicídio. “Como cuidamos da saúde mental de uma geração que vive mais tempo no mundo virtual do que no mundo físico? É uma pergunta dos nossos tempos. E a gente não está se dando conta que estamos perdendo autonomia, sendo moldados por algoritmos”, destacou.

Ainda pela manhã, o seminário teve continuidade com uma roda de conversa entre as psicólogas Andressa Gonçalves, Luana Moscovo e Silvia Thalia Rocha, que discorreram sobre o Núcleo de Acolhimento e Promoção à Saúde Socioemocional. Ainda participou da conversa o rapper e arte educador, MC Preto Nando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário