A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância da assistência especializada para vítimas de queimaduras na rede estadual de saúde. A principal referência no atendimento a esses casos é a Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital da Ilha, em São Luís, que oferece estrutura completa para acolhimento de adultos e crianças com lesões de diferentes graus e causas. Desde a sua inauguração, a unidade se destaca pelo cuidado humanizado e pela qualidade da equipe multiprofissional.
A UTQ é uma das mais modernas do país e a primeira do Nordeste, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a dispor de câmara hiperbárica exclusiva para o tratamento de queimados. Com 19 leitos – sendo 13 adultos e 6 pediátricos – a unidade realiza internações, procedimentos especializados, acompanhamento psicológico e reabilitação, com apoio de cirurgiões plásticos, intensivistas, fisioterapeutas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos e assistentes sociais.
O secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, destaca que a estrutura foi pensada para garantir suporte contínuo e integral aos pacientes. “A estrutura do hospital permite o tratamento completo e contínuo de vítimas de queimaduras térmicas, químicas e elétricas, com suporte intensivo, reabilitação física e acompanhamento psicológico. A assistência envolve atuação integrada de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. O objetivo é garantir uma recuperação segura e reduzir ao máximo as sequelas físicas e emocionais desses pacientes”, explicou o gestor.
Além da câmara hiperbárica, utilizada para acelerar a cicatrização e reduzir riscos de infecção, a estrutura inclui sala de balneoterapia, onde são realizados banhos terapêuticos e trocas de curativos com controle de dor, e sala de cinesioterapia, que permite a reabilitação física precoce dos pacientes. Toda a assistência é garantida por meio da Central Estadual de Regulação da SES, que organiza o fluxo de internações na unidade.
Causas
A UTQ registrou 360 internações por queimaduras de 2023 e abril de 2025, das quais 201 foram de adultos e 159 de crianças. Os dados da unidade apontam que as queimaduras térmicas respondem por 70% dos casos em adultos, seguidas por escaldamento (15%), queimaduras elétricas (10%) e químicas (5%). No público infantil, o escaldamento lidera os atendimentos (53%), seguido pelas queimaduras térmicas (41%). No mesmo período, 290 pacientes receberam alta hospitalar, sendo 194 adultos e 151 crianças, demonstrando a efetividade do tratamento.
A diretora do Hospital da Ilha, Carol Hortegal, destacou a importância desse cuidado especializado e a qualificação da equipe. “O governador Carlos Brandão tem compromisso com as vítimas e os sobreviventes de queimaduras. Hoje elas não precisam mais procurar atendimento em um outro estado, não tem que sair do Maranhão. Desde 2023, elas podem contar que elas têm todo o suporte necessário para a sua recuperação e a sua reabilitação aqui dentro do estado do Maranhão”, disse a diretora.
Rede
Além do Hospital da Ilha, outras unidades da rede estadual também prestam assistência a pacientes vítimas de queimaduras, de acordo com a gravidade e os recursos disponíveis. De janeiro a abril de 2025, nove unidades estaduais e uma conveniada registraram 176 atendimentos relacionados a queimaduras. O Hospital da Ilha concentrou a maior parte (73), seguido por hospitais regionais em Pinheiro (4), Carutapera (3), Presidente Dutra (2), Grajaú (1), Alto Alegre do Maranhão (1), Timbiras (1), Pedreiras (1), além do Hospital de Traumatologia do Maranhão (1) e da Santa Casa de Cururupu (1).
Prevenção
A UTQ do Hospital da Ilha é um avanço importante para o cuidado com vítimas de queimaduras, mas a prevenção continua sendo a forma mais eficaz de evitar complicações e sequelas.
“Prevenir é sempre melhor e mais barato do que tratar. Com ações educativas, conseguimos reduzir a morbidade e evitar óbitos. Nosso alerta é para que os pais redobrem os cuidados dentro de casa, especialmente agora nas férias. A cozinha não é lugar de criança”, orientou a diretora geral da unidade, Carol Hortegal, que também integra a Sociedade Brasileira de Queimaduras como representante científica no Maranhão.
Entre as medidas recomendadas durante o período de férias escolares estão: manter as crianças longe da cozinha, cobrir tomadas, esconder fios desencapados e posicionar panelas com os cabos voltados para dentro do fogão. Essas ações simples podem evitar acidentes graves e preservar vidas.
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