No último final de semana, São José de Ribamar foi palco do tradicional Carnaval de Lava-Pratos, evento que deveria encerrar oficialmente a temporada carnavalesca no estado, mas não o fará, já que haverá ainda em São Luís o carnaval de passarela neste próximo fim de semana, de 23 a 25, e também em alguns municípios no interior do estado, a exemplo de Imperatriz, financiado pelo Governo do Estado, com a presença de atrações nacionais.
Voltando a São José de Ribamar, a festa que deveria ser motivo de celebração gerou críticas devido aos altos gastos da prefeitura municipal em meio a problemas estruturais não resolvidos.
Conforme revelado pelo jornalismo da TV Difusora, os cachês dos três artistas nacionais convocados para o evento, como Iguinho e Lulinha, Eric Land e Rogerinho, custaram aos cofres públicos do município, em média, meio milhão de reais, talvez até mais, pelo que os artistas costumam cobrar de cachês em apresentações.
É bom lembrar que ainda é preciso contabilizar os gastos com artistas locais, teriam sido sete, o que levanta ainda mais os gastos.
O gasto milionário levantou questionamentos sobre a priorização de recursos, uma vez que problemas estruturais persistem na cidade, isso em várias áreas, como infraestrutura, saneamento básico e educação.
Neste último quesito, por exemplo, a administração do prefeito Dr. Julinho foi alvo de reportagem de repercussão nacional que apontou suspeita de fraude na matrícula de alunos em São José de Ribamar. As irregularidades foram identificadas pelo Tribunal de Contas do Maranhão. Reveja aqui no Blog Eduardo Ericeira:
https://www.blogeduardoericeira.com/2024/01/denuncia-nacional-gestao-de-dr-julinho.html?m=1
Tanilton Costa, de 48 anos, morador do Parque Araçagy, falou sobre como as ruas da cidade ficam durante o tempo chuvoso. “Quando chove, não passa nada, nem um veículo. O acesso fica péssimo”, desabafou.
O dinheiro público gasto com o Lava-Pratos também gerou reclamações para quem mora no bairro Mirititiua. José Silva, um idoso aposentado de 61 anos, diz que precisa lidar com o cheiro de esgoto cotidianamente.
Segundo José, enquanto milhares de reais foram investidos no festival carnavalesco, a construção de um córrego, planejado para atenuar o mau cheiro no bairro, ficou pela metade.
“Não terminaram a obra, não terminaram o serviço. Era para fazer a ponte mas está tudo largado. E a gente aqui, olhando a situação sem poder fazer nada”, afirmou o idoso.
O Instituto Trata Brasil diz que 90,76% da população de São José de Ribamar não tem acesso à coleta de esgoto. A falta de estrutura afeta em especial a rotina dos trabalhadores e estudantes, que precisam enfrentar as vias do município diariamente. É o caso da universitária Ilda Pereira, de 25 anos.
“Às vezes a gente perde aula, justamente quando está chovendo, porque fica tudo entupido, sem condições de atravessar a rua. É difícil até sair de casa”, informou a estudante.
Diante dessas críticas, a prefeitura disse que está investigando as denúncias feitas pelos moradores e que continua trabalhando na infraestrutura da cidade.
Sobre o Lava-Pratos
O Lava-Pratos de São José de Ribamar existe há mais de 70 anos, e marca a despedida oficial do Carnaval na cidade. A edição deste ano, realizada no último sábado (17), ocorreu no Parque Municipal do Folclore Terezinha Jansen, e foi repleta de brigas, confusões e correrias, enquanto as atrações se apresentavam no palco. Reveja aqui no blog:
https://www.blogeduardoericeira.com/2024/02/videos-lava-pratos-de-sao-jose-de.html?m=1
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