O deputado maranhense André Fufuca foi anunciado nesta quarta-feira (6) como o novo ministro do Esporte, no lugar da ex-atleta Ana Moser. Ele representa a entrada do PP no primeiro escalão do governo Lula (PT).
Logo após ser confirmado como ministro de Lula, começaram a circular vídeos de Fufuca nas redes pedindo voto no ano passado para Bolsonaro.
Na campanha presidencial do ano passado, Fufuca pediu votos para Bolsonaro em um evento no Maranhão, declarando que o escolheu nos dois turnos e pedindo para que os seus eleitores também apoiassem o ex-presidente. “A gente tem uma missão, não apenas aqui mas no Brasil inteiro que é dar a maioria absoluta para Jair Messias Bolsonaro”, disse.
“Eu peço para quem eu acho correto. Eu peço voto para aquele que olhou para a BR-135 e inaugurou ela depois que quase 15 anos de abandono. Eu peço voto para quem colocou recurso para terminar a BR-010. Eu peço voto para mais de dois milhões de famílias que recebem o auxílio no nosso Estado. Isso quem fez foi o presidente Bolsonaro”, afirmou o novo ministro de Lula. (Veja no vídeo acima)
Parlamentar desde 2015, é médico, mas seguiu na política assim como o pai. Herdou o apelido de Francisco Dantas Ribeiro Filho, mais conhecido como Fufuca Dantas e atual prefeito de Alto Alegre do Pindaré (219 km de São Luís). Ele será o ministro mais novo da Esplanada —completou 34 anos na semana passada.
A rápida ascensão política foi respaldada por alianças, principalmente com personagens de oposição ao PT e a Lula. Sem um histórico de proximidade com o atual presidente, Fufuca chegou ao ministério do petista por uma costura que envolveu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Lula decidiu abrir espaço no governo para atender a demandas do centrão e tentar formar uma base mais sólida de deputados.
Na política nacional, o deputado esteve no lado oposto ao PT. A história dele passa por fortes alianças com Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e pivô do impeachment de Dilma Rousseff (PT), e com Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL).
Fufuca, porém, é conhecido pelo pragmatismo. Na política local, construiu laços com partidos de esquerda no Maranhão. No estado, o PP esteve ao lado de Flávio Dino (PSB) quando o hoje ministro da Justiça foi governador. A família Fufuca também mantém laços com o clã Sarney.
Ciro Nogueira comanda o PP. E Fufuca costuma ser acionado em momentos decisivos. Em julho de 2021, o deputado assumiu interinamente a presidência do partido assim que Ciro Nogueira foi para a Casa Civil de Bolsonaro. Isso foi visto como uma forma de ele manter o controle sobre a sigla.
O primeiro alvo do PP na reforma ministerial foi a pasta do Desenvolvimento Social, comandada por Wellington Dias (PT), que é adversário político de Ciro Nogueira no Piauí.
O novo ministro do Esporte não começou a carreira no PP. Ele ingressou na política pelo PSDB, migrou para o PSD e foi eleito deputado federal pelo PEN, partido nanico que tinha apenas dois representantes na Câmara em 2015.
Começou a ganhar projeção ainda no PEN, quando se aproximou de Cunha, que à época presidia a Câmara. O então presidente da Casa tinha forte controle sobre o plenário ao liderar uma aliança de partidos de centro, inclusive do baixo clero, e de oposição à ex-presidente Dilma.
Fufuca foi da tropa de choque de Cunha que colocou em prática diversas manobras para protelar a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara. Enquanto isso, o grupo articulou o impeachment de Dilma –o novo ministro de Lula votou a favor do afastamento da petista, em abril de 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário