quinta-feira, 31 de julho de 2025

Governo garante atendimento célere em casos de infarto agudo no por meio do programa Salva Coração

 

Criado pelo governador Carlos Brandão no início deste ano, o programa Salva Coração já garantiu com celeridade o atendimento de cerca de 40 casos de infarto agudo do miocárdio (IAM). A estratégia é executada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e tem como objetivo reduzir o risco de morte e as sequelas decorrentes da emergência médica.

“Todo mundo conhece alguém que já sofreu um infarto. E foi para salvar vidas que o Governo do Maranhão criou o programa Salva Coração. O primeiro paciente atendido pelo programa representa um exemplo de superação graças à agilidade das equipes e ao cuidado oferecido nas unidades de saúde. É um compromisso real com a vida dos maranhenses. Seguimos trabalhando para que mais histórias tenham um final feliz”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.

O programa Salva Coração visa ampliar a resposta da Rede Estadual de Saúde no diagnóstico e tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM), melhorando o uso dos leitos e o fluxo de atendimento nos hospitais. Em 2024, o Maranhão registrou 2.703 mortes por IAM, com uma taxa de mortalidade de 38,24 por 100 mil habitantes.

O infarto agudo do miocárdio ocorre quando uma artéria coronária é obstruída, impedindo a passagem de sangue e oxigênio para o músculo cardíaco, o que provoca a morte das células. Os principais sintomas são dor ou pressão no peito com irradiação para braços, costas, pescoço ou mandíbula, além de falta de ar, suor frio, náuseas, vômitos, fraqueza e tontura. Em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, os sinais podem incluir dor no estômago ou cansaço extremo.

Foi o caso do servidor municipal Cláudio Alcebíades dos Santos Alves, 51 anos, o primeiro paciente atendido pelo programa. Tudo começou quando após da academia como de costume, na volta pra casa ao subir uma ladeira na rua, Claudio sentiu uma leve dor no meio do peito. “Chamei meu irmão e pedi que ele me levasse até a UPA Araçagi. Foi tudo muito rápido, porque assim que o cardiologista de lá começou a fazer a consulta ele verificou que eu estava com princípio de infarto”, comentou Cláudio.


Durante o acolhimento na UPA foi dada a classificação de IAM com Supra de ST, que é o principal foco da iniciativa. Após exame de eletrocardiograma e controlada a situação, Claudio foi transferido, no mesmo turno, para o Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM) onde passou por procedimento de angioplastia no serviço de hemodinâmica. A intervenção é requisitada quando há necessidade de desobstruir artérias que estão estreitadas ou bloqueadas.

Cláudio foi internado em leito da UTI Coronariana, depois transferido para enfermaria cardiológica, no dia 22. A alta médica veio no dia 27 de junho. No último sábado, ele completou um mês da alta hospitalar e segue sendo acompanhado por equipe médica com consultas de retorno a cada 30 dias e medicação.

“Assim que o procedimento foi feito o alívio foi imediato. Colocaram dois stents em mim e agora estou me sentindo muito bem. Eu fui agraciado. A dor parou de imediato. Estou retomando minhas atividades. E daqui um tempo reavaliar se a medicação que prescreveram ainda será necessária. Todo o atendimento, desde a UPA até o Carlos Macieira, eu não tenho nada que reclamar”, acrescentou Cláudio.

De acordo com o coordenador médico do programa Salva Coração, Filipe Amado, dos cerca de 40 pacientes atendidos pelo programa, em 26 casos houve diagnóstico de infarto agudo do miocárdio com supra de ST, com demanda de intervenções medicamentosas e procedimentos como angioplastia, sendo fundamental para a sobrevida desses pacientes.

“Nós estamos falando de uma das principais condições de óbito no Brasil e no mundo. Em nosso país são 300 a 400 mil casos ao ano. Estima-se um óbito a cada 5 a 7 casos desse tipo de evento. Portanto é uma emergência real, com mortalidade anual de 30%, o que não é diferente para a região nordeste, nem para o nosso estado. No infarto a precocidade salva vidas. Não se trata apenas de disponibilizar a terapia, mas que o paciente receba o quanto antes. Daí a importância de um programa como esse, que estabelece o atendimento especializado por cardiologistas 24 horas via teleconsulta, organizando o fluxo do paciente na rede. No infarto, tempo é coração”, pontuou o coordenador Filipe Amado.

O programa foi implantado em seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Grande Ilha (Vinhais, Cidade Operária, Parque Vitória, Paço do Lumiar, Itaqui-Bacanga e Araçagi), além do Hospital da Vila Luizão. Os casos mais graves são encaminhados para o Hospital Dr. Carlos Macieira, referência no tratamento de infarto.

A iniciativa utiliza a plataforma digital Join, que integra em tempo real os profissionais das UPAs e do Hospital de referência com médicos cardiologistas especializados. Essa comunicação direta permite avaliar com agilidade os exames e o estado clínico dos pacientes.

A triagem é feita nas UPAs com eletrocardiograma, analisado pela equipe local e, se necessário, complementado pela equipe da Join, que atua 24 horas. Uma vez confirmado o diagnóstico, o paciente é encaminhado ao tratamento. Se for caso de trombólise, o procedimento é feito na própria UPA ou no Hospital da Vila Luizão, em até 30 minutos. Quando há indicação de angioplastia, o paciente é transferido ao HCM em até 120 minutos.

O programa se apoia em três eixos principais: capacitação das equipes de saúde, orientação à população sobre os sinais de infarto, e monitoramento constante dos resultados para garantir eficiência e qualidade no atendimento.

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