sábado, 15 de julho de 2023

MCom vai coordenar análise conjunta sobre serviço móvel no Maranhão

 


Na quinta-feira (13), o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, realizou uma reunião em Brasília (DF) com os deputados estaduais do Maranhão, representantes das três operadoras de telefonia do estado e presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri. O encontro foi motivado por vários relatos de problemas relacionados ao serviço de telefonia móvel no estado, o que gerou na abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa maranhense.

Durante uma reunião, o ministro expressou sua preocupação em relação à qualidade do serviço de telefonia móvel, uma vez que havia a expectativa de que a chegada do 5G proporcionasse uma melhoria ainda maior em relação ao serviço de 4G. No entanto, segundo relatos, o 4G começou a apresentar falhas. O ministro também destacou que a implantação da quinta geração de redes móveis no Maranhão já concluiu a limpeza da faixa de 3,5 GHz em 26 municípios.

Após um consenso entre as operadoras, a Anatel e o Ministério das Comunicações, foi acordado que um “road show” será realizado. Trata-se de uma visita conjunta, técnica e pontual para verificar as reclamações, utilizando equipamentos próprios da Anatel, como antenas e medidores instantâneos de sinal. Para iniciar esses trabalhos, que serão coordenados pelo Ministério das Comunicações, os parlamentares maranhenses realizarão um levantamento prévio das localidades a serem encaminhados. No final da reunião, o Ministro Juscelino Filho solicitou às operadoras que informassem o planejamento de investimentos e expansão da rede móvel prevista para este ano.

QUEIXAS – O deputado estadual Neto Evangelista relatou que a população o sinal de telefonia móvel é melhor no interior que na capital. “Em São Luís, as pessoas não conseguem acreditar que possa existir 5G uma vez que o 4G não funciona em plenitude na cidade. Você não consegue fazer uma ligação de 2 minutos no Whatsapp sem que a ligação entre no modo ‘reconectando’”, afirmou. De acordo com o parlamentar, dos 42 deputados da Assembleia, 38 já assinaram o requerimento para a criação de uma CPI para apurar a situação no estado.

Outra reclamação diz respeito ao atendimento a clientes da extinta Oi, absorvidos pelas outras operadoras: “a Oi tinha muitas contas pré-pagas e, nessa transição, a queda na qualidade do sinal ficou clara. No caso da Vivo, o cidadão entra em contato via telefone e não consegue. Ele procura uma loja física e os atendentes dizem que só resolvem questões relacionadas a contas pós-pagas”. Além da recusa, os relatos, segundo Neto Evangelista, são de que o cliente ainda é sugerido a migrar para um plano pós-pago a fim de obter o atendimento que deseja.

Já o deputado estadual Osmar Filho aproveitou a reunião para pedir a ampliação tanto da rede de atendimento presencial das operadoras quanto da rede móvel no interior do Maranhão.

CLARO – O vice-presidente de Relações Institucionais da Claro Brasil, Fábio Andrade, informou que, apesar de a empresa não ter encontrado “problemas massivos”, confirmou que existe instabilidade em pontos específicos e sugeriu a realização do “road show” antes da abertura da CPI na Assembleia. De acordo com o VP, a Claro previu a instalação de 191 novos sites (antenas) para o Maranhão em 2023, computando a instalação de 46 até o momento.

TIM – O gerente executivo de Relações Institucionais da TIM Brasil, Cleber Affanio, também relatou que a empresa não constatou “problemas muito evidentes”. Ele pontuou que o tráfego de 4G aumentou muito nos últimos anos e que há casos em que o problema no serviço pode estar relacionado à necessidade de ampliação na quantidade de antenas. De acordo com o executivo, a TIM a fez 19 ampliações (em 18 municípios) do 4G em 2023 no Maranhão e ainda estão previstas outras 52 (em 34 municípios) até dezembro.

VIVO – O diretor de Relações Institucionais da Vivo (Telefônica Brasil), Tiago Machado, relatou que após a absorção de clientes da extinta Oi, a Vivo praticamente dobrou a quantidade de usuários, passando para 2 milhões de linhas móveis em todo o Maranhão. O diretor afirmou que a Vivo instalou 51 novas torres em 2022 para reforçar a capacidade de atendimento no estado.

Tiago Machado informou que, no ano passado, a operadora registrou “3 ou 4 grandes ocasiões de forte impacto na performance”, relacionadas a furtos e roubos de cabos (14 mil metros), equipamentos e elementos de rede, pedindo apoio no combate ao crime organizado e dos parlamentares para que alterem a legislação, passando a exigir nota fiscal de cobre como matéria-prima.

O diretor da Vivo informou também que, ainda durante a reunião, disparou comunicados à gerências regional e estadual da operadora determinando que todo cliente seja atendido, seja em loja própria ou franquiada.

ANATEL – O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Carlos Baigorri, endossou que a Anatel mapeou os problemas locais, registrando um pico de congestionamento no momento em que a Vivo incorporou o serviço da Oi, e outras deficiências em locais específicos.

Baigorri explicou que a agência reguladora não só faz esse acompanhamento da prestação do serviço, como também atua: “foram instaurados processos sancionadores para punir as empresas, caso o serviço esteja muito aquém daquilo que é exigido pela nossa regulamentação”. Ele destacou, ainda, que a legislação não prevê diferenciação no tratamento entre clientes pré e pós-pagos e que irá atuar, mediante denúncias recebidas pelos canais da Anatel. A respeito do atendimento presencial, explicou que o Conselho Diretor da Anatel tem debatido o assunto e que, em breve, deverá anunciar uma decisão.

PARLAMENTARES – Participaram da reunião o deputado federal Cleber Verde e os seguintes deputados estaduais do Maranhão: Neto Evangelista, Cláudia Coutinho, Júnior Cascaria, Davi Brandão, Osmar Filho, Florencio Neto e Ricardo Rios.

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