Em resposta, Bolsonaro teria pedido para que tanto Valdemar quanto os demais integrantes da cúpula do PL tomassem “cuidado” com declarações deste tipo de agora em diante. De acordo com interlocutores dos dois, o assunto foi superado. Deputados ouvidos pela reportagem afirmam ter recebido, inclusive, uma recomendação para que não repercutam o assunto nas suas redes sociais. Ainda no telefonema, Bolsonaro teria dito a Valdemar que o PL é “o melhor partido da direita para estar no momento”.
Em entrevista ao jornal “O Diário”, Valdemar da Costa Neto disse que Lula era uma figura “extremamente popular” e o comparou o seu perfil com o de Bolsonaro:
— O Lula é um camarada do povo, é completamente diferente do Bolsonaro. E é um fenômeno ele chegar onde chegou. O José Alencar era vice-presidente, nós fizemos parte do governo… E Lula foi bem no governo também, elegeu a Dilma depois. Não tem comparação com Bolsonaro. Primeiro que o Lula tem muito prestígio, ele não tem o carisma que Bolsonaro tem, mas tem popularidade, é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro não, tem um mandato só.
A sua declaração viralizou e, logo, ele veio a público dizer que sua fala foi tirada de contexto. Em postagem, reiterou sua lealdade a Bolsonaro.
“Estão me atacando usando uma fala minha sobre o Lula que está fora de contexto. A esses, deixo um recado: quem não tem lealdade e fidelidade, tem vida curta na política. Sou leal ao Bolsonaro e fiel aos meus princípios. Quem me conhece sabe que minha palavra não faz curva”, escreveu Costa Neto em seu perfil no X (antigo Twitter).
— O Lula é um camarada do povo, é completamente diferente do Bolsonaro. E é um fenômeno ele chegar onde chegou. O José Alencar era vice-presidente, nós fizemos parte do governo… E Lula foi bem no governo também, elegeu a Dilma depois. Não tem comparação com Bolsonaro. Primeiro que o Lula tem muito prestígio, ele não tem o carisma que Bolsonaro tem, mas tem popularidade, é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro não, tem um mandato só.
Ao saber que Valdemar havia elogiado a popularidade de Lula, Bolsonaro disse a apoiadores:
— Se continuar assim você vai implodir o partido, tem pessoa do partido dando declaração absurda como “o Lula é extremamente popular”. Manda ele vir tomar 51 aqui na esquina, não vem.
Superado
Criticado por Jair Bolsonaro em razão dos elogios que fez a Lula em uma entrevista, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conversou com o ex-presidente da República para acertar os ponteiros.
De acordo com aliados, os dois se falaram nas últimas horas e se acertaram. “Episódio superado”, afirmou à coluna um influente interlocutor em comum entre Valdemar e Bolsonaro.
Após a conversa, o presidente do PL decidiu fazer mudanças tanto na comunicação do partido, quanto em sua comunicação pessoal, ambas alvos de críticas da ala bolsonarista da sigla.
Nos bastidores, bolsonaristas cobram uma presença mais ativa de Duda Lima, marqueteiro do PL e homem de confiança de Valdemar — os dois se conhecem de Mogi das Cruzes (SP).
Nos últimos meses, Duda Lima tem focado suas atenções na pré-campanha à reeleição do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na qual entrou por indicação de Valdemar.
“Valdemar vai mexer na comunicação do partido e dele para evitar esse único ponto de turbulência”, afirmou à coluna um aliado do cacique partidário.
Resposta às redes
Como noticiou a coluna, Valdemar procurou parlamentares aliados de Bolsonaro na segunda-feira (15/1) para medir os estragos de seu elogio a Lula perante o bolsonarismo.
O presidente nacional do PL conversou por telefone com ao menos dois parlamentares da ala bolsonarista da sigla: o senador Magno Malta e o deputado federal Sóstenes Cavalcante.
Segundo apurou a coluna, ambos avaliaram que o dirigente do PL não errou propositadamente, mas, sim, em razão do “histórico” da legenda de ser governista em gestões do PT.
Os parlamentares também minimizaram a reação de Bolsonaro, que, em conversas com apoiadores, chegou a falar na possibilidade de “implosão” do PL em razão de “declarações absurdas”.
A Valdemar, Sóstenes e Magno Malta avaliaram que a fala do ex-presidente da República seria mais uma resposta à militância do que irritação propriamente dita com o cacique.
Nesse cenário, o presidente do PL foi aconselhado por parlamentares bolsonaristas a submergir nos próximos dias, para que o assunto seja esquecido e a crise arrefeça.
Fonte: O Globo e Metrópoles
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