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Foto Reprodução |
SÃO BERNARDO DO CAMPO - Proibido
de fazer um show na ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto
(MTST) em um terreno em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, o
cantor Caetano Veloso criticou a decisão da Justiça e disse que esta
foi a primeira vez desde a redemocratização do País que ele foi impedido
de cantar.
"No período democrático creio que não. É a primeira vez (que sou impedido de cantar).
Eu vivi o período oficialmente não democrático, não é bom para mim ser
impedido de cantar", disse o cantor na noite desta segunda-feira, 30, na
ocupação que reúne cerca de 8 mil famílias em um terreno particular no
bairro Planalto, próximo ao km 21 da Rodovia Anchieta.
Um palco com estrutura de madeira e cobertura de lona havia sido montado
para receber Caetano. Centenas de sem-teto aguardavam o cantor, que
chegou ao local pouco antes das 19 horas, seguido por outros artistas,
como as atrizes Letícia Sabatella, Sônia Braga, Alinne Moraes e Paula
Lavigne e os cantores Crioulo e Emicida. Luzes coloridas foram acesas e
rojões anunciaram o que seria um espetáculo público e gratuito. Mas o
show não aconteceu.
Horas antes, a juíza Ida Inês del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública
de São Bernardo, concedeu uma liminar a pedido do Ministério Público
Estadual proibindo o show por falta de segurança no local. O líder do
MTST, Guilherme Boulos, decidiu respeitar a decisão e o show virou um
ato de protesto no qual os artistas declararam apoio à ocupação e
criticaram o veto ao evento.
"Nós viemos aqui com vontade de
cantar e com a missão de cantar para mostrar solidariedade ao movimento
que vocês levam à frente. Mas, como vocês já sabem, manobras legais
foram feitas para que o show não pudesse acontecer, mas nós estamos aqui
juntos", disse Caetano no palco ao lado dos artistas e políticos como o
vereador Eduardo Suplicy (PT) e os deputados estaduais Marcelo Freixo
(PSOL-RJ) e João Paulo Rillo (PT-SP).
Após o ato, Caetano falou
com jornalistas e criticou a decisão da Justiça. "Eu não sou técnico em
processos legais, não posso julgar. Eu me sinto mal, dá a impressão de
que não é um ambiente propriamente democrático", disse. "É um modo de
reprimir uma ação que seria legítima."
Para
Caetano, o show poderia ter sido feito com segurança e houve "má
vontade" da prefeitura, do Ministério Público e da Justiça. "Ser
impedido de cantar nunca é bom. Mais do que nunca é preciso cantar",
disse o cantor, que depois deu uma palhinha diante das câmeras da canção
Gente, que é de sua autoria e que ele cantaria no palco.
Fonte: Estadão
Fonte: Estadão
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