O Tribunal do Júri de São Luís realizou 
este ano cerca de 340 sessões de julgamento de acusados de homicídio e 
tentativa de homicídio, com vários casos de repercussão como os 
assassinatos do advogado Brunno Matos; do auditor fiscal José de Jesus 
Saraiva; do policial civil Cristiano Azevedo da Mota; do integrante da 
Associação dos Travestis e Transexuais do Maranhão, Daniel da Conceição;
 e do sequestro e morte do ex-prefeito de Poção de Pedras (MA), Raimundo
 Mota da Silva. Os júris, em média dois por dia, ocorreram nos salões 
localizados no 1º andar do Fórum Des. Sarney Costa (Calhau), de segunda a
 sexta-feira, exceto nos feriados.
Ao longo do ano de 2017, os juízes 
titulares das quatro Varas do Tribunal do Júri, Osmar Gomes dos Santos, 
Gilberto de Moura Lima, Kátia Coêlho de Sousa Dias e José Ribamar 
Goulart Heluy Júnior, também realizaram audiências de instrução de 
processos e profeririam decisões determinando se mais acusados irão ou 
não a júri popular no período seguinte. Em novembro, essas unidades 
judiciárias participaram do esforço concentrado no Mês Nacional do Júri e
 incluíram na pauta do mês o julgamento de 63 réus. A iniciativa, 
instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorre todo ano, com
 o objetivo de garantir maior rapidez na tramitação de processos em 
crimes dolosos contra a vida.
A 1ª Vara do Júri realizou este ano 68 
sessões de júri popular e os jurados votaram por 30 condenações de réus e
 38 absolvições. Já a 2ª Vara fez 111 sessões de julgamento, sendo, em 
alguns casos, mais de um acusado julgado por sessão. Ao todo foram 93 
condenações e 25 absolvições. Do total de júris realizados, 68 foram de 
réus presos. Este ano também, a unidade judiciária recebeu 63 novas 
denúncias contra acusados de homicídio ou tentativa de homicídio, 
realizou 182 audiências de instrução, proferiu 78 decisões de pronúncia 
(o réu será levado a júri popular) e 17 de impronúncia (o réu não irá 
julgamento), além de nove absolvições sumárias.
Na 3ª Vara do Júri houve 61 sessões de 
julgamento em 2017, com 39 condenações e 19 absolvições, além de casos 
de prescrição e extinção de punibilidade por morte do acusado. Por sua 
vez, no 4º Tribunal do Júri, o Conselho de Sentença condenou 49 réus e 
absolveu 41 e a unidade judiciária recebeu 73 novas denúncias; realizou 
208 audiências de instrução, seis de custódia e 13 de produção 
antecipada de provas; e o juiz proferiu 91 decisões de pronúncia e seis 
de impronúncia e uma absolvição sumária.
Casos de repercussão - Na
 sessão presidida pelo juiz Gilberto de Moura Lima, após quase 19 horas 
de julgamento, os jurados decidiram, na madrugada do dia 03 de fevereiro
 de 2017, condenar Diego Henrique Marão Polary e Carlos Humberto Marão 
Filho. O primeiro a 8 anos de reclusão, pela morte do advogado Brunno 
Eduardo Matos Soares e tentativa de homicídio contra o irmão dele, 
Alexandre Matos. O segundo, a 6 anos de reclusão, por participação no 
homicídio. Em relação ao terceiro acusado, o vigilante João José 
Nascimento Gomes, houve a desclassificação para lesão corporal e ele foi
 condenado à pena de 01 ano de detenção. Em face dos bons antecedentes, 
os três tiveram o direito de recorrer do resultado do julgamento em 
liberdade. Os crimes, ocorridos na madrugada do dia 06 de outubro de 
2014, segundo o Ministério Público, foram resultado de uma discussão, 
decorrente de quebra de retrovisores de alguns veículos que estariam 
obstruindo o acesso à garagem da residência do acusado Marão Filho, no 
bairro do Olho d'Água.
Outro caso de grande repercussão julgado 
este ano pelo 2º Tribunal do Júri foi o assassinato do auditor fiscal da
 Fazenda Estadual, José de Jesus Saraiva, no dia 19 de novembro de 2014,
 por volta das 17h, no povoado Maracujá, zona rural de São Luís, no 
momento em que a vítima estava em pleno exercício da ação fiscal. Em 
julgamento, no dia 17 de julho de 2017, o acusado Jak Douglas Vieira 
Matos, o “Pinheiro”, foi condenado a 25 anos de reclusão em regime 
fechado. Os jurados acolheram a tese do Ministério Público de homicídio 
qualificado, perpetrado com frieza e premeditadamente com o propósito de
 assegurar a impunidade pela prática de crime fiscal.
Vítima carbonizada - 
Foram condenados a 28 anos e 15 dias de reclusão, respectivamente, Cosme
 José Teixeira Maciel e Rogério Furtado de Sousa, pelo assassinato do 
ex-prefeito de Poção de Pedras (MA), Raimundo Mota da Silva, conhecido 
por Borges. O crime ocorreu no dia 17 de setembro de 1992, no Conjunto 
Paranã, próximo ao Maiobão (Paço do Lumiar), e na época a vítima estava 
afastada do cargo de prefeito por decisão judicial. Os réus foram 
denunciados por sequestrar, matar a tiros de revólver, torturar e 
carbonizar a vítima, além de ocultar o cadáver. A motivação do 
assassinato seria, conforme o Ministério Público, impedir o retorno de 
Raimundo Mota da Silva ao cargo de prefeito e efetivar Francisco de 
Alencar Sampaio como prefeito.
Assassinato de travesti – No
 dia 29 de março de 2017, o Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri,
 na sessão presidia pelo juiz auxiliar juiz Flávio Roberto Ribeiro 
Soares, condenou, a 5 anos e 2 meses de reclusão, Davi Gomes Sena, pela 
morte de Daniel da Conceição, conhecido como Sabrina Drummond, 
integrante da Associação dos Travestis e Transexuais do Maranhão, no dia
 12 de dezembro de 2009, por volta das 21h, em um terreno baldio da 
Avenida Guajajaras, no bairro São Cristóvão. O réu, que já fora 
condenado por outro crime, cumpre pena na Penitenciária de Pedrinhas. 
Durante o interrogatório na sessão do júri, ele negou ser o autor do 
assassinato, mas confessou ter praticado outros crimes, inclusive o de 
esfaquear um homossexual, próximo a um motel nas imediações da Avenida 
Guajajaras.
Morte de policial civil -
 Os jurados da 4ª Vara do Júri condenaram, no dia 10 de novembro deste 
ano, Gustavo Augusto Menezes Lopes, conhecido como “Gugu”, a 10 anos e 
25 dias de reclusão pela participação no assassinato do policial civil 
Cristiano Azevedo da Mota e tentativa de homicídio contra Marlon da 
Silva Soares, por volta das 20h do dia 17 de outubro de 2012, no bairro 
Sá Viana. Segundo a denúncia, durante um tiroteio entre dois grupos 
rivais envolvidos com tráfico de drogas, o policial passava pelo local 
seguindo para o trabalho e ficou no meio do fogo cruzado, sendo atingido
 com um tiro nas costas e morreu no local. A vítima de tentativa de 
homicídio, Marlon da Silva Soares, estava junto com os grupos 
responsáveis pelo tiroteio.
 


 
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