Nos dias 3, 17 e 18 de março os professores da Rede Pública Municipal de São Luís
vão paralisar as atividades, em advertência à política de arrocho salarial imposta pelo Governo Edivaldo Holanda Júnior. A decisão foi aprovada por ampla maioria dos educadores, durante assembleia geral realizada no último dia 18, no auditório da
FETIEMA. A categoria também aprovou pauta única de reivindicação para a
Campanha Salarial deste ano: a implantação de reajuste salarial de
32,15%, referente aos 12,84% do Piso Nacional 2020, mais as perdas
acumuladas no período de 2017 a 2019.
Durante as paralisações, os professores realizarão encontros com os pais de alunos, priorizando as comunidades que convivem
com escolas sucateadas.
Segundo
a professora Elisabeth Castelo Branco, o direcionamento da categoria
indica que os professores estão cansados
dessa política nefasta de desvalorização do Magistério. “Ao saber da
decisão que os professores tomaram em assembleia, por meio de
informantes infiltrados na categoria, o prefeito Edivaldo se apressou em
anunciar o pagamento de um abono salarial, na tentativa
de desmobilizar os educadores, mas acabou gerando um sentimento maior
de revolta”, frisa a dirigente.
A
sindicalista explica, que ao anunciar um abono com valores que sobraram
do FUNDEB, o gestor admitiu ineficiência na
utilização da verba da Educação Pública, e má vontade em implantar o
reajuste do Piso Nacional, por exemplo. “O prefeito de São Luís é do
Partido Democrático Trabalhista – PDT, fundado pelo histórico Leonel
Brizola, mas não recebe os professores para dialogar
sobre as problemáticas da categoria e das escolas”, lamenta a dirigente
sindical.
Também
durante a assembleia, os professores repudiaram a atitude do secretário
de Educação, Moacir Feitosa, que interferiu,
desarticulando uma reunião marcada para o último dia 13, com
representantes do governo municipal para tratar da proposta de acordo
judicial nas ações judiciais de férias (Processos 21.998-2010 e
18.842-2007). A entidade sindical vai aguardar uma resposta propositiva
da Administração Municipal até o fim de janeiro, caso contrário seguirá
com a execução judicial dos valores.
ACÚMULO DE CARGOS – O
Sindeducação se comprometeu a intensificar o corpo
a corpo com os vereadores, na defesa de um texto que, verdadeiramente,
contemple os anseios da categoria e resolva a questão de acúmulo de
cargos para os professores com dois vínculos com o Município de São
Luís. A categoria, desde o dia 26 de setembro de
2019, defende a ampliação de jornada, de 20 para 30/40 horas, como
forma de resolver a problemática. A categoria reprova a unificação de
matrículas, e para que não aconteça surpresas, a partir da minuta
remetida pela SEMED, o sindicato vai atuar na volta do
recesso parlamentar junto aos vereadores.
INFORMES – O
Sindeducação também apresentou um balanço das visitas realizadas, para
mobilizar a categoria, nas semanas que antecederam a assembleia.
“Nas visitas, recebemos reclamações diversas sobre o indeferimento de
direitos a professores com jornada ampliada, a exigência da SEMED para
preenchimento do Diário Online até o próximo dia 31, mesmo sem oferecer
internet e computadores nas escolas. Professores
denunciam que o sistema do Diário Online é instável e fica offline grande parte do dia.
“A
responsabilidade do preenchimento do Diário Escolar é do professor, mas
deve ser feito de acordo com a realidade da
escola. Nas escolas que ofereçam o suporte técnico
(internet/computador) necessário para o preenchimento do diário no local
de trabalho, os professores deverão fazê-lo de forma Online”,
apontou.
Mas
nos locais onde não há infraestrutura de computadores e internet, os
professores deverão preencher o Diário Escolar
físico, de papel, formalizando um documento, coletivo, explicando a
realidade da escola e justificando a conclusão dos diários físicos com
registro de entrega para a Direção da Escola”, explicou a presidente.
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