A saúde brasileira registrou um novo marco no primeiro semestre de 2025: o país registrou 14,9 mil transplantes, um aumento de 21% em relação ao mesmo período de 2022 e o maior número da série histórica.
O governo federal anunciou medidas para ampliar a doação de órgãos e diminuir a recusa familiar, em comemoração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado neste sábado (27).
Apesar do Brasil ocupar atualmente, a 3ª posição mundial em número absoluto de transplantes, 45% das famílias ainda recusam a doação de órgãos. O país está atrás apenas dos Estados Unidos e da China, mas lidera no quesito transplantes realizados integralmente pelo sistema público.
“Muitas famílias não conversam sobre o tema e, na hora da perda, acabam decidindo pelo ‘não’. É por isso que precisamos falar mais abertamente sobre doação de órgãos em casa, nas escolas e em todos os espaços possíveis”, destacou a gastroenterologista e hepatologista Lilian Curvelo.
Em alguns casos a doação pode ser feita por doadores vivos (em situações específicas, como um dos rins ou parte do fígado) ou após a constatação de morte encefálica, sempre com autorização da família.
Um único doador pode salvar até 8 vidas e beneficiar mais de 50 pessoas com tecidos.
O governo vai investir R$ 20 milhões, sendo R$ 13 milhões para novos procedimentos e R$ 7,4 milhões para o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (PRODOT), apresentado com o objetivo de ampliar o número de doações, reduzir a recusa familiar e qualificar o atendimento hospitalar.
Entre as principais novidades da política estão:
• Novos transplantes no SUS, incluindo intestino delgado e multivisceral, garantindo 100% do tratamento desde a reabilitação intestinal até procedimentos pré e pós-transplante.
• Uso da membrana amniótica, tecido obtido da placenta após o parto, para pacientes queimados, especialmente crianças, favorecendo a cicatrização, reduzindo infecções e diminuindo a dor, beneficiando mais de 3,3 mil pessoas por ano.
• Reajuste da diária de reabilitação intestinal, de R$ 120 para R$ 600, qualificando o tratamento de pacientes com falência intestinal.
• Prova cruzada virtual, exame remoto para avaliar compatibilidade imunológica entre doador e receptor, garantindo maior segurança e agilidade nos transplantes de urgência.
• Critérios de priorização para pacientes hipersensibilizados, reduzindo o tempo de espera e aumentando as chances de sucesso nos transplantes renais.
• Oferta regular do teste de quimerismo em transplantes de medula óssea, exame de DNA que monitora rejeição e orienta condutas médicas.
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