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Beto Rocha, ex-marido da ex-prefeita Lidiane Leite |
A Promotoria de Justiça da Comarca de Bom Jardim ofereceu Denúncia, em 23 de junho, contra Moisés Sousa da Silva, Humberto Dantas dos Santos (mais conhecido como Beto Rocha, ex-marido da ex-prefeita Lidiane Leite) e Mauro Franpereira Lima. Motivou a manifestação ministerial o desvio de recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), transferidos para o Município de Bom Jardim nos anos de 2013 a 2015.
A Ação Penal foi ajuizada pelo promotor de justiça Fábio Santos de Oliveira. A conduta dos denunciados causou dano ao erário no valor de R$ 137.864,50. Os três envolvidos foram denunciados pelos crimes de associação criminosa, peculato, estelionato e falsidade ideológica. Também violaram a Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93).
Se condenados, Moisés Sousa da Silva, Beto Rocha e Mauro Franpereira Lima podem ser penalizados, cada um, com prisão de 11 a 40 anos.
CORRUPÇÃO
Recursos
do PDDE foram cedidos ao Município de Bom Jardim para a construção de
cisternas, poços artesianos e para a instalação de bombas hidráulicas em
escolas da rede pública municipal, especialmente nas unidades Juscelino
Kubitschek, Santa Rita de Cássia, José de Anchieta, Mendes Sá e São
José.
A
pedido de Beto Rocha, o dinheiro foi depositado nas contas de Moisés
Sousa da Silva, contratado sem licitação para promover as melhorias nas
escolas. Beto era marido da então prefeita Lidiane Leite, tendo sido
nomeado por ela para o cargo de secretário de Articulação Política.
De
acordo com o promotor de justiça, Beto Rocha convenceu gestoras da
Secretaria Municipal de Educação e diretores das escolas a repassar os
recursos recebidos do PDDE para Moisés Sousa da Silva, com a promessa de
que as obras seriam realizadas. No entanto, este jamais prestou os
serviços prometidos.
Para
dar aparência de legalidade, foi conseguida a adesão de Mauro
Franpereira Lima, representante legal da empresa F. Pereira Lima
Materiais para Construção – ME. A função deste último era emitir notas
fiscais de materiais, que supostamente seriam usados nas obras a serem
realizadas nas unidades educacionais.
Nos
autos consta a emissão de notas fiscais com registros de construção de
cisterna e caixa d'água nas escolas, melhorias que nunca foram feitas.
“Moisés além de não ter participado e vencido qualquer licitação, não
prestou os serviços prometidos, apesar de ter enriquecido com os
recursos desviados do Município”, afirmou o promotor de justiça, na
ação.
Fábio
Santos de Oliveira acrescentou que os denunciados estavam previamente
em conluio e agiram com unidade de propósitos. Também apontou que o
procedimento licitatório não foi deflagrado por interferência direta de
Beto Rocha, que ainda fez os gestores da Secretaria de Educação
acreditarem na existência de licitação para as obras. “Oportuno
salientar que Moisés e Beto agiam como autores intelectuais, sendo
beneficiários diretos do peculato. As condutas praticadas por eles
configuram vários ilícitos, tanto na esfera penal quanto na
administrativa”, frisou.
O
promotor de justiça apontou, ainda, que a ex-prefeita Lidiane Leite só
se candidatou ao cargo, porque Beto Rocha queria assumir a prefeitura,
mas estava impedido de se candidatar devido a pendências com a Justiça
Eleitoral. Contudo, era ele que conduzia a administração de fato. “Como
não podia se candidatar, ele decidiu apoiar a candidatura de sua esposa,
Lidiane Leite, a qual ganhou as eleições e tomou posse no cargo”,
declarou o representante do Ministério Público, na ação.
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Ex-prefeita Lidiane Leite (prefeita ostentação) e Beto Rocha, ex-marido de Lidiane Leite |
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