quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Inadimplência de empresas cresce no Maranhão no primeiro semestre e chega a 107,3 mil

Nos últimos anos, o Brasil viu crescer o número de empresas abertas. Somente no primeiro quadrimestre de 2023, foram mais de 1 milhão em todo o país.

No entanto, manter esses negócios abertos e a saúde financeira ainda é um desafio para os brasileiros, e a quantidade de empresas endividadas comprova isso: são 6,5 milhões em todo o país. E esse número não para de crescer, segundo dados do Serasa Experian.

No Maranhão, são 107,3 mil empresários inadimplentes até junho; em janeiro, eram 105,9 mil. Uma diferença de 1,4 mil empresas que não conseguiram cumprir suas obrigações. Especialista em recuperação empresarial, o advogado Felipe Granito, do GBA Advogados Associados, explica que diversos fatores explicam esse cenário atual neste ano, o qual ele classifica como o “ano da quebradeira”.

“Temos o cenário negativo dos últimos anos, com forte impacto da pandemia, somado à escassez de crédito. Dívidas que foram postergadas quando tudo foi fechado, agora, estão sendo cobradas, o que enforca ainda mais o empresário. Mesmo com a redução recente na Taxa Selic, os juros para as empresas continuam altos, o que afeta diretamente a dívida com os bancos”, explica.

Segundo o advogado, a dívida com empréstimos bancários é uma das que mais pesam para o empresariado. “É comum os bancos utilizarem de algumas práticas que são reconhecidas como abusivas pelo Judiciário e que acabam fazendo com que a dívida aumente como uma bola de neve. Um exemplo é a utilização do crédito rotativo para quitar parcelas que estão em débito automático”, alerta.

Granito, no entanto, aponta que o empresário que está inadimplente tem meios para recuperar a saúde financeira e sair desse momento de crise, como a renegociação direta. “Em nosso escritório, temos conseguido uma taxa média de desconto superior a 80% ao renegociar com os credores, inclusive bancos, além de um trabalho de reestruturação da empresa. É preciso esgotar outros recursos antes de recorrer ao Judiciário”, recomenda.


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