sábado, 27 de abril de 2024

Cúpula da Segurança Pública confirma que resgate de promotor aposentado ocorreu sem pagamento

 

Após quase 60 horas de trabalho coordenado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil do Maranhão, por meio da Superintendência de Investigações Criminais (Seic) e de seu Centro de Inteligência, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), da Delegacia de Santa Inês e do Centro Tático Aéreo (CTA), resgatou o promotor aposentado de 85 anos que foi sequestrado no início da semana. Os detalhes sobre a força-tarefa para a libertação da vítima foram apresentados durante entrevista coletiva no Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOPS).

A vítima foi localizada por volta das 2h30 da madrugada desta sexta-feira (26), em uma chácara na Vila Maracujá, na região do Maracanã, zona rural de São Luís. Antes da chegada ao cativeiro, os policiais efetuaram a prisão de três envolvidos, entre os quais uma mulher em Santa Inês, que foi trazida para São Luís por equipe do Centro Tático Aéreo (CTA). O último deles, cuja prisão foi horas antes da libertação, ainda à noite, colaborou fornecendo informações de onde o promotor aposentado estava sendo mantido.

Com exceção da mulher, os outros dois suspeitos possuem antecedentes criminais, de acordo com a Polícia Civil. Um deles possui, em seu histórico, passagem por homicídio. O outro, considerado o líder da ação, também possui várias passagens, apesar de ser o mais novo dos três presos.

“Esse desfecho é fruto de um trabalho minucioso de investigação em um esforço conjunto de toda a Polícia Civil. Com muita cautela para preservar a vida da vítima, nossos policiais colheram evidências e elementos que levaram aos envolvidos e ao cativeiro. O trabalho seguirá até que todos os criminosos sejam presos e o crime seja elucidado”, ressalta o secretário da Segurança Publica, Maurício Ribeiro Martins.

"A vitima já está em casa e agora as investigações vão seguir. Esses indivíduos cometeram um crime muito grave, cuja pena é prevista pelo código penal no artigo 159 - extorsão mediante sequestro, com uma pena de 12 a 20 anos, acrescida de mais alguns anos em virtude de a vítima ter mais de 60 anos, ter ficado mais de 24 horas arrebatada e, também, de esse crime ter sido praticado por uma organização criminosa", completou o titular da SSP.

Ao chegar no cativeiro, os policiais encontraram o promotor sozinho. Acredita-se que a movimentação iniciada na região após informações fornecidas pelo último dos três presos sobre o local em que a vítima estava sendo mantida tenha afugentado os indivíduos que o mantinham refém. No entanto, eles já foram identificados e a polícia segue trabalhando para que eles sejam presos.

"Foi, acima de tudo, uma ação silenciosa, mas muito eficiente. Desde que tomamos conhecimento do fato, passamos a fazer um trabalho investigativo e chegamos a três indivíduos, culminando com o resgate da vítima com sua integridade física preservada. Foi uma investigação tão minuciosa que conseguimos chegar a indivíduos com envolvimento externo, os quais já respondem por outros crimes no sistema penitenciário", contou o delegado geral da Polícia Civil do Maranhão, Jair Paiva.

Os suspeitos que respondem a outros crimes e, de dentro do sistema penitenciário, teriam participado da ação criminosa, já foram levados à Seic, onde prestaram depoimentos. Eles devem ser indiciados pelo sequestro do promotor aposentado e ter o mandado de prisão preventiva pedido à justiça para responder por mais este crime.

No cativeiro, os policiais apreenderam celulares, inclusive o aparelho usado para gravar vídeo quando foi pedida prova de vida do promotor aposentado. Os criminosos, que entraram em contato com a família logo após o sequestro, que ocorreu no bairro Sol e Mar, em São Luís, quando a vítima dirigia por uma avenida da região na tarde de terça-feira (23), chegaram a exigir resgate no valor de R$ 200 mil, mas nenhum valor foi pago.

O alto valor exigido para libertação, de acordo com o superintendente interino da Seic, delegado Jorge Pacheco, que conduziu as investigações, se explica pelo fato de os criminosos conhecerem a vida do promotor aposentado. "Os criminosos sabiam que, além de promotor aposentado, ele é empresário, proprietário de vários imóveis e de comércio na região em que foi sequestrado", destacou. "Os elementos apreendidos servirão para a continuidade das investigações, que seguem até que todos os envolvidos sejam presos e o crime seja esclarecido".

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