Desde 2022, a Central saltou de três comissões intra-hospitalares de doação para 18 comissões no estado, seis delas em cidades do interior e 12 na capital maranhense, um aumento de mais de 300%. Com a implementação do Plano de Aceleração de Transplantes, foi registrado aumento de 130% no número de transplantes efetivos de córnea no estado e 98% o número de transplantes de órgãos.
"Juntos, estamos ajudando a salvar vidas. Ainda precisamos conscientizar e mobilizar muita gente, quebrar alguns paradigmas e preconceitos, porque ao fornecermos informações de qualidade sobre quaisquer formas de doação, fortalecemos o sentimento de solidariedade como um ato de amor", disse o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.
Durante a visita, Nayara Alencar, ressaltou a importância da doação. "Antes do transplante, o hoje era um sonho distante. Quando a gente se depara com a melhora do Maranhão nos números, das pessoas conscientizadas dizendo 'Sim' para o transplante, isso se torna algo muito gratificante para nós pacientes porque é uma esperança. A mudança na minha vida é indescritível. Sempre falo que hoje eu vivo uma vitalidade da qual nunca tive ou que nem lembro que tive antes", acrescentou.
O coordenador da CET-MA, Hiago Bastos, acompanhou a visita e afirmou que os números traduzem a luta para salvar vidas. "A gente tem um plano de execução muito bem traçado e o que posso dizer é que ultrapassamos, em, no mínimo, três vezes aquilo que esperávamos atingir. Isso reflete o trabalho de muita gente, mas, sobretudo, a nossa motivação para trabalhar todos os dias, que são histórias que ajudamos a contar".
Também participou da visita Camila Mesquita, atualmente técnica de processos administrativos da CET-MA. A relação da família com doação começou dentro de casa, após o falecimento da mãe, dona Maria Lucimar de Mesquita, que na época tinha 64 anos. "Minha mãe era cega, tinha glaucoma e miopia, mas ela foi doadora de córneas. Eu pensava que devido a limitação de visão ela não poderia ser doadora, lá em casa sempre conversamos sobre a morte e quando a minha mãe faleceu, nós decidimos doar sem pensar muito. A minha mãe que não tinha vista para si, morrendo deu visão para outros. Trabalhando hoje na CET foi que percebi a realidade e de uma fila que temos corrido para diminuir. Todo o caminho percorrido era para estar onde estou fazendo o serviço para transformar vidas".
Também estiveram presentes na visita a secretária adjunta de Assistência em Saúde da SES, Kátia Trovão; a superintendente Estadual de Regulação da SES, Thalita Pereira Veiga; e a chefe do Departamento de Alta Complexidade da SES, Suzyane Viegas.
O encontro fez parte da agenda de avanços da Central Estadual de Captação e Doação de Órgãos do Maranhão (CET-MA), serviço entregue pelo Governo do Estado em setembro de 2017, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Atualmente, o equipamento está localizado no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), unidade referência estadual em alta complexidade no SUS.
Doador
Há dois tipos de doador. O primeiro é o doador vivo e o segundo tipo é o doador falecido. Para ser doador, é indispensável conversar com a família sobre o tema.
O doador vivo, conforme a Lei 9.434 (Lei do Transplante), que pode ser qualquer pessoa saudável que concorde com a doação de rim ou medula óssea ou transplante de parte do fígado ou do pulmão.
O doador falecido são pacientes com diagnóstico de morte encefálica. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde, que é controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
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