quarta-feira, 30 de julho de 2025

Influenciadores do MA são alvos da Operação Dinheiro Sujo por promover jogos ilegais

 

A Polícia Civil do Maranhão deflagrou, nesta quarta-feira (30), a Operação Dinheiro Sujo, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de promover jogos de azar e lavar dinheiro por meio das redes sociais. A ação, coordenada pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), foi realizada em São Luís e cumpriu mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens de alto valor.

Entre os alvos da operação estão seis influenciadores digitais, incluindo Tainá Sousa, conhecida por divulgar o jogo ilegal popularmente chamado de “Tigrinho”, além de Otávio Filho, Neto Duailibe, Otavio Vitor Lima, Andressa Tainá Sousa e Maria Angélica. Na  residência de Andressa Tainá Sousa foram apreendidos aparelhos eletrônicos e documentos que devem reforçar as investigações.

A Justiça autorizou o bloqueio de R$ 11.424.679,00 em contas ligadas ao grupo investigado, bem como o sequestro de veículos de luxo — entre eles uma Range Rover Velar, uma Range Rover Evoque, uma BMW, uma Toyota Hilux — e uma moto aquática. Celulares, computadores e outros objetos também foram apreendidos. Ninguém foi preso.

Segundo a Seic, os suspeitos usavam as redes sociais para atrair vítimas com promessas de lucros fáceis por meio de plataformas de apostas no estilo caça-níquel. Influenciadores contratados induziam seguidores a realizarem depósitos e movimentarem grandes quantias de dinheiro. A estrutura criminosa também incluía uma gerente encarregada da administração de grupos de WhatsApp voltados à captação de apostadores, além de uma advogada responsável pela lavagem dos valores obtidos ilegalmente.

A líder da organização, apontada como principal investigada, já possui antecedentes por furto qualificado e maus-tratos a animais. Em um dos episódios, chegou a utilizar o cartão de crédito de uma pessoa falecida no mesmo dia do óbito. Em outra ocasião, publicou nas redes sociais um vídeo em que forçava seu cachorro a ingerir bebida alcoólica.

A Operação Dinheiro Sujo é mais uma ofensiva da Polícia Civil do Maranhão contra o uso das redes sociais para práticas criminosas com fins lucrativos.

A operação

Seis endereços foram alvo de mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira (30), durante ação da Polícia Civil do Maranhão contra um grupo investigado por divulgar jogos de azar nas redes sociais. A ofensiva, batizada de Dinheiro Sujo, foi coordenada pelo Departamento de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), e teve como foco influenciadores digitais suspeitos de atuar na promoção do jogo ilegal conhecido como “Tigrinho”, associado à modalidade de caça-níqueis online.

Além das buscas, houve o sequestro de bens e bloqueio judicial de mais de R$ 11 milhões em contas vinculadas aos investigados. Foram apreendidos cinco veículos — entre eles modelos de luxo como Range Rover Velar, Range Rover Evoque, BMW e Toyota Hilux — além de uma moto aquática, celulares, computadores, uma arma de fogo e carregadores e cadernos com anotações que devem subsidiar a continuidade das investigações. Bolsas de grife e dólares também foram apreendidos.

“Esses carros de luxo estavam em nome de terceiros e foram adquiridos com os valores auferidos através dessas divulgações ilegais”, destacou o delegado Pedro Adão, chefe do DCCT.

De acordo com as investigações, o grupo usava as redes sociais para atrair vítimas por meio de promessas de lucros fáceis e rápidos. Após o cadastro em plataformas de jogos, seguidores eram orientados a realizar depósitos, movimentando valores cuja origem e destino são alvo de apuração. A divulgação do “Tigrinho” era feita por influenciadores contratados por integrantes do esquema.

Entre os investigados está uma influenciadora digital apontada como líder do grupo. Ela já possui antecedentes criminais e é ré em um processo por furto, após confessar o uso indevido de cartão de crédito de uma pessoa falecida, no mesmo dia do óbito. Nesse caso, firmou acordo de não persecução penal, e a ação se encontra suspensa.

A influenciadora também responde a outro inquérito por maus-tratos a animais, após publicar vídeos em que oferece bebidas alcoólicas ao próprio cão.

“A Polícia Civil entendeu que seria necessária a prisão da líder do grupo criminoso, porém o Judiciário entendeu de forma diversa, entendeu que não era necessária a prisão, mas decretou algumas medidas cautelares diversas da prisão para essa líder do grupo”, disse o delegado Pedro Adão.

As medidas cautelares decretadas contra a suporta líder do grupo consistem em não se ausentar de São Luís e do país sem autorização judicial, entrega de passaporte, bloqueio de redes sociais e a proibição de acesso a essas redes.

Ainda conforme o DCCT, a estrutura do grupo criminoso inclui uma advogada, suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, e uma gerente, responsável por coordenar grupos de WhatsApp usados para captar novos apostadores.

O grupo pode responder por contravenção penal, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As investigações seguem em andamento para apurar a participação de outros envolvidos.

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