terça-feira, 5 de abril de 2022

Eleição 2022 caminha para disputa entre Brandão e Weverton no segundo turno

 



A história prova que desde a ascenção do lulismo, quando o ex-presidente foi eleito a primeira vez, a eleição no Maranhão sempre foi polarizada no mesmo campo, uma vez que o ex-presidente e seus candidatos a presidente sempre tiveram votaçõeres muito expressivas no estado. Nem em 2018, no ápice do bolsonarismo em todo o país, um candidato bolsonarista chegou a ameaçar ser competitivo no Maranhão.

Vamos aos fatos históricos que derrubam completamente a tese de que um bolsonarista tenha chance de polarizar a disputa.

Em 2006, a eleição do Maranhão foi polarizada entre Roseana Sarney e Jackson Lago. Nesta época, Lula já estava pagando dívida a Sarney e fez a fatídica declaração de apoio a Roseana em Timon. Nacionalmente, a disputa era entre Lula e Gerlado Alckmin. Mesmo no primeiro turno tendo o PSDB na sua coligação, Roseana pedia votos para Lula. O PT estadual (que no primeiro turno estava na coligação de Edison Vidigal) apoiou Jackson no segundo turno a despeito da declaração, Jackson disse que votava em Lula. Roseana e Jackson tiveram juntos 81% dos votos.

Em 2010, a eleição foi polarizada entre Roseana e Flávio Dino. Os dois brigaram muito nas prévias pelo apoio do PT. A executiva estadual aprovou aliança com Dino, mas uma intervenção nacional colocou o partido com Roseana, inclusive indicando o vice Washington Oliveira. Jakcson Lago declarou apoio a José Serra para presidente e acabou em terceiro. Roseana ganhou no primeiro turno por um diferença muito pequena para que a eleição fosse levada para segundo turno. Roseana e Flávio tiveram juntos 89% dos votos.

Em 2014, Flávio Dino e Edison Lobão Filho disputaram a eleição. Novamente o PT ficou na coligação do grupo Sarney e Flávio Dino apoiava declaradamente Dilma Rousseff para presidente mesmo tendo o vice do PSDB, que tinha Aécio Neves como candidato. Flávio venceu a eleição no primeiro turno. Flávio e Edinho juntos tiveram 97% dos votos.

2018 foi o ano do bolsonarismo. Em todo o Brasil o movimento de direita viveu seu ápice e o lulismo o seu pior momento com Lula preso. Mesmo diante deste cenário, o candidato do PT Fernando Haddad venceu no Maranhão e a eleição foi novamente polarizada entre dois candidatos do campo lulista: Roseana e Flávio tiveram juntos 89%. A representante do bolsonarimo Maura Jorge ficou com míseros 7,87%.

Se no ano do ápice do bolsonarismo, um candidato que representava a direita não chegou nem perto de polarizar a disputa, não há como imaginar que agora que o governo Bolsonaro está em baixa e com Lula liderando com folga as pesquisas no Maranhão, um bolsonarista tenha chance de polarizar.

Isto ocorre não só pelo favoritismo de Lula, mas porque a eleição do Maranhão tem uma dinâmica própria, sem verticalismo com a disputa nacional, que mexe muito mais com questões ideológicas. Na disputa local, pesa muito mais a disputa entre grupos estabelecidos diante do cenário local.

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