quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Recuperar florestas em pequenas propriedades pode produzir 156 milhões de toneladas de alimentos

 


Recuperar 1,02 milhão de hectares de área desmatada usando modelos de Sistemas Agroflorestais (SAFs) pode gerar R$ 260 bilhões de receita líquida, remover 482,8 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera e produzir 156 milhões de toneladas de alimentos para o país. Os números são do estudo inédito do Instituto Escolhas, que revelou os benefícios que podem advir da recuperação de 12 milhões de hectares de florestas até 2030, meta assumida pelo Brasil no Acordo de Paris. Em novo recorte do estudo, a organização mostra o potencial que reside na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) desmatadas e localizadas em pequenas propriedades.

Os Sistemas Agroflorestais se caracterizam pelo plantio consorciado de plantas arbóreas nativas, frutíferas e/ou madeireira e de cultivos agrícolas de maneira simultânea ou sequencial. Alguns SAFs incluem a criação de animais.

Aumento e diversificação dos alimentos no Brasil

Os modelos de SAF propostos pelo estudo levam em consideração as características ecológicas e a aptidão produtiva das cinco regiões do país. Ao todo, 43 variedades de alimentos de lavoura e extrativismo foram contempladas.


Nos cenários gerados pela aplicação dos modelos, alimentos como milho verde, pinhão, buriti, cumaru, jabuticaba, mangaba, erva-mate e palmito superariam em mais de 100% a sua produção atual no país. Já para os outros 15 alimentos sobre os quais há dados oficiais disponíveis para comparação direta, há aumentos variáveis – por exemplo, 27,4% para o cacau, 40,4% para o cupuaçu e 71,1% para o pequi. Para as lavouras de ciclo curto, cultivadas nos três primeiros anos, o aumento é de 11% para o feijão, 12,4% para a banana e 28,9% para a mandioca1.

A produção total dos SAFs representaria, portanto, uma média de 5,2 milhões de toneladas de alimentos a mais produzidos por ano, aumentando a oferta em quantidade e diversidade na mesa da população brasileira. Para isso, o país teria que investir R$ 33,1 bilhões na implementação dos modelos.

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