terça-feira, 23 de setembro de 2025

Maranhão atrai expedição internacional e pode revelar o “dinossauro mais famoso do Brasil”

 

A paleontologia maranhense vive um momento histórico. O professor Rafael Lindoso, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), apoiado pelo Governo do Maranhão, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), detalhou à Fundação a trajetória de uma descoberta que pode projetar o estado de forma inédita no cenário internacional.

Segundo ele, a história começou em 2016, quando ocorreu a primeira expedição conjunta entre o IFMA e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). “Naquele ano, após a escavação do esqueleto, assumi a liderança do estudo do animal, um indivíduo parcial, sub-adulto, pertencente à família dos espinossaurídeos. Esse grupo de dinossauros carnívoros é considerado enigmático e altamente cobiçado por paleontólogos em todo o mundo devido às suas adaptações incomuns”, explicou.

Os trabalhos, no entanto, não avançaram sem dificuldades. “Houve anos de atraso em razão da pandemia de COVID-19 e também pela natureza fragmentária do espécime”, contou Lindoso. Ainda assim, a pesquisa seguiu firme.

Em 2018 o professor esteve no laboratório do paleontólogo Paul Sereno, na Universidade americana de Chicago, para realizar análises comparativas. “Somente em 2024  decidi convidá-lo formalmente a integrar a lista de autores da pesquisa. O professor Sereno é um dos paleontólogos mais renomados do mundo, reconhecido por suas descobertas no norte da África e por sua trajetória como explorador residente da National Geographic. Era, sem dúvida, a pessoa certa para se unir ao nosso time”, destacou.

Depois de um ano de conversas, Lindoso conseguiu convencê-lo a vir ao Maranhão. A expedição foi realizada no vilarejo de Conceição, em Coroatá, aconteceu entre 2 e 15 de setembro, e reuniu especialistas internacionais, além de estudantes brasileiros. A presença de documentaristas da National Geographic registrando todo o trabalho deu à pesquisa uma dimensão inédita.

Os estudos estão agora em fase final de análise, em colaboração entre o IFMA e a Universidade de Chicago, com previsão de publicação em uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo. “O anúncio da descoberta será feito em escala global e, nas palavras do próprio Paul Sereno, este espécime tem tudo para se tornar o dinossauro mais famoso do Brasil”, concluiu Lindoso.

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