De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Só no Brasil, entre 2016 e 2021, houve um aumento de mais de 49% de casos na faixa etária de 15 a 19 anos.
Essa epidemia silenciosa se reflete nos atendimentos realizados no Hospital Pequeno Príncipe, por exemplo, que fica em Curitiba, e é tido como um dos maiores hospitais pediátricos do país, que só em 2022 registrou 69 ocorrências de autoagressão em pacientes de 11 a 17 anos, sendo que 56 foram tentativas de suicídio. Esses dados representam um aumento de 32,69% dos casos, se comparado com 2021.
Por isso, o alerta sobre a importância de se falar sobre suicídio nesta faixa etária. Há o papel fundamental de familiares, amigos e da sociedade adotar uma postura acolhedora em relação aos sinais de ideação suicida que possam surgir de uma criança ou um adolescente.
Sinais de alerta para o risco de suicídio
- Desinteresse, dificuldades ou prejuízos no desempenho e na aprendizagem escolar.
- Ansiedade, agitação, irritabilidade ou tristeza permanentes.
- Isolamento persistente, com afastamento de grupos sociais.
- Alterações no sono e no apetite.
- Baixa autoestima, com desinteresse e descuido com a aparência.
- Comentários frequentes negativos em relação ao futuro e autodepreciativos.
- Desinteresse por atividades de que gostava e desapego de pertences que valorizava.
- Expressões e comentários que indiquem desejo de morrer.
Ao perceber esses sinais, é fundamental que sejam levados a sério e sem julgamentos por todos que convivem com a pessoa.
As doenças mentais, que geralmente levam ao suicídio, provocam a distorção da realidade. Dessa forma, a pessoa perde a capacidade de discernimento e de encontrar saída para os problemas e conflitos. Por isso, é importante também que a criança ou o adolescente esteja em local seguro e saudável, com vigilância constante. E, além disso, busque atendimento psicológico e psiquiátrico para um tratamento adequado.
Fatores de risco para o suicídio
Diferentes situações podem ser um fator de risco na infância e adolescência, como transtornos mentais não diagnosticados e/ou tratados, bullying na escola, traumas, abuso sexual, perda de um ente querido, uso de drogas e outras substâncias e divórcio dos pais. Entretanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos poderiam ser prevenidos pelo simples fato de se ter alguém com quem conversar.
Como prevenir?
Considerado um problema coletivo e de saúde pública, o suicídio pode ser prevenido com ações de promoção da saúde mental. Entre eles, incentivo a hábitos saudáveis, promoção e valorização de momentos de alegria e prazer compartilhados e acesso a serviços de saúde física e mental.
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