quarta-feira, 12 de junho de 2024

Marina Silva sobre Rio Grande do Sul: "É como se estivéssemos vivendo uma situação de guerra"

 

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira, 12 de junho, que o impacto ambiental no Rio Grande do Sul após as chuvas e enchentes no estado pode ser comparado ao de uma guerra.
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"É forte em todos os níveis. Temos não só uma grande quantidade de resíduos, mas animais que foram dragados pelas águas e que entraram em processo de decomposição, contaminando água, solo, levando problemas gravíssimos de saúde às pessoas, inclusive doenças, como é o caso da leptospirose", disse a ministra.


A declaração foi durante participação no "Bom Dia, Ministra", programa com radialistas de várias regiões do país realizado em parceria entre a EBC e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Marina enfatizou que a humanidade não está preparada para eventos climáticos extremos, e que é preciso reduzir a emissão de CO2 pelo uso de carvão, petróleo e gás para mitigar os efeitos do gás poluente no meio ambiente, evitando que tragédias como a que aconteceu no estado gaúcho voltem a se repetir.


"É como se estivéssemos vivendo uma situação de guerra, porque fizemos guerra primeiro contra a natureza e o homem não tem como ganhar da natureza. Ela vai sempre reagir numa proporção incomparavelmente maior do que a nossa capacidade de conter os seus efeitos colaterais", pontuou.


PACOTE - Durante o bate-papo, a chefe da pasta detalhou o pacote de medidas lançado pelo Governo Federal no Dia Mundial do Meio Ambiente, com anúncios que incluem pacto com governadores para combate a incêndios no Pantanal e na Amazônia, além da assinatura de oito decretos, entre eles um que prevê a criação da Estratégia Nacional de Bioeconomia e duas Unidades de Conservação, no Amazonas e na Bahia. "Sem as florestas, sem o Pantanal, sem o Cerrado, sem a Caatinga, vamos cada vez mais perdendo a nossa capacidade de produção, porque vamos perder a nossa fonte de riqueza, que é a água", destacou Marina.


COP 30 - Ao ser questionada por um radialista sobre os preparativos para a COP 30 que será sediada em Belém, no Pará, em 2025, Marina afirmou que o Brasil quer liderar pelo exemplo. "Liderar pelo exemplo significa fazer o dever de casa para poder ter credibilidade e autoridade moral para conversar com outros países, já que a COP que nós vamos sediar no coração da Amazônia vai ter que dar conta de não ultrapassarmos 1,5ºC de temperatura. Esse era o enunciado da COP 28. Como ano passado já ultrapassamos 1,5ºC de temperatura, agora nós temos que trabalhar para voltar ao ponteiro. E isso é um esforço muito grande, não só do Brasil como do mundo", argumentou.

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