terça-feira, 29 de julho de 2025

Carlos Brandão diz que Tarcísio atropelou Lula ao negociar com EUA

 


O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), afirmou que “não dá para atropelar” o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin nas tratativas para encontrar soluções contra o tarifaço dos Estados Unidos ao Brasil.

Ao Metrópoles o chefe do Palácio dos Leões salientou que não concorda com a medida do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de trabalhar em uma “relação paradiplomática” para tentar reverter a tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump.

“Quando o presidente Lula delegou ao vice Alckmin a condução do processo, temos que ouvir primeiro o vice-presidente. Temos conversado, no âmbito estadual, com a federação das indústrias, do comércio, para reunir subsídios sobre a situação da nossa região. Não dá para atropelar o vice, o presidente Lula, sem saber o que eles estão pensando”, disse Brandão ao colunista de Metrópoles Paulo Cappelli.

O governador, ex-aliado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, acrescentou ainda que, em sua concepção, Tarcísio não quer ser liderado por Lula na condução das tratativas com o governo americano — tendo em vista que o republicano é cogitado até como candidato à Presidência em 2026.

“O Tarcísio talvez não queira estar sendo liderado pelo presidente Lula nesse processo. Não acho conveniente sair na frente, atropelando, sem ouvir nossos líderes, que têm os elementos do Brasil inteiro”, completou o governador maranhense.

Tarifaço

O tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos vai impactar os preços dos combustíveis e da celulose no Brasil. De acordo com Brandão, 70% do combustível comprado pelo país chega por Itaqui, porto brasileiro mais próximo dos EUA.

Segundo Brandão, o impacto imediato do tarifaço de Trump será sentido no setor de celulose, provocando uma queda de 16% no faturamento da maior empresa do segmento no país, a Suzano.

“Com relação ao nosso porto, que é o maior porto do Arco Norte – ou seja, acima de Brasília é o maior porto do Brasil –, a gente vai ter alguns impactos. A exportação de celulose e papel será atingida, porque uma parte dela vai para os Estados Unidos, e a Suzano tem várias fábricas no Brasil. As fábricas mais atingidas serão as da Bahia e a do Maranhão, onde há maior volume de vendas para os Estados Unidos. Isso vai ter impacto de cerca de 16% na venda dos produtos da Suzano”, disse o governador. 


Fonte: Metrópoles

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