O Poder Judiciário da Comarca de Viana, por meio da 2ª Vara, realizou uma sessão do Tribunal do Júri nesta terça-feira, 2 de setembro. No banco dos réus, Raimundo Braz Rodrigues Fonseca, acusado de ter matado Francilene Costa Freitas, em 20 de janeiro de 2024, fato ocorrido no povoado Prequeú, localidade da zona rural de Viana. Foi apurado que o denunciado teria tirado a vida de sua companheira com as próprias mãos, com espancamento e tentativas de estrangulamento. Raimundo foi considerado culpado pelo conselho de sentença, recebendo a pena de 16 anos e sete meses de prisão. A sessão foi presidida pelo juiz Humberto Alves Júnior.
De acordo com informações constantes na denúncia, o denunciado, por motivo fútil, com uso de tortura ou outro meio insidioso e cruel e à traição, teria tirado a vida de sua companheira. Segundo apurado, o denunciado conheceu a vítima em uma feira, onde ela trabalhava, ocasião em que começaram a trocar mensagens e iniciaram um relacionamento. A relação aparentava ser harmônica, ele dizia ser evangélico e a tratava muito bem, dizendo que pretendia constituir família, contudo escondia, propositalmente, intensa agressividade, já ocorridas em relacionamentos anteriores, sob a justificativa de que utilizava medicamentos de uso controlado.
Segundo apurado, o casal vivia sem paradeiro certo, vendendo objetos em algumas localidades da região e, ao retornarem na data do crime, Raimundo resolveu parar no Povoado Prequeú, em Viana, local de mata fechada, à beira de um campo alagado. Lá, ele teria planejado passar a noite e ceifar a vida de Francilene. No referido local, estendeu uma rede entre duas árvores e iniciou uma conversa com a mulher, questionando sobre o relacionamento do casal, reafirmando que tomava medicamentos, tentando deixar a vítima mais à vontade.
DORMIU AO LADO DO CORPO
Durante a conversa, Raimundo teria ficado agressivo, desferindo socos no rosto e apertando o pescoço de Francilene, travando com ela uma luta corporal. As agressões culminaram com a morte da vítima. Após ter concretizado o ato criminoso, o denunciado embrulhou o corpo da vítima com um lençol. Ato contínuo, deitou ao lado dela, ocasião em que, friamente, dormiu ao lado do corpo durante toda a noite. Ao amanhecer, alegando estar sob ausência de medicamentos, foi à residência de um homem, onde relatou detalhadamente sua conduta criminosa, sem demonstrar remorso.
A testemunha acompanhou Raimundo até o local e confirmou que o corpo da vítima estava na rede, embrulhado em um lençol e com o rosto desconfigurado. A Polícia Militar foi acionada, comparecendo à região e prendendo Raimundo em flagrante. Em depoimento, ele confessou os fatos narrados, sem demonstrar qualquer sentimento de remorso, alegando que Francilene o proibiu de tomar medicações e por isso resolveu matá-la. Ele confessou já ter sido preso por crimes de violência doméstica e afirmou ter passado cerca de quatro anos preso na UPR de Viana.
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